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DATA DA PUBLICAÇÃO 17/02/2012 | Economia
Carnaval do Rio se veste com tecidos importados da China
Carnaval do Rio se veste com tecidos importados da China Foliões de divertem no bloco Cordão do Boitatá, no Carnaval do ano passado, na Praça XV, no centro do Rio de Janeiro. A compra de fantasias foi retomada há dois anos, quando
Foliões de divertem no bloco Cordão do Boitatá, no Carnaval do ano passado, na Praça XV, no centro do Rio de Janeiro. A compra de fantasias foi retomada há dois anos, quando "os carnavais de rua ganharam força", diz Jonatan Schmidt, presidente da Abitex / Foto: Marcos Arcoverde/Agência Estado
Brasil produz apenas 15% dos tecidos sintéticos, os mais procurados para fantasias

A China está mais presente do que nunca no Carnaval do Rio, uma vez que trajes e fantasias que enfeitam a festa popular são fabricados com tecidos sintéticos importados do país asiático, o maior fornecedor do mundo.

A poucas horas da abertura do Carnaval, as escolas de samba fazem os ajustes finais no vestuário que vão exibir nas noites de domingo (19) e segunda-feira (20) no Sambódromo, o 'templo do samba'. Centenas de trabalhadores se apressam em pregar lantejoulas e enfeitar com 'strass', que imitam brilhantes, os tecidos coloridos das fantasias e os carros alegóricos.

As pessoas se aglomeram nas lojas de 11 ruas do centro de Rio, na chamada Saara, Sociedade de Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega, onde o comércio popular ocupa mais de 600 sobrados, pertencentes a árabes e judeus que trabalham e convivem em paz há mais de 100 anos.

Compram máscaras, fantasias, chapéus, perucas e óculos enormes, com os quais se enfeitam para cair no samba nos inúmeros blocos de rua da cidade.

A confecção das alegorias das escolas de samba é artesanal com as fantasias feitas por um time de costureiras que se esmeram nos 'barracos' das escolas, para dar conta da tarefa; mas a matéria-prima vem da China, como explicou Jonatan Schmidt, presidente da Abitex (Associação Brasileira de Importadores Têxteis).

- No Brasil, produzimos apenas 15% dos tecidos sintéticos de que precisamos para o Carnaval; o restante é importado em grande parte da China. O número de fantasias que vêm do exterior não é relevante, o importante é a matéria-prima que compramos.

Em 2011, a produção têxtil brasileira registrou uma queda de 14,9%, enquanto as importações subiram 53% em relação ao ano anterior, indo para 1,085 bilhão de dólares, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) reproduzidos pela imprensa local. A principal fonte de abastecimento foi a China, que possui "o maior parque industrial do mundo, com preços competitivos e boa qualidade, enquanto o Brasil não tem fábricas de tecidos sintéticos", o que obriga à importação, indicou Schmidt.

Nas Lojas Silmer, uma das maiores de vendas de fantasia do Rio, as pessoas fazem fila para as compras de carnaval. O encarregado dos negócios, Claudio Muniz, disse que cerca de "1.500 pessoas compram diariamente".

- 50% dos produtos vendidos vêm da China, sendo mais baratos entre 20% e 25% que os similares nacionais e em 90% das fantasias são empregados materiais chineses.

Para Schmidt, 'o brasileiro procura, em geral, uma fantasia barata, descartável, fresca, que não precisa ser lavada ou passada".

- Tem que ser algo prático, e os tecidos como algodão, seda, não cumprem os requisitos. São caros e nada práticos.

Mas os clientes nem sempre estão satisfeitos com os preços que consideram altos. Giovana, una representante comercial de 29 anos, passeou pelas muitas opções oferecidas pelas lojas Silmer buscando uma fantasia de havaiana. No final, comprou um colar por R$ 2,90 e "o resto, vai improvisar", disse ela.

Andrea, advogada de 28 anos, diz que o vestido que estava querendo sai por R$ 80.

- É muito caro, vou dar um jeito e levar isto aqui que custa R$ 13. O vestido que estava querendo sai por R$ 80 reais.

A compra de fantasias foi retomada há dois anos, quando "os carnavais de rua ganharam força", explicou Muniz.

Segundo a AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), entre janeiro e novembro de 2011, a balança comercial no setor de têxteis foi negativa para o país em US$ 3,409 bilhões, representando uma perda de US$ 830 milhões superior à do ano anterior.

O Brasil exporta principalmente para a China - seu maior parceiro comercial - produtos primários e importa manufaturados, o que vem sendo motivo de susceptibilidades por parte da indústria brasileira, que se queixa de estar perdendo competitividade.

Esta semana, numa reunião em Brasília, o governo de Dilma Rousseff pediu ao vice-primeiro-ministro chinês, Wang Qishan, que seu país contenha as exportações em massa de calçados, têxteis e outros produtos como os carros, que inundaram recentemente o mercado brasileiro, informou uma alta fonte da Chancelaria.

No entanto, Schmidt insistiu em que o papel da China no carnaval do Rio de Janeiro "é fundamental" e explicou que se o governo "proibir as importações de tecido sintético, a confecção (de fantasias para o carnaval) simplesmente vai parar".

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Por R7 - AFP
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