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DATA DA PUBLICAÇÃO 17/10/2007 | Setecidades
Cabeleireiro sai da mata após 75 horas
O cabeleireiro André Luiz Pimentel, 21 anos, conseguiu sair da mata no início da noite de terça-feira após passar 75 horas desaparecido no Vale da Morte, em Paranapiacaba, uma das trilhas mais perigosas da Serra do Mar.

As buscas pelo rapaz estavam prestes a serem adiadas novamente para hoje cedo quando a equipe do Diário o encontrou cambaleando pela mata que dá acesso à trilha, junto à Rodovia SP-122. “Nunca mais volto para esse lugar”, desabafou Pimentel.

Sujo e vestindo apenas uma bermuda, o cabeleireiro disse ter se perdido após descer a Garganta do Diabo – um paredão com cerca de 15 metros de altura formado pela junção de três cachoeiras – perto de onde estava acampado.

Pimentel e cinco amigos deixaram Várzea Paulista (a 63 quilômetros de São Paulo, na Região Metropolitana) para passar o feriado de 12 de outubro na Cachoeira da Fumaça, uma das paradas na trilha do Vale da Morte, que segue até Cubatão.

Fome - Pimentel se separou do grupo no sábado para tirar fotos da cachoeira da Garganta. Nos três dias em que permaneceu desaparecido na mata, sua única fonte de energia era a água que conseguia beber dos rios que formam as quedas d’água.

“A última coisa que eu comi foi macarrão, às duas horas da tarde da sexta-feira”, disse ao sair da mata. Para conseguir chegar a Paranapiacaba, caminhou três dias seguidos, acompanhando o curso do rio. Só parou à noite para dormir.

Varredura - Os homens do COE (Comando de Operações Especiais) da Polícia Militar ainda faziam buscas para tentar encontrá-lo quando o motorista do jornal viu o cabeleireiro vagando pela mata, já sem forças.

Enquanto o motorista chamava os familiares de Pimentel, que acompanhavam as buscas a cerca de 100 metros dali, junto dos homens do Corpo de Bombeiros, a reportagem do Diário entrou na mata na direção do rapaz.

Reencontro - Só houve a confirmação de que se tratava do cabeleireiro após ele responder com um aceno aos chamados do cunhado. Faltavam menos de 30 minutos para escurecer. O reencontro de Pimentel com a família foi marcado por abraços e lágrimas.

“Quando recebi a notícia de que ele havia desaparecido, pensei no pior. Achei que tinha se afogado. Mas depois que a gente chegou aqui (em Paranapiacaba), passamos a ter esperança de que iríamos encontrá-lo. Graças a Deus, conseguimos”, diz a dona de casa Maria Ivete Pimentel, 49 anos, mãe do cabeleireiro.

Aventureiro passou três noites dormindo em poças de lama

Sem camiseta e descalço, o cabeleireiro André Luiz Pimentel, 21 anos, dormiu sobre poças de lama, formadas ao longo do rio que servia como referencial para ele conseguir encontrar a saída da mata.

Foram três noites ao relento, passando frio. Apesar de estar consciente, Pimentel articulava mal as palavras quando foi resgatado e não soube explicar ao certo como se perdeu durante a descida à Garganta do Diabo.

Segundo Homero Nepomuceno Duarte, professor da disciplina de Medicina de Urgência da Faculdade de Medicina ABC, se o cabeleireiro passasse mais uma noite na mata nas condições extremas em que estava, ele correria risco de morte por hipotermia grave.

COE ainda estava na mata quando aventureiro foi achado

Desde a tarde de domingo, equipes do COE (Comando de Operações Especiais) fazem buscas na Serra do Mar para tentar encontrá-lo. Seus amigos o procuraram durante um dia todo antes de relatarem seu sumiço.

O mau tempo prejudicou as operações. Primeiro foi a chuva, que aumentou o nível dos rios que acompanham a trilha do Vale da Morte. Duas das três quedas d’água que formam a garganta se uniram com a vazão.

A neblina também prejudicou a varredura ao longo da trilha. Na segunda-feira, o raio de visão era de cerca de cinco metros. Terça-feira, o dia amanheceu limpo, mas durante a tarde o nevoeiro voltou a cobrir a vegetação.

Helicóptero - O helicóptero Águia da Polícia Militar conseguiu fazer terça-feira, pela primeira vez desde o desaparecimento, alguns sobrevôos na área, mas as buscas eram interrompidas constantemente por conta da falta de visibilidade.

Três equipes do COE entraram na mata às 6h em busca do cabeleireiro. Ao contrário da estratégia utilizada nos dois primeiros dias, os homens entraram no Vale da Morte a partir de Cubatão, na Baixada Santista.

Noite - O grupo subiu o Rio Moji, pela Raiz da Serra. Quando Pimentel foi encontrado, às 18h30, eles ainda permaneciam dentro da mata. Os trabalhos só seriam encerrados após o por do Sol, devido a falta de visibilidade.

Por Rodrigo Cipriano - Diário do Grande ABC / Foto: Fernando Dantas
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