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DATA DA PUBLICAÇÃO 19/05/2015 | Setecidades
Caixas dos Correios se tornam raridades no ABCD
Caixas dos Correios se tornam raridades no ABCD Caixas de Correios estão, aos poucos, desaparecendo na Região. Foto: Andris Bovo
Caixas de Correios estão, aos poucos, desaparecendo na Região. Foto: Andris Bovo
Cartas foram substituídas por e-mail ou mensagens digitais, mas há quem não abra mão do papel

Edilse Rodrigues escreve cartas. Ela tem acesso a todas as novas tecnologias (e-mail, WhatsApp etc.), mas o prazer de selecionar o papel adequado e desenhar as palavras ainda seduz a bancária aposentada. É uma rotina semanal trocar postagens com várias pessoas não só do País, como do mundo. A tradição já dura mais de 40 anos e, entre tantas páginas, ela conheceu duas gerações de uma família da Dinamarca.

Moradora de São Caetano, Edilse se diz apaixonada pela escrita. Não pretende largar papel e caneta. O hábito pode parecer incomum para muita gente. Até mesmo os Correios confirmam que enviar cartas é o serviço menos procurado pela população.

Um termômetro para a queda nas postagens do tipo são as caixas coletoras. São amarelas e ficam instaladas nas calçadas. É simples o processo: depois de selada e devidamente endereçada pelo usuário, a carta pode ser depositada nessas urnas urbanas. Diariamente os carteiros recolhem as postagens e encaminham para a central de envio.

Média baixa - Conforme os Correios, no ABCD existem 340 caixas de coleta instaladas em diversos logradouros. Em média, é o equivalente a dizer que em cada cidade estão instalados 48 desses equipamentos, ou menos de 0,01 por habitante.

“Houve uma redução na procura, mas ainda há utilização para postagens de cartas simples já seladas ou aerogramas (carta enviada por correio aéreo). A caixa de coleta é um serviço de conveniência, destinado à recepção de correspondências simples, instalada em locais de fácil acesso e fluxo de pessoas”, explicou a assessoria de imprensa dos Correios.

Além da queda no uso, as caixas existentes ainda são alvo de vandalismo. “Em relação aos atos de vandalismo, a empresa realiza manutenção corretiva, sendo que as principais ocorrências são relativas a problemas na pintura por conta de pichação ou reparos devido à destruição por vândalos.”

Paixão pelo ritual de escrever se mantém por gerações
Mesmo diante de tanto descaso com as caixas dos Correios, Edilse Rodrigues ainda mantém a paixão pelo ritual de escrever cartas e sair de casa para postá-las. Aos amigos mais íntimos, escreve quase todos os dias. “É muito bom receber uma carta, ver o papel que a pessoa escolheu, perceber a mudança na caligrafia ao longo dos anos”, explicou.

Tudo começou quando tinha 17 anos. Uma amiga a incentivou a fazer intercâmbio. Foi na Dinamarca que conheceu um rapaz que se tornou seu melhor amigo. “Por conta da distância, a gente não podia se ver com tanta frequência. A solução foi escrever cartas”, relembrou Edilse.

As cartas formaram uma montanha de papeis. Com mais de duas mil, ela releu uma por uma e selecionou as que a marcaram. “Eu aqui no Brasil e ele lá. Tivemos nossas famílias, filhos e netos. Conheci todos da família dele e até hoje nos correspondemos.”

Desse primeiro contato com as palavras escritas, Edilse espalhou a tradição para todas as pessoas que conheceu em viagens que fez ao longo da vida. “Uma amiga do Rio de Janeiro gostou tanto da ideia que não desistiu e também nos correspondemos sempre.”

Edilse prefere escrever e postar do que digitar e enviar. Até mesmo para pessoas que estão próximas, como alguns correspondentes de Rio Grande da Serra. Se depender dela, haverá vida longa às pobres caixas de Correios que ainda resistem no ABCD.

Por Renan Fonseca - ABCD Maior
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