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DATA DA PUBLICAÇÃO 27/08/2015 | Cidade
Caixa guarda raízes ancestrais das artes gráficas
Caixa guarda raízes ancestrais das artes gráficas Todo o processo de produção da xilogravura de Edson Ikê foi registrado em vídeo e pode ser conferido em vídeo. Foto: Divulgação
Todo o processo de produção da xilogravura de Edson Ikê foi registrado em vídeo e pode ser conferido em vídeo. Foto: Divulgação
Artista visual de Mauá lança caixa com quinze xilogravuras que remontam fábulas brasileiras

Conta a mitologia tupi-guarani que um índio Pirarucu, que era bravo guerreiro, mas de coração perverso e cheio de vaidades, foi castigado por Tupã -manifestação de um deus na forma do som de trovão- e condenado a viver nas profundezas do rio Tocantins, transformado num gigante e escuro peixe. Essa história está representada numa série de três xilogravuras que exploram grafismos indígenas e fazem parte da Caixa Especial Ensaiográfico: fábula gráfica brasileira, lançada por Edson Ikê.

Contendo quinze xilogravuras técnica de gravura na qual se utiliza madeira como matriz e possibilita a reprodução da imagem gravada sobre o papel ou outro suporte a Caixa guarda fábulas rasileiras que trazem em sua temática a presença de garrafadas, galos de briga, e figuras fantásticas, como sereias, pequenos demônios, quimeras, dragões, peixes, e seres relacionados a um universo mágico. Após o entalhe em madeira, as imagens foram impressas num processo que lembra o carimbo em papéis especiais, como japonês e chinês, em que o artista experimentou diferentes texturas.

Nascido em São Bernardo e morador de Mauá, Edson Ikê é um artista visual. Tendo o desenho como base, explora técnicas, materiais e possibilidades que os traços permitem. Entre suas ferramentas de produção estão desde o computador até lápis, passando por massinhas, carimbos e colagem. “Uso técnicas diferentes, e gosto muito da xilogravura por ser a raiz ancestral das artes gráficas. No mundo cada vez mais mediado pela máquina, e meios digitais, acredito que a xilogravura, recupera de certa forma habilidades manuais perdidas.”

O que impulsionou a ideia de trabalhar na Caixa foi a repercussão a cada vez que o artista publicava fotos das xilos. “Vi o interesses de muitas pessoas e resolvi fazer algo especial. É também uma realização pessoal, pelo gosto pelas artes gráficas, pelos papéis, madeiras... e como designer gráfico, ficava muito depende do computador, é uma forma de voltar as origens”

O retorno às habilidades manuais A gravura talhada em madeira, de onde se obtém ilustrações populares, era muito utilizada a partir do século 19 nas capas de folhetos da literatura de cordel. Era também usada para impressão de rótulos de garrafas, de cachaça e de outros produtos. Apesar de permanecerem pouco conhecidas as suas origens, acredita-se que a xilogravura popular nordestina tenha sido trazida por missionários portugueses que ensinaram a técnica aos índios.

Para Edson Ikê, o caminho até a xilogravura partiu dos fanzines. “Em relação a xilogravura, tinha abandonado um tempo, mas assisti um filme que me fez refletir sobre as habilidades manuais que andamos perdendo, o filme do [Mahatma] Gandhi, que fala do retorno as habilidades, ele mesmo fazia suas roupas... achei isso fantástico e voltei a gravar, tenho paixão pela gravura.”

Depois, um encantamento pelo gravurista lituano Lasar Segall serviu de estímulo para uma pesquisa mais aprofundada. “Pesquisei xilogravura alemã, japonesa e literatura de cordel.” contou o artista, que considera seu mestre o xilogravurista e cordelista pernambucano J. Borges, que nos anos 1970 desenhou a capa do livro As Palavras Andantes, de Eduardo Galeano. Entre outras referências importantes Edson Ikê cita o gravurista Gilvan Samico e o desenhista e artista plástico Marcelo Grassman. “E também o [gravador e ilustrador] Rubem Grilo, que conheci por uma coleção de jornais estilo Pasquim, que trazia muitas ilustrações dele”, completou.

Caixa Especial Ensaiográfico: fábula gráfica brasileira

15 xilogravuras 19 x 24,7 cm, impressas em papéis especiais. Para adquirir o contato é via Facebook: ike.ilustrador (mensagem). O preço é R$ 150.

Por Marina Bastos - ABCD Maior
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