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DATA DA PUBLICAÇÃO 07/12/2017 | Economia
Cegonheiros da região temem perder entregas da Volkswagen
Cegonheiros da região temem perder entregas da Volkswagen Cerca de 5.000 motoristas estão parados há oito dias, quando 2.000 carros deixaram de ser transportados. Foto: Nario Barbosa/DGABC
Cerca de 5.000 motoristas estão parados há oito dias, quando 2.000 carros deixaram de ser transportados. Foto: Nario Barbosa/DGABC
Os motoristas de caminhão-cegonha do Grande ABC suspenderam o transporte de veículos da planta são-bernardense da Volkswagen por tempo indeterminado. Segundo trabalhadores, a montadora ameaça concentrar o frete de seus carros zero-quilômetro em apenas uma empresa de fora do Estado, cujo nome não foi revelado, enquanto que, atualmente, o volume é diluído entre pelo menos quatro empresas, Brazul, Tegma, Transauto e Transzero. Ao mesmo tempo, eles alegam que a montadora não reajusta o valor do frete há três anos.

Paralisados há oito dias, os motoristas dizem que cerca de 2.000 veículos deixaram de ser transportados e, caso a ameaça da Volks seja efetivada, irá prejudicar mais de 5.000 trabalhadores diretos, além de 20 mil indiretos. “Estamos há quase 50 anos com a empresa, comprando carretas e investindo para poder atender a montadora. Agora, ela quer nos descartar sem dar nenhuma informação. Como iremos saber o dia de amanhã?”, lamenta Renato Furriel, 53 anos, caminhoneiro há 35.

De acordo com os trabalhadores, os veículos Volkswagen representam 30% de todo o volume transportado por eles, que também inclui automóveis da Ford e da GM (General Motors). “Esse volume é muito grande e significativo. Temos de montar um mix de marcas na carreta por conta da distribuição nacional para atender com mais eficiência e com mais rapidez. Se perdermos essa quantia, a situação ficará muito pior”, destaca Furriel.

“Nós não sabemos o que acontece. Os fatos ficam nebulosos e tudo o que queremos é uma negociação entre a Volks, as empresas transportadoras e nós, motoristas”, diz outro cegonheiro de 35 anos, no setor há dez, que pediu para não ser identificado. “Ela (a montadora) está nos tratando com indiferença, sendo que, em alguns casos, damos descontos de até 50% no frete para manter a parceria. E hoje ela está nos deixando à margem do negócio, sem informações”, completa Furriel.

Embora não divulguem números, os cegonheiros alegam que a automobilística não reajusta o valor dos fretes há três anos. “O óleo diesel sobe duas ou três vezes na semana, os pneus encarecem de tempos em tempos, os equipamentos, o caminhão, o cavalo mecânico, enfim, todas as despesas crescem mensalmente e, às vezes, até semanalmente, mas o salário está defasado”, comenta outro caminhoneiro, de 51 anos, na profissão há 27, que também pediu sigilo.

Os cegonheiros salientam que o sindicato representante não toma providências sobre o assunto. “A iniciativa é toda do carreteiro”, disse um deles. A equipe do Diário não conseguiu contato com o Sinaceg (Sindicato Nacional dos Cegonheiros) até o fechamento deste edição. A Volks informou que não irá se manifestar sobre o assunto.

Montadoras podem receber multa por abuso de poder econômico

As montadoras FCA/Fiat Chrysler Brasil, Volkswagen do Brasil e a Ford Motor Company Brasil podem ser obrigadas a arcar com multa total de R$ 4,3 milhões por abuso de poder econômico e abuso de posição dominante no mercado paralelo de peças de reposição. É o que aponta processo que está em análise no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), do governo federal, desde 2007, após denúncia da Anfape (Associação Nacional dos Fabricantes de Peças). Na última reunião, um dos conselheiros requisitou vista e novo julgamento está sendo aguardado.

Do montante, a Fiat seria responsável por R$ 1,66 milhão, a Volkswagen, R$ 1,6 milhão, e a Ford, de 1,06 milhão. Nova reunião do Cade acontecerá na semana que vem – sendo a última do ano – e as pautas tratadas serão divulgadas hoje, no Diário Oficial da União, onde será possível verificar se o assunto será abordado.

Procuradas pela equipe do Diário, a Ford informou que irá aguardar a decisão do Cade e as demais montadoras não se manifestaram sobre o assunto até o fechamento desta edição.

Por Flavia Kurotori - Especial para o Diário
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