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DATA DA PUBLICAÇÃO 07/08/2008 | Turismo
China se moderniza para as Olimpíadas
A abertura oficial dos Jogos Olímpicos de Pequim, amanhã, promete revelar para o mundo uma China metamórfica, onde tradições e templos milenares contrastam com os ares modernos das construções erguidas desde 2001 especialmente para o maior evento do esporte internacional. Ao todo, foram cerca de 10 mil obras de infra-estrutura, entre estádios, hotéis, restaurantes de alta gastronomia e arranha-céus espelhados, com design futurista e letreiros luminosos.

Imagens que moradores e turistas nem poderiam imaginar poucos anos atrás. Há menos de três décadas, Pequim - ou Beijing, como preferem os tradicionalistas da língua - era uma cidade voltada única e exclusivamente ao passado, como capital de um império decadente, em que as construções seguiam os padrões da influência soviética.

Com o anúncio da escolha da China para sede dos Jogos, os traços de modernidade que já vinham invadindo aos poucos o recluso território chinês desde sua abertura econômica multiplicaram-se de forma tão numerosa quanto os seus índices demográficos.

Trânsito - O caótico trânsito das grandes cidades chinesas passou por uma incrível metamorfose. Quem pensou em engarrafamentos de carros se enganou. Até pouco tempo atrás, o maior problema por lá era cruzar uma avenida a pé, pois as bicicletas e os riquixás (bicicleta acoplada a uma carruagem para dois passageiros) tomavam as vias, vindos de todas as direções, e nunca respeitavam os sinais. Agora, o que incomoda mais - a exemplo de metrópoles como São Paulo e Nova York - é a fumaça causada pelo fluxo de carros, cuja frota ultrapassa a marca de 3,5 milhões de veículos.

Para diminuir a poluição do ar, um severo rodízio entre veículos de placas par e ímpar será implementado durante os Jogos Olímpicos. Com a medida, as autoridades esperam reduzir o tráfego pela metade.

E para evitar que atletas cheguem atrasados às competições por causa do congestionamento, as grandes avenidas ganharam pistas expressas destinadas a carros oficiais. Sem falar que bicicletas e motos foram proibidas de circular.

Mas a poluição sonora deverá permanecer: "Os chineses buzinam muito no trânsito. Isso é normal para eles", lembra Alexandre da Mata, diretor de Turismo da CBCDE (Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico) e sócio-proprietário da Gladtur.

Outra peculiaridade é que, durante o ‘império' de Mao Tsé-Tung, o sinal vermelho - cor do comunismo - era sinônimo de seguir em frente. Resultado: desde que o país resolveu abrir suas portas para o desenvolvimento econômico, os chineses passaram a ter de se adaptar aos padrões internacionais de considerar o vermelho como sinal de parar e o verde, de seguir adiante.

E essa foi apenas uma das muitas mudanças de costumes impostas à população. De uma hora para outra, o requintado filé de cachorro, por exemplo, tornou-se uma heresia. A proibição, aliás, foi um dos pré-requisitos para a eleição do país como sede dos Jogos Olímpicos, assim como a instituição de multa a quem mantiver os velhos hábitos de cuspir no chão e de desrespeitar as filas. Afinal, embora sejam tradições, pega mal para quem vem de fora.

A preocupação com o meio ambiente também cresceu. Um relatório do grupo independente Climate Group aponta que a China investiu US$ 12 bilhões em energias renováveis em 2007, o que coloca o país em segundo lugar no ranking da categoria, atrás apenas da Alemanha, que investiu US$ 14 bilhões.

Como parte da revolução nos transportes, destacam-se, ainda, a extensão de 87 quilômetros na linha de metrô e o novo terminal do aeroporto pequinês, projetado pelo arquiteto britânico Norman Foster e considerado o maior do mundo. "Nenhuma cidade em todo o planeta teve recentemente tantas obras de pessoas de prestígio mundial", declarou o alemão Ole Scheeren, sócio do arquiteto Rem Koolhaas e de sua companhia OMA (Office of Metropolitan Architecture).

As tentativas de modernização, no entanto, têm lá seus limites na terra de Mao Tsé-Tung. Para o desespero de jornalistas de todas as nacionalidades, o governo chinês reiterou nesta semana a decisão de censurar o livre acesso à internet. Algumas páginas serão bloqueadas, mas as autoridades garantem que o conteúdo proibido não deverá interferir na cobertura do evento. Verdade ou não, é o que descobriremos a partir de amanhã.

Por Heloísa Cestari - Diário do Grande ABC
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