DATA DA PUBLICAÇÃO 24/07/2010 | Turismo
Cerca de 200 mil peregrinos são esperados no jubileu de Santiago de Compostela
Alimentar a fé, cumprir uma promessa, clarear as ideias ou encontrar pessoas do mundo inteiro: múltiplas motivações animam milhares de peregrinos que se apressam para o caminho de Santiago de Compostela neste ano jubilar.
Dia de São Tiago, celebrado no próximo domingo, deve atrair perto de 200 mil peregrinos a Santiago de Compostela, na Espanha
"Eu li o livro de Paulo Coelho, "O Diário de um Mago'", informou o estudante australiano Joshua Fleming, 20, explicando por que realiza o "desafio" que lhe "abriu o espírito", depois de 300 km de caminhada até Santiago de Compostela.
O famoso autor brasileiro de "O Alquimista" fez, em 1986, essa peregrinação católica, cuja origem remonta da Idade Média e que segue em direção ao túmulo do apóstolo Tiago, na catedral desta cidade no noroeste da Espanha.
Este ano, o dia de São Tiago, em 25 de julho, cairá no domingo. O ano de 2010 é especial, dito "jubilar" ou "santo", e deve atrair quase 200 mil peregrinos a Compostela, onde o Papa Bento 16 é esperado no início de novembro.
As francesas Claude e Karine Champagnon, mãe e filha de 64 e 44 anos de Puy-en-Velay (centro da França), já visitiram o lugar em 2003. Elas voltam porque este é um "ano santo", que concede aos peregrinos indulgência plenária da Igreja.
Elas, no entanto, ficam ofendidas com todos aqueles que "fazem a caminhada sem razões religiosas" e enchem os leitos dos albergues de Pedrozo, localidade de onde parte a última etapa a pé até Compostela, a uns vinte quilômetros.
É o caso dos jovens madrilenos de 18 anos, Jorge, Nicolas e Nacho, que admitem, sem problemas, percorrer o Caminho "por festa e diversão", fazendo uma turné por bares e boates depois da longa jornada.
Os peregrinos vêm do mundo inteiro para um das três maiores peregrinações da cristandade, esta, a de Roma e a de Jerusalém, que percorrem itinerários que cruzam a Europa, principalmente na França ou fazendo poucas etapas na Espanha.
"Viagem mais especial"
"Nós nos preparamos sem saber que era um ano santo, mas isso só tornou a viagem mais especial", comentou a alemã Sonja Hahn, 42, enquanto fazia fila para conseguir um leito em um albergue de Pedrozo.
Seu companheiro Klaus Becker, 56, não compartilha as mesmas motivações religiosas, mas em sua mochila ele carrega a foto de uma amiga que morreu há duas semanas: "É como se ela estivesse aqui comigo".
Um pouco mais longe, no monte do Gozo, o português Cesar Machado faz uma pausa ao lado da bicicleta que trouxe desde Saint-Jean-Pied-de-Port (sudoeste da França).
"Cumpro uma promessa que fiz a mim mesmo há quatro anos; é uma questão espiritual e também procuro por aventura", informou o mergulhador profissional que diz ser "cristão".
Ele trouxe consigo velas dadas por "amigos doentes" para que fossem acessas na catedral e colhe todos os dias plantas que ele deseja queimar junto de suas roupas de peregrinação no último dia.
"É a filosofia de renascer das cinzas", acredita o lisboeta de 46 anos, que afirma viajar "sem relógio ou telefone celular" para se desconectar do mundo.
Chegando à praça do Obradoiro, diante da catedral, os peregrinos se abraçam e se felicitam por enfim "chegar", falando apenas que "valeu a pena".
O cânone principal da catedral, José Maria Diaz, comemorou o aumento "significativo" no número de peregrinos no "caminho ecumênico", mas lamentou que muitos mais fiéis "abandonam", hoje, a fé.
Dia de São Tiago, celebrado no próximo domingo, deve atrair perto de 200 mil peregrinos a Santiago de Compostela, na Espanha
"Eu li o livro de Paulo Coelho, "O Diário de um Mago'", informou o estudante australiano Joshua Fleming, 20, explicando por que realiza o "desafio" que lhe "abriu o espírito", depois de 300 km de caminhada até Santiago de Compostela.
O famoso autor brasileiro de "O Alquimista" fez, em 1986, essa peregrinação católica, cuja origem remonta da Idade Média e que segue em direção ao túmulo do apóstolo Tiago, na catedral desta cidade no noroeste da Espanha.
Este ano, o dia de São Tiago, em 25 de julho, cairá no domingo. O ano de 2010 é especial, dito "jubilar" ou "santo", e deve atrair quase 200 mil peregrinos a Compostela, onde o Papa Bento 16 é esperado no início de novembro.
As francesas Claude e Karine Champagnon, mãe e filha de 64 e 44 anos de Puy-en-Velay (centro da França), já visitiram o lugar em 2003. Elas voltam porque este é um "ano santo", que concede aos peregrinos indulgência plenária da Igreja.
Elas, no entanto, ficam ofendidas com todos aqueles que "fazem a caminhada sem razões religiosas" e enchem os leitos dos albergues de Pedrozo, localidade de onde parte a última etapa a pé até Compostela, a uns vinte quilômetros.
É o caso dos jovens madrilenos de 18 anos, Jorge, Nicolas e Nacho, que admitem, sem problemas, percorrer o Caminho "por festa e diversão", fazendo uma turné por bares e boates depois da longa jornada.
Os peregrinos vêm do mundo inteiro para um das três maiores peregrinações da cristandade, esta, a de Roma e a de Jerusalém, que percorrem itinerários que cruzam a Europa, principalmente na França ou fazendo poucas etapas na Espanha.
"Viagem mais especial"
"Nós nos preparamos sem saber que era um ano santo, mas isso só tornou a viagem mais especial", comentou a alemã Sonja Hahn, 42, enquanto fazia fila para conseguir um leito em um albergue de Pedrozo.
Seu companheiro Klaus Becker, 56, não compartilha as mesmas motivações religiosas, mas em sua mochila ele carrega a foto de uma amiga que morreu há duas semanas: "É como se ela estivesse aqui comigo".
Um pouco mais longe, no monte do Gozo, o português Cesar Machado faz uma pausa ao lado da bicicleta que trouxe desde Saint-Jean-Pied-de-Port (sudoeste da França).
"Cumpro uma promessa que fiz a mim mesmo há quatro anos; é uma questão espiritual e também procuro por aventura", informou o mergulhador profissional que diz ser "cristão".
Ele trouxe consigo velas dadas por "amigos doentes" para que fossem acessas na catedral e colhe todos os dias plantas que ele deseja queimar junto de suas roupas de peregrinação no último dia.
"É a filosofia de renascer das cinzas", acredita o lisboeta de 46 anos, que afirma viajar "sem relógio ou telefone celular" para se desconectar do mundo.
Chegando à praça do Obradoiro, diante da catedral, os peregrinos se abraçam e se felicitam por enfim "chegar", falando apenas que "valeu a pena".
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