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DATA DA PUBLICAÇÃO 24/01/2010 | Internacional
Brasileiros enfrentam falta de informações para adotar órfãos do Haiti
Sensibilizadas pela tragédia no Haiti, famílias brasileiras têm se oferecido para adotar as crianças do país que ficaram órfãs após o terremoto. A boa vontade, no entanto, esbarra na falta de informações. O Haiti não segue as leis internacionais sobre adoções interpaíses, por isso é preciso entrar em contato direto com as autoridades locais, com a ajuda da embaixada, para adotar um haitiano. Embaixada que, após o terremoto, não tem condições de lidar com o assunto.

No início da semana, a secretária da embaixada informou ao G1 que já tinha recebido mais de 300 pedidos de adoção vindos de brasileiros. Na sexta-feira, a reportagem procurou fazer um novo contato, para receber os números atualizados, mas ninguém atendeu o telefone.

Na terça-feira, a funcionária afirmou que é impossível para os diplomatas do órgão atenderem essas solicitações. “Neste momento, a situação ainda está muito crítica. Não há como cuidarmos disso agora. Talvez daqui a 30 dias”, disse ela.

As dificuldades, no entanto, não desanimam quem se comoveu com a tragédia. “Todo o esforço que eu puder fazer, eu vou fazer. Tudo que eu puder dar de bom, eu vou dar para essa criança”, disse Romilda Gomes, de São Paulo.

O Haiti não é signatário da Convenção de Haia, que regulamenta a adoção internacional. Por isso, não há como saber que caminho seguir para adotar uma criança haitiana sem a orientação e a mediação da embaixada.

Rosana Rodrigues Matheus, de Barbacena (MG), é uma das brasileiras que enviou e-mails à embaixada haitiana disposta a adotar uma criança. Ela conhece bem o assunto. Como advogada, trabalha em processos de adoção voluntariamente, sem cobrar honorários. “Digo aos meus clientes que meu trabalho nestas ações é um presente para as crianças que estão sendo adotadas”, conta Rosana.

Mesmo com tanto conhecimento, ela não consegue descobrir que caminho seguir para adotar uma criança do Haiti. “Mandei e-mail, mas não obtive resposta. Tentei me informar sobre o que é preciso fazer, mas está muito difícil”, explica. Com dois filhos biológicos, ela já tinha o desejo de adotar um terceiro há muitos anos.

“Eu e meu esposo temos esse plano. Desde o final do ano passado, estou preparando a documentação para entrar com o pedido de adoção. Mas daí aconteceu esse problema no Haiti e nós pensamos que podemos unir esse nosso desejo com uma forma de ajudar uma criança muito necessitada”, conta ela.

A dona de casa Iracilma Costa, de São Bernardo do Campo (SP), não chegou a enviar e-mails para a embaixada. Ela acompanha as notícias sobre a situação no Haiti pela internet, mas disse não ter encontrado como fazer o pedido. “Quero muito adotar uma criança haitiana, mas não sei nem por onde começar”, conta.

Iracilma já tem três filhos e pensou em adotar após ver a situação em Porto Príncipe. “Eu adoro criança. Vi a situação daqueles meninos ali e me abalou muito. Eu quero ajudar”, afirmou.

Iracilma já tem três filhos, mas se comoveu com a situação no Haiti (Foto: Mateus Mondini/G1) As dificuldades com o idioma diferente e o trauma vivido pelo possível novo filho não a assustam. “O amor é universal, você consegue falar com as pessoas só com ele. O que essas crianças mais precisam lá não é falar, é um contato, uma família”, afirma.

Romilda concorda. “Com jeitinho, com carinho e com tempo, tudo se resolve”, diz ela.

A empresária Suzana Souza, de Parintins (AM), também quer adotar uma criança haitiana independente das dificuldades. “Eles precisam se sentir seguros, porque o que viveram deve ser muito assustador. O resto, com o tempo, vamos adaptando”, afirma.

Ela acredita que a adoção é uma forma também de ajudar o Haiti no futuro. “Não quero que a criança perca os laços com seu país. Eu vou contar tudo que aconteceu ali, ensinar a história do povo dela. Para que um dia, se ela quiser, ela possa ajudar o país de onde veio”.

Por Marília Juste - G1, em São Paulo
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