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DATA DA PUBLICAÇÃO 31/08/2010 | Veículos
Brasil deixará de focar em carros de baixo custo, dizem fabricantes
O mercado brasileiro vive o melhor momento da história no setor de veículos, mas as fabricantes não. O país já tem título de quinto maior mercado mundial, porém a indústria automobilística nacional ainda precisa se adaptar a uma nova realidade formada por consumidores mais exigentes, importações em alta e custos mais elevados.

A saída apontada pelas empresas envolvidas é investir no aperfeiçoamento de tecnologias, como a flex, e na eletrônica, especificamente em sistemas de conectividade (internet, GPS, smartphone etc.).

“A indústria automobilística brasileira não é mais de baixo custo. Acredito que temos que investir em um salto qualitativo, o que significa oferecer produtos de ponta, com alta tecnologia”, afirma o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Paulo Butori.

O ‘alarme’ acionado nesta segunda-feira (30), durante simpósio da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil) em São Paulo, por representantes de montadoras e fabricantes de autopeças tem como foco o crescimento das vendas previsto para os próximos anos e o fortalecimento de concorrentes da China e Coreia do Sul. A indústria espera que o país atinja o patamar de vendas de 4 milhões de veículos por volta de 2014.

Próximos investimentos
A nova presidente da General Motors do Brasil, Denise Johnson, afirma que além da renovação do portfolio de produtos até 2012, a companhia apostará localmente no desenvolvimento global de veículos compactos e, mundialmente, em tecnologias seguras para conectividade, que atendam a nova geração de consumidores formados pela internet.

“Vamos trabalhar para o futuro. A classe média no Brasil não quer mais carros simples. Ela vai procurar cada vez mais por novas tecnologias”, ressalta Denise, que destacou a importância de lançamentos como o Chevrolet Malibu e o Agile.

A Ford do Brasil segue a mesma linha e adapta seu sistema de conectividade Sync para o mercado brasileiro, apesar de já disponibilizá-lo no modelo Edge. Durante o lançamento do New Fiesta, em Detroit, o diretor de assuntos governamentais para Brasil e América do Sul, Rogelio Golfarb, afirmou que a marca está cada vez mais preocupada em aperfeiçoar sistemas de conectividade para atrair a chamada “Geração Y”, formada por pessoas que têm entre 20 e 30 anos atualmente e são conhecidas pela busca por ascensão rápida e domínio das ferramentas em tecnologia.

O presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, ressalta a importância do contínuo desenvolvimento da tecnologia flex e não descarta o aperfeiçoamento no Brasil dos carros híbridos, com o benefício do etanol. “O carro elétrico não vai acabar com o motor flex. É uma tecnologia muito cara. Nossa prioridade é aprimorar o sistema flex”, diz.

Autopeças entram em plano federal
Enquanto as montadoras visualizam o futuro próximo, as fabricantes de autopeças ainda enfrentam problemas do passado. De acordo com Butori, 60% das 550 empresas que formam a cadeia de suprimento possuem dívidas fiscais e tributárias. Na prática, isso impede que empresas de pequeno e médio porte consigam crédito para investir no crescimento da produção e no desenvolvimento de novas tecnologias.

Em resposta ao apelo das empresas, representadas pelo Sindipeças, o diretor do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Paulo Bedran, afirmou que o setor de autopeças deve entrar na segunda fase da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) desenvolvida pelo governo.

Segundo Bedran, a medida visa ajudar a indústria nacional a competir com produtos importados. A proposta, ainda em desenvolvimento, prevê a formação de cooperativas com os ativos “saudáveis” de empresas. Assim, a “nova empresa” poderia receber recursos de bancos como o BNDES para investir na produção.

O presidente do Sindipeças explica que cada empresa pagaria seus débitos com o lucro da empresa formada pela cooperativa. “O empresário fica com a dívida, mas tem a oportunidade de investir na produção e, com o lucro, quitar os débitos.” De acordo com Butori, 400 empresas poderiam entrar na nova fase do plano do governo, que deve ser lançada em 2011. A primeira fase vai até o fim deste ano.

Participação no Mercosul
Paralelamente ao fortalecimento da cadeia produtiva, a indústria automobilística nacional tentará se fortalecer no Mercosul, para se beneficiar da redução de custos com o ganho em escala e da isenção de taxas. Para o vice-ministro do MDIC, Ivan Ramalho, ela precisa ser inserida nas regras do bloco. “Os acordos entre os países do Mercosul neste setor têm prazos muito curtos. Precisamos ampliar os benefícios ”, diz Ramalho, que destaca o empenho da Argentina em negociar com o Brasil.

Todo esse movimento tem com objetivo afastar fantasmas já conhecidos pelas fabricantes como aumento do preço da matéria-prima – especialmente aço e petroquímicos –, mão de obra e alto custo de crédito para investimentos. Problemas que as concorrentes asiáticas não enfrentam, pelo menos, por enquanto.

“Com a instalação de fábricas sul-coreanas e chinesas no Brasil, eles vão trazer fornecedores de peças de lá, com custos muito mais baixos”, destaca Butori. “Por isso temos de agregar valor ao nosso produto, assim como investir em inovação tecnológica e na diversidade”, acrescenta. Segundo ele, a combinação de tais fatores resultará em qualidade e, consequentemente, resolverá o descompasso entre vendas e produção.

Por Priscila Dal Poggetto - G1, em São Paulo
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