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Coletores de lixo em greve fazem audiência na Justiça do Trabalho
DATA DA PUBLICAÇÃO 03/04/2014 | Setecidades
Centro tem prioridade em coleta emergencial
 Centro tem prioridade em coleta emergencial Foto: Orlando Filho/DGABC
Foto: Orlando Filho/DGABC
No terceiro dia de greve dos coletores de lixo, ontem, as equipes das prefeituras priorizaram as regiões centrais para recolher os resíduos em caráter emergencial. A Justiça determinou que 50% dos trabalhadores fossem mantidos em serviço, mas a medida não foi respeitada pelo sindicato da categoria, segundo as administrações municipais. Enquanto isso, os bairros mais afastados foram tomados pelos sacos pretos e mau cheiro.

No principal ponto comercial de São Bernardo, a Rua Marechal Deodoro, não há pilhas de sacos nas calçadas e nem resíduos espalhados pelo chão. Enquanto a equipe de reportagem do Diário esteve no local, na tarde de ontem, cinco garis faziam a limpeza ao longo da via. Afastando-se dessa área, já se percebe a diferença, com sacolas empilhadas nos passeios.

Em São Caetano, situação similar: no Centro, os comerciantes afirmaram que a coleta tem sido feita normalmente. O mesmo não tem ocorrido nas vilas. “Desde segunda-feira, ninguém coleta o lixo por aqui. Estou segurando os sacos em casa o máximo que posso, para não piorar a situação na rua”, disse o administrador de empresas e morador do bairro Olímpico Cláudio Demambro, 64 anos.

Em Diadema e Mauá, os moradores dos bairros afastados também estão contendo o material nas residências, devido à falta de coleta. “Comprei sacos de lixos reforçados, fecho bem e coloco na laje em cima da minha casa, porque aqui na rua já está difícil de andar”, contou Ângela Vieira Mendes, 34, moradora do bairro Nova Conquista, em Diadema.

A situação amena na região central, porém, não é a mesma em Santo André. Pilhas de sacos estão por toda a extensão da Rua Coronel Oliveira Lima, assim como o mau cheiro. Comerciantes, principalmente os do ramo alimentício, que produzem diariamente grande quantidade de resíduos, estão procurando meios de não expandir a já crítica situação. Antonio Eduardo, proprietário de uma lanchonete, tem levado o lixo para os outros comércios que possui na Capital. “Não posso deixar acumular, porque tem resto de comida, então, distribuo nos resíduos dos outros estabelecimentos para a coleta em São Paulo.”

Já Klesson Prudêncio, 31, que também gerencia lanchonete, não encontrou outra alternativa. “No primeiro dia, deixei nos fundos, mas chegou uma hora que não deu e tive que colocar fora mesmo.”

Na manhã de ontem, cerca de 200 coletores de lixo fizeram passeata pelo Centro de Santo André. O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) informou que, desde terça-feira, equipe própria recolhe parte do lixo gerado na região central e nos centros dos bairros. Uma trabalhadora que varria a Coronel Oliveira Lima, e preferiu não se identificar, reclamou que a sujeira já instalada tem influenciado as pessoas a jogarem mais lixo no chão. “O povo precisa reciclar a educação.”

A paralisação ainda não tem data para terminar. A categoria pede reajuste de 15,39%, mas o sindicato patronal ofertou apenas 10%.

Prefeituras alegam que decisão judicial é descumprida

Embora o Siemaco-ABC (Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação, Limpeza Urbana e Manutenção de Áreas Verdes Públicas e Privadas) garanta cumprir a determinação judicial de manter 50% da coleta, as prefeituras de São Bernardo e Mauá contrariam a afirmação.

De acordo com os municípios, a ação está 100% paralisada e funcionários municipais fazem o serviço.

Outro ponto de divergência é o acesso ao aterro sanitário de Mauá, que recebe lixo de toda a região, exceto de Santo André. Segundo o Executivo mauaense, a entrada foi bloqueada pelos grevistas. A situação, inclusive, levou a Prefeitura de São Caetano a despejar as toneladas de lixo domiciliar no terreno da antiga Indústrias Matarazzo, no bairro Fundação. O prefeito, Paulo Pinheiro (PMDB), diz que adotou a prática por falta de alternativa e que não teme possíveis sanções que a Prefeitura possa sofrer por despejar lixo em local inadequado. “Não tem mais o que contaminar ali (o terreno foi contaminado durante os anos de atividade da Matarazzo). Mas ali é lixo orgânico, não é contaminante”, avaliou.

Não é o que pensa a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), que ontem emitiu auto de advertência que obrigou a Prefeitura a interromper imediatamente o despejo e a remover todo dejeto ali depositado. A administração municipal disse não ter sido notificada. Mesmo assim, ontem, a equipe do Diário esteve no local e constatou que o material havia sido retirado.

A greve não tem data para terminar "Não há previsão de negociação. Está dependendo das empresas”, disse o presidente do Siemaco-ABC, Roberto Alves da Silva.

O acúmulo cada vez maior de lixo pode virar problema de Saúde pública. “Essa situação contribui para a propagação de ratos e insetos, que são transmissores de doenças”, alertou o engenheiro de vigilância ambiental da Prefeitura de Mauá Valentim Caetano Filho.

Por Vanessa de Oliveira - Diário do Grande ABC
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