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São Paulo cria mais um exame para alunos da rede municipal
DATA DA PUBLICAÇÃO 21/05/2009 | Educação
Câmara de SP tem projeto que cria lista de alunos malcriados
Um projeto aprovado em primeira votação na Câmara prevê a criação de uma lista de alunos malcriados na rede municipal de São Paulo. Pela proposta, as escolas terão de criar um registro dos estudantes que ofendem ou intimidam os colegas --o "bullying".

Para entrar em vigor, o projeto do vereador Gabriel Chalita (PSDB) precisa ser aprovado em segunda votação e depois sancionado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM).

A proposta prevê que as escolas mantenham um histórico das ofensas, que será enviado à Secretaria Municipal da Educação. Em tese, esse registro permitiria ao município montar uma lista com os nomes dos agressores.

O autor da proposta nega que essa seja a intenção. "A minha visão é ter um diagnóstico do que acontece, até para saber como agir. Não tem criminalização nenhuma, queremos apenas saber como está esse problema", diz Chalita, que foi secretário estadual da Educação no governo Geraldo Alckmin (PSDB). Se a lei for aprovada, o modo de aplicação nas escolas será decidido pela prefeitura.

Uma das pioneiras do estudo das ofensas nas escolas, a educadora e pesquisadora Cleo Fante, presidente do Cemeobes (Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientação sobre o Bullying Escolar), aprova a iniciativa. "Esse fenômeno cresce em todo o mundo. E é importante que o diagnóstico comece cedo, já estamos identificando esse comportamento em crianças de três, quatro anos. É um problema muito grave que deixa sequelas para sempre.

Mas ela faz uma ressalva. "Não bastam apenas leis que obriguem a escola a trabalhar com a questão. Tem que haver garantias de que a lei seja cumprida, que é o mais importante de tudo", afirma.

Chalita afirma que escolheu esse tema para seu primeiro projeto porque ele "é um dos grandes males da educação". "A escola tem que ser um espaço de acolhimento, de respeito, onde as pessoas possam ir com tranquilidade. Os pais têm que saber que naquele espaço as pessoas serão respeitadas, não agredidas e humilhadas."

Agressão

Há dois anos, Vitor Fernando Jesus Severino, 16 anos, começou a sentir o significado do termo "bullying" na pele. Aluno de uma escola pública na Lapa (zona oeste de SP), ele começou a ser ameaçado física e verbalmente por um grupo de alunos mais velhos, que implicaram com o jeito dele. "Um dia, eles puxaram o meu cabelo. Depois, jogaram comida em mim na hora do intervalo. Eles me xingavam, cheguei a levar chutes.

A mãe do menino, Sebastiana Maria de Jesus, 52 anos, estranhou quando o filho começou a ficar tímido e quieto. "Ele não queria ir à escola. Demorou até que ele conseguisse me contar o que estava acontecendo. Nem de casa ele queria mais sair. Quando soube das agressões, fiquei apavorada."

Ela procurou a direção da escola. "Eles começaram a fazer um trabalho com a turma. Tudo melhorou", conta Sebastiana. Vitor, que está no segundo ano do ensino médio, segue na escola."

A mesma sorte não tem a neta de Rita Elaine Vieira Garbin, 51 anos. Gabriela, 11, é discriminada no colégio onde estuda, em Orlândia (365 km de SP). Rita conta que, há um ano, a menina é humilhada. "Uma professora a chamou de bolinha de queijo. Claro que os alunos se sentiram autorizados a ofendê-la."

Por Jéssika Torrezan - Agora / Folha de São Paulo
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