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DATA DA PUBLICAÇÃO 19/08/2007 | Setecidades
Câmeras vão monitorar prostituição na Industrial
Até o fim do ano, a Prefeitura de Santo André irá instalar 11 câmeras de monitoramento no corredor formado pelas avenidas Industrial, Dom Pedro II e a rua dos Coqueiros. O principal pólo de prostituição de rua do Grande ABC passará a ser observado, 24 horas por dia.

“Queremos moralizar essa região”, afirma o prefeito de Santo André, João Avamileno (PT). O objetivo não é acabar com a prostituição – profissão reconhecida até mesmo pelo Ministério do Trabalho – mas inibir crimes impulsionados por ela, como assaltos, tráfico e a exploração sexual.

O projeto prevê ainda a para o corredor a construção de uma companhia da Polícia Militar, de uma base da Guarda Civil Municipal e de uma delegacia. Não foi estabelecido cronograma, nem orçamento para efetivar essas ações. Só o monitoramento por câmeras custará R$ 1,3 milhão.

A maior parte do dinheiro – R$ 800 mil, no total – sairá do tesouro municipal. O restante será repassado pelo Governo Federal. As câmeras terão giro de 360º e poderão fazer a aproximação de até 400 metros e permitirão o detalhamento de objetos e pessoas. As imagens terão boa definição mesmo durante a noite.

Para evitar atos de vandalismo, as câmeras serão blindadas e ficarão posicionadas a 15 metros do chão. Os pontos escolhidos para instalação têm como base locais de maior concentração de crimes, de acordo com mapeamento do Infocrim – banco de dados da polícia que cruza ocorrências registradas na cidade.

As imagens captadas serão repassadas para uma central, que funcionará em parceria entre a Prefeitura de Santo André e as polícias Civil e Militar. As ações estão sendo discutidas desde abril desse ano em plenárias para discussão do plano municipal de segurança pública.

De acordo com a Assessoria de Políticas de Prevenção à Violência Urbana, as ações fazem parte da primeira fase do projeto e contará com outras oito câmeras espalhadas em outros pontos da cidade. Os próximos passos do programa de segurança não foram revelados pelo município.

=> Diadema é pioneira no monitoramento nas ruas

Diadema foi a primeira cidade a adotar câmeras nas ruas como medida de segurança. Tudo começou com uma parceria entre a Prefeitura e empresários no Campanário.

O ano era 2004, e o serviço foi iniciado com apenas três equipamentos. “Existem diversas facetas na criminalidade e em todos os seus moldes às câmeras foram de grande utilidade”, explicou a secretária de Defesa Social, Regina Miki.

Após esse processo inicial, a administração garantiu uma parceria com a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), possibilitando assim que 30 equipamentos garantam hoje o monitoramento eletrônico de segurança. Mais de R$ 1,1 milhão foram investidos em todo esse processo.

“Os crimes de furto e roubo de veículos são os que mais perderam seu potencial, pois já foi possível efetuar muitos flagrantes”, diz Regina.

Cerca de R$ 12 mil por mês são gastos na manutenção preventiva e até o fim de outubro mais 14 câmeras serão instaladas.

=> Travestis acreditam em queda de crimes

Travestis que se prostituem na Avenida Industrial e foram ouvidos pela reportagem estão divididos diante do projeto de monitoramento do corredor por câmeras. Parte acredita que os equipamentos servirão para reduzir a ação de criminosos que se aproveitam da movimentação no trecho para agir.

Por outro lado, todos são unânimes ao afirmar que a clientela vai cair. Muitos clientes, segundo eles, ao saberem que estão sendo filmados deixarão de freqüentar o local.

“A maioria dos homens que vem atrás de nós é casada. Quem vai querer ter o rosto escrachado?”, afirma um travesti de 19 anos conhecido por Elen, que há quatro meses faz programas na Industrial. Assim como os outros entrevistados pela reportagem, Elen não quis revelar sua identidade.

Em comum, eles contam histórias de humilhação e abuso vividas na Avenida Industrial e redondezas.

“Já levei até garrafada na cabeça”, disse um travesti, de 18 anos. Quando chegou na Industrial, ainda não havia completado a maioridade. Para conseguir uma renda de cerca de R$ 500 por mês, diz trabalhar todos os dias e fazer de quatro a cinco programas por noite. O encontro varia de R$ 40 a R$ 50.

“Essa é a minha única fonte de renda. Se for prejudicada não sei como vou fazer para sobreviver”, diz o travesti.

Eles admitem, no entanto, que a prostituição atrai outros tipos de crimes. “Tem gente que aproveita para roubar quando o cliente pára o carro. Mas isso acontece só em alguns pontos daqui”, afirma outro travesti.

Rede - A Prefeitura não acredita que o monitoramento do corredor formado pelas Avenidas Industrial, Dom Pedro II e a Rua dos Coqueiros causará a migração da prostituição para outros pontos da cidade, em função da rede já estabelecida nesse trecho.

São bares, drives e motéis que, segundo a administração, facilitam a prostituição. Desde abril, esses estabelecimentos estão sendo fiscalizados. Muitos deles, ainda de acordo com a administração, funcionam sem alvará. Não foi revelada a lista com os estabelecimentos em situação irregular.

Por Rodrigo Cipriano e Leandro Baldini - Diário do Grande ABC / Foto: Google Imagem
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