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DATA DA PUBLICAÇÃO 24/05/2018 | Economia
Caminhoneiros param na região e pedem corte de R$ 1 no diesel
Caminhoneiros param na região e pedem corte de R$ 1 no diesel Categoria paralisa Rodoanel até que o governo sinalize redução efetiva no custo do insumo. Foto: Celso Luiz/DGABC
Categoria paralisa Rodoanel até que o governo sinalize redução efetiva no custo do insumo. Foto: Celso Luiz/DGABC
No segundo dia da paralisação de caminhoneiros no Grande ABC, motoristas interromperam parte do fluxo no Rodoanel, na altura do Km 72, em ambos sentidos na tarde de ontem. O protesto segue por tempo indeterminado, até que seja sinalizada diminuição efetiva no valor do combustível pelo governo federal. A categoria reivindica redução de, pelo menos, 30% no preço do diesel, ou cerca de R$ 1.

Na noite de ontem, os veículos ampliaram a mobilização e ocupavam mais de 68 quilômetros do anel viário sentido Mauá e, em direção à Rodovia Régis Bittencourt, mais de 42 quilômetros. Durante a tarde, quando a equipe do Diário esteve no local, havia cerca de 300 caminhões em cada sentido.

Hoje, o valor gasto para abastecer os veículos supera os ganhos da categoria. Para se ter ideia, enquanto um carro de passeio roda 12 quilômetros por litro de gasolina, um caminhão faz apenas 2,2 quilômetros por litro de óleo diesel. No caso dos caminhões-cegonha, o consumo chega a 800 metros por litro. Considerando o diesel a R$ 3,89, segundo o Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMRR), e que o tanque possui 800 litros, para enchê-lo são necessários R$ 3.112. Para efeito de comparação, a diária da mão de obra gira em torno de 10% do valor.

“O combustível sempre pesou no nosso orçamento, mas, nos últimos quatro meses, a situação piorou porque o preço aumentou muito. Estamos pagando para trabalhar”, afirmou Denivaldo Santos, o Dede, 38 anos e caminhoneiro há 20. “Estamos ‘nas últimas’ faz tempo e, do jeito que está, não dá mais para trabalhar”, completou Leandro Pereira, 33, que se considera fretista há mais de 20 anos, dado que acompanha conhecidos nas viagens desde os 13.

“É uma luta não apenas dos motoristas, mas de toda sociedade. Se o diesel não ficar mais barato, seremos obrigados a aumentar o valor do frete e, com isso, alimentos, medicamentos e outros produtos ficarão mais caros para a população”, destacou Fernando Romano, 43, fretista há 25. “Estamos pagando o preço dos roubos feitos na Petrobras.”

PALIATIVO - A paralisação pode deixar cinco aeroportos (incluindo o de Congonhas) sem combustível a partir de hoje, assim como colocar frota menor de ônibus na rua. A EMTU-SP informou que as empresas de ônibus metropolitanos estão enfrentando problemas de abastecimento da frota nas regiões de São Paulo, Baixada Santista, Campinas, Vale do Paraíba-Litoral Norte e Sorocaba. “A EMTU-SP orientou as concessionárias e permissionárias a priorizar a operação nos horários de pico e nas linhas onde há maior número de passageiros transportados.”

Diante do temor de desabastecimento sem precedentes, no início da noite a Petrobras anunciou redução de 10% no preço do óleo diesel nas refinarias durante 15 dias. Deste modo, o corte será de R$ 0,23 na origem e de, aproximadamente, R$ 0,25 nas bombas.

Segundo Pedro Parente, presidente da companhia, a decisão visa contribuir para trégua no movimento dos caminhoneiros. Entretanto, os profissionais avaliam que a medida não é suficiente pois, além de ser temporária, não apresenta decréscimo suficiente que viabilize a atividade.

Na tarde de ontem, representantes da categoria se reuniram com os ministros com o objetivo de buscar soluções para encerrar a paralisação. O governo pediu uma semana para negociar solução ao preço do diesel, contudo, os caminhoneiros a rejeitaram e deram até amanhã para apresentação de proposta. Enquanto isso, o setor segue bloqueando, parcialmente, vias ao redor do País e autorizando o tráfego de medicamentos, carga viva e perecíveis. Entretanto, caso não haja acordo, a paralisação será total a partir de sábado, disse José da Fonseca Lopes, presidente da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros).

A União, por sua vez, informou que está estudando reduzir ou zerar o PIS/Cofins do combustível. “Se formos tirar, temos que indicar a compensação. Mas isso também tem que passar pelo Legislativo”, ressaltou o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

DECISÃO - Na noite de ontem, a AGU (Advocacia-Geral da União) obteve nove decisões que proíbem a obstrução de rodovias federais. No entanto, no Estado de São Paulo houve o ajuizamento de ações, mas as decisões ainda são aguardadas.

O protesto na região foi impulsionado pela greve que acontece em nove Estados e no Distrito Federal desde segunda-feira. Tais movimentos são incentivados pela Abcam, que pleiteia retirada do PIS/Cofins e da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre o óleo diesel. Na terça-feira, a Câmara anunciou suspensão da Cide, equivalente a R$ 0,05 no custo do combustível. No entanto, os profissionais assinalam que o corte é pequeno.

Por Flavia Kurotori - Especial para o Diário
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