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DATA DA PUBLICAÇÃO 03/02/2011 | Internacional
Brasileiros temem guerra civil no Egito
As vozes ao telefone soam apreensivas, quando não apavoradas. Brasileiros, parte do grupo de 362 que residem hoje no Egito, vivem dias de terror e medo à espera de uma guerra civil, segundo relatos ouvidos pelo R7, de cidadãos vivendo no Cairo e em Alexandria.

Casada com um egípcio, Susy da Silva conta que, desde o último sábado (29), evita sair à rua e teve que deixar sua casa no Cairo, próxima das manifestações e embates entre aliados e adversários do presidente Hosni Mubarak.

Temporariamente na residência de sua cunhada, Susy diz que ninguém mais confia nas forças de segurança, como a polícia e o Exército, e que a tensão aumenta cada vez mais.

- Esta terça [2] foi o dia mais crítico. Podemos ouvir os tiros lá fora e pessoas comuns saem carregando pedaços de pau, espingardas e até pistolas. Estamos nos sentindo como se estivéssemos em uma guerra civil.

O jovem estudante Luiz Felipe Fritz, radicado também no Cairo, disse que só se sente seguro dentro de casa. Há apenas três meses no Egito, ele teria começado no novo emprego nesta semana, porém a empresa cancelou o treinamento e ainda não sabe quando poderá voltar à vida normal.

Grávida de seis meses, outra brasileira que acompanha ansiosa os desdobramentos da crise política no país é Elaine Mogossi, que vive com o marido egípcio em Alexandria, o segundo maior ponto das manifestações.

- O clima está pesado e o Egito mergulha no caos. Parece uma guerra civil.

Segundo Elaine, correm notícias de que os focos de violência e saques são promovidos pelo próprio governo para desmoralizar o movimento pacífico contra o atual regime.

Brasileiros reclamam de assistência do governo

Uma reclamação comum dos brasileiros, ao R7, foi sobre a fraca assistência da Embaixada do Brasil no Egito aos que desejam deixar ao país. Elaine conta que listou pelo menos 25 vivendo em Alexandria e muitos procuram informações sobre como deixar o Egito em segurança.

- Quem quer ir embora tem que se virar por conta própria. Alguns conseguiram com a ajuda de outros países, como o Chile e Portugal, que estão oferecendo vagas que sobraram em aviões fretados pelo governo.

Após noites sem dormir e vivendo à base de tranquilizantes, Suzy afirma que deixaria o Egito caso fosse oferecido algum suporte do governo brasileiro.

- Gostaria de sair, mas acabei de voltar do Brasil com meu marido e estamos sem condições de pagar a passagem. Além disso, os aeroportos estão lotados e é muito difícil conseguir bilhetes por conta própria.

Até o fechamento da reportagem, a Embaixada no Cairo permanecia fechada. A assessoria de imprensa do Itamaraty informou ao R7 que 64 turistas haviam procurado a ajuda do governo, mas muitos já estavam com a passagem de volta marcada.

Até então, o órgão desconhecia residentes no Egito que solicitaram apoio para voltar ao Brasil, mas que nesta quinta-feira (3) deve se atualizar sobre a situação junto à Embaixada.

Saiba como pedir ajuda ou localizar brasileiros no Egito

Embaixada do Brasil no Cairo colocou à disposição dos brasileiros os seguintes números telefônicos: (00xx202) 2575-6877 e 2577-3013. O número do plantão diplomático é: (00xx2010) 8177678.

O governo pede aos que estão no Egito, e têm dificuldades para contatar a embaixada (por conta dos cortes nos telefones locais), que entrem em contato com autoridades diretamente no Brasil, deixando o endereço de seus hotéis e o número de seus quartos.

Os contatos são:

E-mail:
dac@itamaraty.gov.br

Telefones: 55 (61) 3411-9718, 3411-8804, ou 3411-8808.

Por Paulo Resende - R7
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