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DATA DA PUBLICAÇÃO 10/04/2010 | Geral
Cerca de 600 desabrigados se amontoam em escola invadida após deslizamento de morro
Cerca de 600 pessoas estão abrigadas em cinco salas e nos corredores da Escola Municipal Brandão Monteiro, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, que foi invadida por moradores do morro Novo México após os deslizamentos provocados pela chuva na segunda-feira (5).

O cozinheiro e voluntário Sérgio Silva, um dos atuais responsáveis pela organização do colégio, afirma que cerca de 30 casas já desabaram desde a chuva que atingiu a região na segunda. A Defesa Civil condenou uma grande parte do morro e, com isso, várias pessoas abandonaram as suas casas para ir para a escola, que fica em uma área ainda considerada segura.

- Tudo começou por volta de meia-noite. Quando duas caixas d´água caíram em cima da minha casa, tomei a decisão de invadir a escola. Não tinha chave nem nada e hoje vejo que só por isso várias pessoas conseguiram se salvar. Silva lembra como aconteceu o deslizamento no morro Novo México.

A Defesa Civil condenou uma grande parte do morro e, com isso, várias pessoas abandonaram as suas casas para ir para a escola, que fica em uma área ainda considerada segura.

- Foi como um efeito dominó: caía uma casa, depois outra, depois outra... Por volta de 5h da manhã de terça-feira [6], o pessoal começou a se assustar, pois todo mundo já conseguia enxergar o que estava de fato acontecendo. Só via gente descendo desesperada, de camisola, short, com crianças no colo.

Muitos desabrigados se queixam da falta de atenção das autoridades e da imprensa. A doméstica Débora Maria Silva mora no bairro há oito anos e reclama da falta de atenção do poder público.

- Eles vêm aqui em época de eleição, andam de carrão, mas para ver a nossa condição agora, ninguém aparece. Só falam de Niterói, ninguém mostra a nossa situação. O pessoal daqui é muito humilde, não temos pra onde ir.

Ela conta que sua casa foi condenada pela Defesa Civil, mas que, ainda assim, não pretende sair.

- Só largo minhas coisas com uma carta da prefeitura dizendo para onde eu vou. Onde que eu vou morar? O povo está completamente abandonado. Todo mundo aqui tem acesso a ônibus, tem emprego... Aí vão querer colocar a gente onde? No meio da mata, longe de tudo, onde ninguém quer ir?

Abrigada em uma igreja, junto com outras 25 pessoas, a manicure Priscila Ferreira sentiu na pele o risco de morte. Depois de escutar um estrondo, ela pegou os dois filhos e correu para chamar o marido e os vizinhos.

- Avisei todo mundo que deu tempo. Pensei que o morro ia começar a descer. Minha casa inteira está condenada e só consegui voltar lá bem rápido e tirar algumas coisas. Minha vizinha e as três filhas dela não conseguiram escapar. Morreram dormindo.

Por Ludmila Lima, especial para o R7
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