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DATA DA PUBLICAÇÃO 22/06/2014 | Saúde e Ciência
Camisinha ainda é tabu
Camisinha ainda é tabu Foto: Divulgação - Diário Online
Foto: Divulgação - Diário Online
Camisinha ainda causa vergonha, receio, constrangimento e polêmica. Não deveria ser assim. Há quem ainda acredite que diminui o prazer e atrasa a relação. Não é verdade.

Nem todos lembram que, além de prevenir doenças e gravidez – algo que já deveria ser de conhecimento geral –, o uso do preservativo deixa o parceiro mais seguro. “É prova de carinho e vantagem usada para aumentar o prazer. Deixa o menino mais habilidoso e cuidadoso com o corpo”, diz Albertina Duarte, ginecologista e coordenadora do Programa de Saúde do Adolescente da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.

Por que, então, grande parte dos adolescentes ainda não se protege? De acordo com o II Lenad (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas), 34,1% dos jovens entre 14 e 25 anos nunca ou quase nunca usam preservativo. “É questão cultural. Existe a liberdade sexual, mas falta o alicerce da prevenção e educação”, afirma Clarice Madruga, psicóloga da Unifesp e uma das pesquisadoras do estudo.

Para Rodrigo*, 14 anos, de Santo André, alguns adolescentes têm vergonha de pegar camisinha no posto de Saúde. Segundo Ludmila*, 17, de Mauá, outros não querem perder tempo na hora da relação.

Para não ficar inseguro durante o sexo, é importante praticar o uso da camisinha antes da primeira vez. “É bom se masturbar com o preservativo. Precisa ter relação mais real com o próprio corpo. Isso ajuda a dar tranquilidade na hora da relação de verdade”, explica o hebiatra Mauro Fisberg, do setor de Medicina da Adolescência da Escola Paulista de Medicina.

De acordo com Albertina, as meninas também podem experimentar colocar a camisinha no próprio dedo para perceber que não afeta a sensibilidade. “Deixar de usar preservativo é como beijar sem escovar os dentes. Se o aparelho, que é de ferro, não atrapalha, a camisinha menos ainda”, afirma a ginecologista.

Mas o tabu ainda é gigantesco. A equipe do D+ teve dificuldade para encontrar adolescentes e escolas que aceitassem falar sobre o assunto. “Tem de conversar em todos os sentidos, em casa, na escola, com os amigos, de uma forma científica, não moralista”, diz Clarice.

Só tome cuidado para não acreditar em completamente tudo o que os amigos dizem ou no que encontra na internet. Se tiver dificuldade de falar com pais ou professores para tirar dúvidas, procure um pediatra, hebiatra ou sites confiáveis, como o do Ministério da Saúde (www.aids.gov.br).

A camisinha é encontrada em farmácias e supermercados e distribuída gratuitamente em postos de Saúde. Lembre-se sempre de procurar o selo do Inmetro, usar lubrificada e colocar do modo correto. Guarde longe do calor. Apesar da resistência do preservativo, o bolso e a carteira não são os melhores lugares para armazenar por muito tempo.

*Os nomes foram alterados para preservar a identidade das fontes.

Precisa conversar sempre!

Em março, 30,8 mil meninas entre 11 e 13 anos foram vacinadas contra o HPV no Grande ABC. Mas outras 17,5 mil ficaram sem a proteção. Especialistas acreditam que alguns pais têm medo de incentivar o início da vida sexual dos filhos por meio de conversas e da vacina. “Ninguém está dizendo que vai antecipar o processo. Não é porque adquire conhecimento que terá contato com sexo”, afirma o hebiatra Mauro Fisberg. “Quando começa o interesse por ficar ou namorar, precisa conversar.”

Para a ginecologista Albertina Duarte, o tipo de abordagem, às vezes, dificulta o papo. “Assim como o corte de cabelo e o esmalte, o uso da camisinha pode pegar rapidinho e se tornar estilo de vida. Se os jogadores de futebol fizessem propaganda falando que usam, por exemplo, seriam seguidos pelos jovens.”

Segundo especialistas, adolescentes em todo o mundo iniciam a vida sexual cada vez mais cedo. Por isso, em 2015, a vacina contra o HPV será destinada às meninas de 10 a 13 anos. Em 2016, passará a ser aplicada a partir dos 9 anos.

Por Caroline Garcia e Caroline Ropero - Diário do Grande ABC
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