DATA DA PUBLICAÇÃO 18/06/2015 | Economia
Cartão pré-pago é opção a quem quer controlar gastos
Juros estratoféricos de mais de 300% ao ano tornam o cartão pré-pago alternativa para o controle financeiro de endividados. Foto: Marcos Santos/USP Imagens
[code]Estimativa é dobrar o uso deste mecanismo, que deve chegar a 30% até o final do ano na Região
Gastar apenas o que tem. Essa é uma dificuldade entre os brasileiros, que recorrem a alternativas para controlar despesas extras. Uma delas é o cartão pré-pago, utilizado conforme recargas limitadas à necessidade do usuário e sem riscos de extrapolar limites como cheque especial ou compras parceladas. Conforme dados da Acesso, empresa que oferece este serviço, o ABCD teve 15% de aumento no último ano no total de cartões ativos e deve dobrar este ritmo até o final do ano.
O diretor comercial da companhia, Bernardo Faria, aponta a isenção de análise de crédito e menores tarifas como atrativos. “Ele é voltado principalmente para pessoas endividadas e que precisam manter o controle dos gastos fixos mensais sem acúmulo de novas contas, além de pessoas que não querem correr esse risco junto às instituições bancárias”, afirmou.
As dívidas com dois cartões de crédito levaram o distribuidor Marcelo Fernando Guedes a optar pelo pré-pago. De acordo com o andreense, as contas foram acumuladas e o pagamento mínimo da fatura fez das dívidas uma “bola de neve” devido aos altos juros – que chegam a 304% ao ano, de acordo com o Banco Central.
“Eu não conseguia arcar com todas as despesas, principalmente as internacionais. Chegava a pagar mais de R$ 180 mensais em manutenção apenas para ter um cartão internacional, fora os juros pelos atrasos, e agora consigo unir todas as minhas necessidades, com taxas menores, controle de gastos e sem receio de ter meu cartão clonado”, apontou.
Os índices de inadimplência na Região têm oscilado nos últimos meses e, na avaliação do economista Flávio Calife, da Boa Vista Serviço Central de Proteção do Crédito, a tendência é de os resultados de maio na Região acompanharem o aumento de 2,7% das dívidas nacionais. “Fatores como diminuição de emprego, renda menor e juros altos favorecem as compras a prazo, pois o consumidor está preocupado com a parcela que aparentemente cabe no bolso, e não no total que acabará pagando por produto”, explicou.
A utilização do cartão pré-pago é ainda mais ampla para o consumidor, seja para viagens, compras internacionais ou controle corporativo. Para adquirir um destes cartões existem diversas empresas independentes e redes bancárias que oferecem o serviço. As taxas variam de acordo com a instituição, mas no caso da Acesso, por exemplo, o cartão custa R$ 14,90, com tarifa de manutenção por R$ 5 mensais, cobrança de R$ 2,50 por recarga e R$ 5,90 por saque, com limite de até R$ 5 mil em recargas por mês. As bandeiras do cartão são as convencionais.
A diretora de produtos pré-pagos da Visa, Olívia Aki, reforça que não há concorrência entre este mecanismo e as operações convencionais de redes bancárias, sendo uma tendência para os próximos oito anos. “Temos oportunidades de expansão deste mercado voltado aos jovens, empresas e a já estabelecida compra pela internet”, comentou.
Para o professor de economia da Universidade de São Caetano, Alexandre Gaino, a população está mais consciente sobre a necessidade da educação financeira, que permita o controle frente às novas modalidades de compra. “Os fatores conjunturais e estruturais da economia limitam o acesso ao crédito e os consumidores devem começar a restringir dentro do próprio orçamento o potencial de gastos”, relatou.
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Gastar apenas o que tem. Essa é uma dificuldade entre os brasileiros, que recorrem a alternativas para controlar despesas extras. Uma delas é o cartão pré-pago, utilizado conforme recargas limitadas à necessidade do usuário e sem riscos de extrapolar limites como cheque especial ou compras parceladas. Conforme dados da Acesso, empresa que oferece este serviço, o ABCD teve 15% de aumento no último ano no total de cartões ativos e deve dobrar este ritmo até o final do ano.
O diretor comercial da companhia, Bernardo Faria, aponta a isenção de análise de crédito e menores tarifas como atrativos. “Ele é voltado principalmente para pessoas endividadas e que precisam manter o controle dos gastos fixos mensais sem acúmulo de novas contas, além de pessoas que não querem correr esse risco junto às instituições bancárias”, afirmou.
As dívidas com dois cartões de crédito levaram o distribuidor Marcelo Fernando Guedes a optar pelo pré-pago. De acordo com o andreense, as contas foram acumuladas e o pagamento mínimo da fatura fez das dívidas uma “bola de neve” devido aos altos juros – que chegam a 304% ao ano, de acordo com o Banco Central.
“Eu não conseguia arcar com todas as despesas, principalmente as internacionais. Chegava a pagar mais de R$ 180 mensais em manutenção apenas para ter um cartão internacional, fora os juros pelos atrasos, e agora consigo unir todas as minhas necessidades, com taxas menores, controle de gastos e sem receio de ter meu cartão clonado”, apontou.
Os índices de inadimplência na Região têm oscilado nos últimos meses e, na avaliação do economista Flávio Calife, da Boa Vista Serviço Central de Proteção do Crédito, a tendência é de os resultados de maio na Região acompanharem o aumento de 2,7% das dívidas nacionais. “Fatores como diminuição de emprego, renda menor e juros altos favorecem as compras a prazo, pois o consumidor está preocupado com a parcela que aparentemente cabe no bolso, e não no total que acabará pagando por produto”, explicou.
A utilização do cartão pré-pago é ainda mais ampla para o consumidor, seja para viagens, compras internacionais ou controle corporativo. Para adquirir um destes cartões existem diversas empresas independentes e redes bancárias que oferecem o serviço. As taxas variam de acordo com a instituição, mas no caso da Acesso, por exemplo, o cartão custa R$ 14,90, com tarifa de manutenção por R$ 5 mensais, cobrança de R$ 2,50 por recarga e R$ 5,90 por saque, com limite de até R$ 5 mil em recargas por mês. As bandeiras do cartão são as convencionais.
A diretora de produtos pré-pagos da Visa, Olívia Aki, reforça que não há concorrência entre este mecanismo e as operações convencionais de redes bancárias, sendo uma tendência para os próximos oito anos. “Temos oportunidades de expansão deste mercado voltado aos jovens, empresas e a já estabelecida compra pela internet”, comentou.
Para o professor de economia da Universidade de São Caetano, Alexandre Gaino, a população está mais consciente sobre a necessidade da educação financeira, que permita o controle frente às novas modalidades de compra. “Os fatores conjunturais e estruturais da economia limitam o acesso ao crédito e os consumidores devem começar a restringir dentro do próprio orçamento o potencial de gastos”, relatou.
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