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DATA DA PUBLICAÇÃO 10/12/2010 | Educação
Brasil deve levar 40 anos para cumprir metas educacionais de ONG
É preciso agir agora para que as metas para a educação do Brasil definidas pelo movimento Todos Pela Educação se cumpram. No ritmo atual, o país deve atingir os objetivos só em 2050, afirma Priscila Cruz, diretora-executiva da ONG. A avaliação foi feita durante a divulgação do terceiro relatório de monitoramento das metas, na semana passada.

Apesar do avanço no ensino exposto pelo relatório da ONG em relação aos anos anteriores, a velocidade ainda é lenta para que, entre outras metas estipuladas, todo jovem de 4 a 17 anos esteja matriculado e frequentando a escola até 2022, por exemplo.

Os índices estão longe do adequado para o ensino no país. Em 2009, o percentual de alunos aprendendo português corretamente na rede pública é de 22,2%. Os demais (77,8%) não se saem bem em leitura e interpretação de texto. Somando as particulares, o número dos que se saem bem no idioma melhora um pouco, 26,3%. Mesmo sendo um número baixo, ele está acima da meta estipulada pela ONG, de 24,7%.

Já em matemática, o desempenho foi pior – 14,8% dos estudantes em todo o Brasil tiveram aprendizado adequado na área. Isso significa que 85,2% se saíram mal ao fazer contas, somar, dividir e aprender geometria. A meta esperada pelo Todos Pela Educação era de 17,9%.

Meta internacional

Apesar dos resultados, o Brasil conseguiu neste ano cumprir outra meta, que havia traçado para o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos). Com uma nota média de 401, o país superou as expectativas do MEC (Ministério da Educação), que esperava um resultado seis pontos pior.

Apesar de serem duas pesquisas diferentes, o Pisa e o relatório do Todos Pela Educação apresentam semelhanças na análise do ensino brasileiro. Ambos os estudos apontam que um dos grandes problemas do país é o aprendizado de matemática, por exemplo.

Como enfrentar o problema

Para o pesquisador Simon Schwartzman, presidente do Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade), o mais importante ao observar esses números é saber como enfrentar o problema da qualidade nas escolas.

- O Brasil investe hoje 5% do PIB (Produto Interno Bruto) na educação. Ainda é pouco para a realidade brasileira. Precisamos verificar a gestão desses investimentos.

O melhor rendimento dos estudantes em português, se comparados aos de matemática, tem a ver com a língua materna dos alunos, explica Schwartzman.

Pobreza dificulta aprendizado de crianças
Para o pesquisador, se a família fala bem a língua portuguesa, o estudante tende a ir bem na disciplina. Já o aprendizado de matemática depende da escola - "se ela não ensina, o aluno não aprende”, na avaliação de Schwartzman. Por isso, o pesquisador diz ser necessário valorizar a figura do professor.

Um das alternativas apontadas por Schwartzman para melhorar os índices educacionais é adotar o ensino de sete horas diárias em apenas um período, no mínimo – isso significa acabar com o turno da noite. Conhecer a realidade das crianças brasileiras é também uma das formas de prevenir falhas no ensino fundamental e médio, diz ele.

- Não sabemos como está a educação pré-escolar no Brasil. Aí está o problema.

Para medir o conteúdo realmente aprendido por crianças até os nove anos, a ONG Todos Pela Educação, em parceria com o MEC (Ministério da Educação), estuda a aplicação de uma prova para avaliar a alfabetização dos pequenos.

Diferente da Provinha Brasil, usada voluntariamente por escolas públicas no ano posterior à alfabetização (terceiro ano do ensino fundamental), o novo exame deve ser aplicado obrigatoriamente para todos os alunos até esta idade (nove anos). Os resultados serão validados por monitoramento público.

*Colaborou Rafael Sampaio, do R7

Por Camila de Oliveira - R7
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