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DATA DA PUBLICAÇÃO 13/01/2012 | Turismo
Caminho do Vinho é opção de turismo na Região de Curitiba
Destino turístico rural fica em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana.

Boas histórias e comida italiana podem ser encontradas na Colônia Mergulhão.

Como em boa parte das áreas rurais, o sinal das operadoras também é fraco na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Além disso, você precisará de bastante bateria no aparelho para contar aos amigos todas as histórias que ouvirá após cruzar o portal que indica o início do Caminho do Vinho. E, tal como manda a tradição italiana, o que não faltam no Caminho do Vinho são boas histórias para se ouvir.

A primeira história é a da própria colônia, que nasceu no fim do século 19, quando algumas famílias de imigrantes italianos chegaram ao litoral paranaense, mas não se adaptaram ao clima e subiram a serra.

Como conta a presidente da Associação Caminho do Vinho, Rosana Juliatto Pissaia, na época da chegada dos primeiros italianos, a região era dominada por poloneses, que hoje se concentram na Colônia Muricy, próximo ao Mergulhão. “Para se estabelecerem no local, os italianos acabaram se adaptando aos costumes poloneses, iam à igreja deles, enfim, acabaram perdendo parte da sua identidade”, diz. Segundo Rosana, um dos objetivos do Caminho do Vinho é resgatar a cultura que quase se perdeu ao longo dos anos.

Apesar de a influência polonesa ter sido forte nos primeiros anos de imigração, a cultura da uva e a produção do vinho se mantiveram em quase todas as famílias. “Antigamente as uvas eram amassadas com um rolo de madeira”, lembra Leopoldo Bortolan, fundador de uma das vinícolas do Caminho do Vinho. “Aqui tinha muita gente que amassava a uva com os pés e carregava o vinho em baldes abertos”, conta Rosana.

O Caminho
A ideia do Caminho do Vinho começou a tomar forma no fim dos 90. Até então, boa parte dos moradores fabricava o vinho para consumo próprio e vendiam outra parte da produção na porta de casa. Segundo Rosana, com o auxílio da Prefeitura, os moradores criaram uma associação para se organizar e transformar a Colônia Mergulhão em destino turístico rural. “No início, sempre havia discussões e bate-boca, hoje em dia, nos reunimos semanalmente e todos os participantes apoiam a ideia”, diz.

Com a visibilidade, todo o processo também precisou se modernizar e se adequar aos padrões exigidos pelo Ministério da Saúde. Assim, os tonéis de uvas para serem amassadas com os pés e os barris de madeira cheios de vinho se tornaram apenas objetos de decoração e memória. Hoje, quem ocupa esse lugar são máquinas modernas, barris de metal e bastante tecnologia. “A única coisa realmente manual é a colocação de rótulos, conta José Roberto Perbiche, dono da empresa Vinhos Dom Roberto.

Além da produção de vinhos, a música e a dança da Itália permanecem vivas. Há um grupo folclórico na região, que se reúne todos os sábado à noite, em uma das propriedades para ensaiar.

Para além do vinho
As atrações vão além do vinho produzido pelos descendentes de italianos. Há desde chácaras de lazer até cafés coloniais, restaurantes e um museu, que fica na propriedade de Perbiche e tem entrada gratuita.

Perbiche conta que a ideia do museu surgiu para atrair mais clientes. “Vinhos todos produzem. Eu queria ter alguma coisa para chamar a atenção dos visitantes para a minha propriedade”, diz.

Segundo ele, as primeiras peças estavam guardadas em casa e, mais tarde, os visitantes ajudaram a enriquecer o acervo. “Quando as pessoas começaram a aparecer, um foi trazendo uma peça, aí outro trouxe mais outra e assim ficou com tudo isso”.

Uma das peças que ele gosta de mostrar é o pedaço da asa de um avião da Cruzeiro do Sul, que caiu na cidade em 1958, perto da Colônia Mergulhão. No acidente, morreram 18 pessoas e dez sobreviveram.

Dentre as vítimas estava o político catarinense Nereu Ramos, que presidiu o Brasil durante três meses, entre o período da morte de Getúlio Vargas e o início do governo de Juscelino Kubitschek. Outra vítima fatal foi o então governador de Santa Catarina, Jorge Lacerda.

Chácara e gastronomia
Na parte das chácaras de lazer, há algumas opções, mas a maioria dos espaços são abertos apenas para eventos privados, com reservas antecipadas. O único lugar que abre para visitantes do Caminho do Vinho é o Recanto Inspiração, que todos os domingos cobra R$ 10 por pessoa. No Restaurante Vô João também é possível se divertir com passeios a cavalo, além de experimentar a comida caseira servida no local.

Em cada uma das vinícolas e cantinas é possível experimentar outras delícias da culinária italiana, como salames e queijos. Uma pedida é o salame feito com vinho, feito na chácara Vô Dide.

Depois de passear, beber vinho, conhecer histórias da colonização italiana no Paraná, talvez passear a cavalo ou curtir piscina, a opção é descansar e tomar um bom café colonial. Para isso, há várias opções.

Uma delas é o Café Casarão, das irmãs Irene, Célia e Gemma. No buffet, há várias opções de pratos doces e salgados e há também um dos segredos do Caminho do Vinho: o café batido do Casarão. Outra opção é o Casa Bela Café Colonial. Ambos funcionam aos sábados e domingos.

Como chegar
Para conhecer o Caminho do Vinho, os visitantes podem ir pela rodovia BR-376, pegar a saída do Trevo do Bradesco e entrar na rua que inicia ao lado do banco. Há diversas placas orientando os turistas.

Outra opção é a Linha Turismo, que sai do Shopping São José, na Rua Izabel A Redentora, 1434, no Centro da cidade. O passeio guiado dura cerca de cinco horas e custa R$ 15 por pessoa. Crianças menores de cinco anos não pagam a passagem. No site da associação é possível conferir os itinerários e o calendário completo de funcionamento da linha.

Por Samuel Nunes - G1 PR
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