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DATA DA PUBLICAÇÃO 04/12/2013 | Economia
Brasileiro terá de trabalhar mais 4 meses para ter o mesmo benefício
Brasileiro terá de trabalhar mais 4 meses para ter o mesmo benefício Imagem Ilustrativa. Foto: blog.dominusauditoria.com.br
Imagem Ilustrativa. Foto: blog.dominusauditoria.com.br
A boa notícia é que o brasileiro está vivendo cada vez mais. A má é que o aumento da expectativa de vida faz parte da equação do fator previdenciário que, ao incidir sobre o valor a receber na aposentadoria, reduz o benefício do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A lógica é: pagar menos para quem vai receber por mais tempo.

Como faz anualmente quando a folhinha marca dezembro, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) anunciou ontem que a expectativa de vida ao nascer no Brasil passou para 74,6 anos em 2012. O impacto disso nos rendimentos de quem pedir a aposentadoria por tempo de contribuição a partir deste mês é de, em média, 1,67% a menos pelo resto da vida. O prejuízo parece pequeno, mas, se for considerado prazo de cinco anos, um salário inteiro deixa de ser ganho.

“Quem não quiser perder esse valor terá de trabalhar, em média, mais quatro meses e dez dias antes de fazer o pedido ao INSS”, afirma a advogada especializada em Direito Previdenciário Marta Gueller.

Na nova tábua divulgada pelo órgão, um segurado com 55 anos de idade e 35 anos de contribuição que requerer a aposentadoria a partir de agora terá que contribuir por mais 153 dias corridos para manter o mesmo valor de benefício que se tivesse feito o requerimento antes de novembro acabar.

“Mas, é preciso fazer os cálculos cuidadosamente e sempre analisar caso a caso para ver o que compensa”, completa. A especialista dá um exemplo com números redondos: “Se a pessoa receber benefício de R$ 1.500, ela perde, em média, R$ 25 por mês. No final de 13 salários, o prejuízo é de R$ 325, ou seja, quase metade (48,5%) do salário-mínimo atual (R$ 678)”, descreve.

“Por outro lado, se o segurado tiver que contribuir por mais quatro meses com R$ 400 mensais, ele vai investir mais R$ 1.600 (mais que um mês de benefício). Aí é questão de verificar se vale a pena. Se requerer o benefício, não só não vai pagar a mais por ele como também vai recebê-lo”, observa a advogada. “Por isso, meu conselho é não perder tempo. Assim que completar o período necessário para solicitar a aposentadoria, o trabalhador deve fazê-lo, porque a tendência é que o aumento da expectativa de vida ocorra todos os anos e, consequentemente, o fator previdenciário achate ainda mais os rendimentos.”

MAIS CEDO - A advogada especializada em Previdência e tesoureira do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), Rafaela Cassetari, concorda e reitera: não vale a pena esperar. “Completou o número de contribuições, peça a aposentadoria”, aconselha. “No Brasil, a maioria se aposenta por tempo de contribuição, que é quando incide o fator previdenciário. Por exemplo, um homem que tenha começado a trabalhar com 18 anos completa os 35 anos de contribuição com 53 anos. É com ele que a Previdência está preocupada, porque ele vai viver mais e receber por mais tempo”, diz a advogada. No Grande ABC, 52% das aposentadorias ocorrem por tempo de contribuição, enquanto as aposentadorias por idade, são 25,6%. Na região, 15,5% se aposentam por invalidez e 6,8% têm aposentadoria especial.

ADIAMENTO - A expectativa de vida anunciada ontem pelo IBGE, de 74,6 anos, válida para homens e mulheres, se refere ao ano de 2012, e apresenta pequeno aumento de cinco meses e 12 dias em relação a 2011, quando a esperança de vida do brasileiro era de 74,1 anos. Mas, se comparada há dez anos, a expectativa de vida do brasileiro aumentou mais de três anos. Em 2002, era de 71 anos.

Para a população masculina, o aumento foi de quatro meses e dez dias, passando de 70,6 anos para 71 anos. Já para as mulheres, a esperança de vida ao nascer era de 77,7 anos em 2011 e passou para 78,3 anos em 2012, aumento de seis meses e 25 dias.

Os dados também permitem calcular a vida média para cada idade. Em 2012, segundo o IBGE, uma pessoa de 30 anos teria, em média, mais 47,4 anos de vida, enquanto uma de 40 anos viveria, em média, mais 38,3 anos. Já uma pessoa com 50 anos teria, em média, mais 29,6 anos de vida. É esse saldo que preocupa os economistas quando se trata de Previdência Social.

“O cálculo do que vale a pena tem de ser feito individualmente, mas, esperar mais alguns anos trabalhando por causa do fator pode não valer a pena. O fator considera a idade, mas varia ano a ano por conta da expectativa de vida. Ou seja, esperar mais um aniversário pode não compensar o redutor provocado pelo aumento da expectativa de vida”, diz Rafaela.


Por Andréa Ciaffone - Diário do Grande ABC
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