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DATA DA PUBLICAÇÃO 08/08/2010 | Saúde e Ciência
Catapora pode proteger crianças contra doença de pele e asma, sugere pesquisa
Crianças que contraíram catapora podem ter menos chance de desenvolver dermatite atópica e asma quando crescem do que aquelas que não tiveram a doença, incluindo as que foram vacinadas contra ela, sugere um novo estudo.

Mas especialistas alertam que a vacina do estudo foi limitada e que uma conclusão não deve desafiar os benefícios da vacina contra a catapora.

Estudo sugere que crianças que contraem catapora ainda pequenas têm menos chance de desenvolver dermatite
"Houve um benefício de saúde muito visível em termos de uso da vacina", disse Jane Seward, especialista em vírus do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. "Estamos vendo uma queda muito significativa no número de mortes e internações [da catapora]", disse ela. "Um único estudo com um único achado é interessante, mas precisa de mais provas."

A dermatite atópica é um tipo de eczema, que muitas vezes causa coceira, e surge de uma reação alérgica. Também pode ser o "primeiro passo" de uma série de alergias que leva à asma, disse o autor principal do estudo, Jonathan Silverberg, do centro médico da Universidade Estadual de Nova York no Brooklyn.

A pesquisa precedente por Silverberg e seus colegas sobre a resposta do corpo à catapora à herpes-zóster, uma doença de pele relacionada, sugeriu que a catapora pode diminuir o risco de uma criança desenvolver a dermatite atópica no futuro. Para testar essa hipótese, eles examinaram os registros médicos de quase 700 crianças e adolescentes, alguns com dermatite atópica e alguns sem a condição incômoda da pele.

Para cada problema, os autores analisaram os registros anteriores para ver se elas já haviam sido infectadas com catapora.

Crianças que tiveram a doença, especialmente quando pequenas, tinham menos chance de contrair a dermatite atópica mais tarde, de acordo com os resultados publicados no Journal of Allergy and Clinical Immunology. Entre as crianças que foram diagnosticadas com dermatite atópica, 20% já tinham pegado catapora, em comparação a 28% das crianças sem dermatite atópica.

A ligação partiu para as crianças que tiveram catapora quando tinham mais de 10 anos, que tinham a mesma probabilidade de obter a dermatite atópica que outras crianças mais velhas que nunca tiveram catapora.

Crianças que tiveram a doença eram igualmente menos suscetíveis ao diagnóstico de asma depois de contrair o vírus.

Tomar a vacina contra a catapora não parece proteger as crianças contra a dermatite atópica ou asma.

Apesar do custo-benefício ter mostrado que faz sentido vacinar as crianças contra a catapora, esses estudos não demonstram a possibilidade de evitar que as crianças fiquem doentes pode significar que mais vão acabar com dermatite atópica ou asma, disseram os autores.

Eles argumentam que se a pesquisa confirma as conclusões, esperar para vacinar as crianças contra a catapora até que elas sejam mais velhas (8 ou 10 anos de idade) pode tornar a proteção mais eficaz e evitar alguns casos de dermatite atópica e asma.

De acordo com o CDC, a vacina da catapora custa cerca de US$ 70 a US$ 80 por dose.

Crianças normalmente são vacinadas com um ano de idade, de acordo com Seward, e há uma boa razão para isso, porque a maioria que contrai a doença é contaminada quando é muito pequena. Neste estudo, as crianças doentes tinham em média três anos quando foram infectadas.

Embora a catapora não seja frequentemente vista como muito grave, segundo Seward, algumas crianças acabem com pneumonia ou outras infecções graves, e algumas perdem membros.

Eugene Shapiro, especialista em vacinas e professor da Yale University School of Medicine em New Haven, Connecticut, disse que antes da vacina ser introduzida, 12.000 pessoas foram hospitalizadas em média todos os anos e 120 morreram.

Silverberg concorda que mudar a idade da vacinação das crianças poderia significar mais mortes por catapora. Permitir o aumento das infecções por catapora na infância pode diminuir a imunidade - o nível na população total é alto o suficiente para evitar grandes surtos de infecção, "e alguns adultos podem correr o risco de contrair a doença", disse Silverberg.

David Kimberlin, que estuda pediatria e doenças infecciosas na Universidade de Alabama, em Birmingham, advertiu sobre considerar um estudo que avaliou registros médicos, ao invés de um que começou com um grupo de crianças e o acompanhou por um determinado número de anos.

Seward notou que o estudo não levou em conta outros fatores que afetam a dermatite atópica, como o histórico familiar e outras alergias.

Silverberg disse que olhar para registros antigos foi útil porque seria difícil encontrar muitas crianças com catapora agora, devido ao programa de vacinação.

Ele também disse que mais pesquisas, possivelmente incluindo estudos no âmbito estadual ou nacional, são necessárias antes que ele recomendasse qualquer mudança na política de vacinação. Esses estudos precisariam olhar amplamente para a ligação entre a infecção da catapora e a dermatite atópica e incluir o custo da dermatite atópica e da asma na análise do custo-benefício da vacina, disse ele.

Por Folha Online - Reuters
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