DATA DA PUBLICAÇÃO 16/06/2009 | Veículos
''Bruto'' aventureiro
O Rally dos Sertões é um dos mais perigosos do mundo. De carro ou de moto, convenhamos, não deve ser nada fácil encarar mais de 5 mil quilômetros de estradas e trilhas de terra, areia e pedregulhos sob o sol escaldante do cerrado brasileiro. Agora, imagine enfrentar essas dificuldades a bordo de um caminhão.
Para desvendar os segredos de um desses ‘brutos'' aventureiros, o Diário viajou até Tatuí (SP) para encontrar Edu Piano, um dos mais experientes pilotos do Rally dos Sertões, com 14 participações consecutivas, e que é responsável pela preparação de um Ford F-4000 4x4.
Como já era esperado - não precisava ser nenhum bidu para adivinhar -, o caminhão de rua, fabricado em São Bernardo, é quase 100% diferente do preparado para o rali. A começar pelo motor que, segundo Piano, é o mesmo do original, mas com partes totalmente retrabalhadas, como cabeçote e turbina. "O caminhão passa de 120 cv de potência para 265 cv", revela.
A transmissão também é diferente, desenvolvida pela ZF para o acréscimo de potência e torque, que chega aos 71 mkgf a 1.500 rpm. A relação, por exemplo, é alongada, proporcionando maior velocidade final. "A embreagem também é própria para competição", explica o piloto e preparador.
Um sistema importantíssimo é o de tração - principalmente tratando-se de Sertões. Piano usa um equipamento importado com acionamento por meio de alavanca e não botão, como o F-4000 4x4 de rua, lançado em 2008. O bloqueio do diferencial na traseira é importado, assim como o da dianteira. Ambos funcionam de maneira automática.
O sistema elétrico também é refeito. "É feito um chicote novo, inclusive um alternativo que impede, em caso de pane, que o motor desligue."
Os freios são a disco ventilado na dianteira e tambor na traseira, mas com pastilhas e lonas especiais.
Os pneus utilizados são os mesmos modelos de rua da Goodyear - 900 x 20 - reforçados nas laterais com seis vezes mais material. "É quase à prova de balas", brinca Piano. São dois na dianteira e quatro na traseira, mas, em especiais em trilhas de areia, o F-4000 usa apenas dois pneus na traseira - mais altos para evitar problemas com os facões.
Os sistemas de suspensão é reforçado para resistir aos pulos e buracos. Na dianteira, há um eixo rígido tubular com barra estabilizadora, feixe de molas parabólicas e dois amortecedores telescópicos hidráulicos de dupla ação por roda. Na traseira, eixo rígido, em aço estampado com barra estabilizadora, feixe de molas principal semi-elípticas e auxiliar com parabólicas, além de dois amortecedores telescópicos hidráulicos de dupla ação.
Força e potência impressionam
Depois de conhecermos cada detalhe do ‘bólido'', o piloto Edu Piano nos levou para dar uma volta no Ford F-4000 4x4. Como o que será utilizado na edição deste ano do Rally dos Sertões estava desmontado, acertando os detalhes para a prova, ‘passeamos'' no modelo anterior.
Com Piano ao volante, fomos no assento do mecânico - entre o piloto e navegador. A posição é incômoda. Mas não poderia ser diferente: trata-se de um caminhão de rali. O ar-condicionado, por exemplo, foi arrancado. Os estofados também. Assim como todo o painel de instrumentos e revestimentos internos. No lugar, barras de ferro para garantir a segurança dos ocupantes em caso de um capotamento foram instaladas.
Dentro da cabine, o motor ronca forte. Piano acelera e ‘colamos'' no banco. Com as poucas curvas que fez já deu para sentir que a tocada é forte.
Pulamos, então, para o banco do lado esquerdo para experimentar o ‘bruto''. A posição de dirigir é incômoda, o câmbio fica distante das mãos. A dirigibilidade é boa, mas, sem dúvida, o que merece mais destaque é a potência do motor.
Para desvendar os segredos de um desses ‘brutos'' aventureiros, o Diário viajou até Tatuí (SP) para encontrar Edu Piano, um dos mais experientes pilotos do Rally dos Sertões, com 14 participações consecutivas, e que é responsável pela preparação de um Ford F-4000 4x4.
Como já era esperado - não precisava ser nenhum bidu para adivinhar -, o caminhão de rua, fabricado em São Bernardo, é quase 100% diferente do preparado para o rali. A começar pelo motor que, segundo Piano, é o mesmo do original, mas com partes totalmente retrabalhadas, como cabeçote e turbina. "O caminhão passa de 120 cv de potência para 265 cv", revela.
A transmissão também é diferente, desenvolvida pela ZF para o acréscimo de potência e torque, que chega aos 71 mkgf a 1.500 rpm. A relação, por exemplo, é alongada, proporcionando maior velocidade final. "A embreagem também é própria para competição", explica o piloto e preparador.
Um sistema importantíssimo é o de tração - principalmente tratando-se de Sertões. Piano usa um equipamento importado com acionamento por meio de alavanca e não botão, como o F-4000 4x4 de rua, lançado em 2008. O bloqueio do diferencial na traseira é importado, assim como o da dianteira. Ambos funcionam de maneira automática.
O sistema elétrico também é refeito. "É feito um chicote novo, inclusive um alternativo que impede, em caso de pane, que o motor desligue."
Os freios são a disco ventilado na dianteira e tambor na traseira, mas com pastilhas e lonas especiais.
Os pneus utilizados são os mesmos modelos de rua da Goodyear - 900 x 20 - reforçados nas laterais com seis vezes mais material. "É quase à prova de balas", brinca Piano. São dois na dianteira e quatro na traseira, mas, em especiais em trilhas de areia, o F-4000 usa apenas dois pneus na traseira - mais altos para evitar problemas com os facões.
Os sistemas de suspensão é reforçado para resistir aos pulos e buracos. Na dianteira, há um eixo rígido tubular com barra estabilizadora, feixe de molas parabólicas e dois amortecedores telescópicos hidráulicos de dupla ação por roda. Na traseira, eixo rígido, em aço estampado com barra estabilizadora, feixe de molas principal semi-elípticas e auxiliar com parabólicas, além de dois amortecedores telescópicos hidráulicos de dupla ação.
Força e potência impressionam
Depois de conhecermos cada detalhe do ‘bólido'', o piloto Edu Piano nos levou para dar uma volta no Ford F-4000 4x4. Como o que será utilizado na edição deste ano do Rally dos Sertões estava desmontado, acertando os detalhes para a prova, ‘passeamos'' no modelo anterior.
Com Piano ao volante, fomos no assento do mecânico - entre o piloto e navegador. A posição é incômoda. Mas não poderia ser diferente: trata-se de um caminhão de rali. O ar-condicionado, por exemplo, foi arrancado. Os estofados também. Assim como todo o painel de instrumentos e revestimentos internos. No lugar, barras de ferro para garantir a segurança dos ocupantes em caso de um capotamento foram instaladas.
Dentro da cabine, o motor ronca forte. Piano acelera e ‘colamos'' no banco. Com as poucas curvas que fez já deu para sentir que a tocada é forte.
Pulamos, então, para o banco do lado esquerdo para experimentar o ‘bruto''. A posição de dirigir é incômoda, o câmbio fica distante das mãos. A dirigibilidade é boa, mas, sem dúvida, o que merece mais destaque é a potência do motor.
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