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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/03/2010 | Saúde e Ciência
Brasil cria corante ocular mais barato feito a partir de açaí
Pesquisadores do Departamento de Oftalmologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) desenvolveram um corante intraocular a partir da antocianina, uma substância do açaí. A patente do produto foi obtida na semana passada e o corante natural deve ser utilizado em cirurgias na universidade a partir de abril. Segundo um estudo, o corante natural é 20 vezes mais barato do que os convencionais. Cada frasco usado por operação custa de R$ 200 a R$ 500.

Os corantes são utilizados em cirurgias da retina (camada mais interna do globo ocular) e do vítreo (componente que preenche o olho, responsável pelo tônus ocular), para que seja possível visualizar membranas e tecidos transparentes na correção de doenças que acometem o fundo dos olhos, como a retinopatia diabética e descolamentos da retina e do vítreo.

Segundo o professor da Unifesp que coordena o estudo, Maurício Maia, o corante natural apresentou um nível menor de toxicidade do que os corantes químicos utilizados hoje, como a indocianina verde, usada cada vez menos por ser a mais tóxica, e o azul brilhante.

"A procura pelo corante perfeito é antiga. O ideal é que ele seja o menos tóxico possível e que não atinja o nervo ótico ou as células da retina, como esse [do açaí] parece ser", diz o oftalmologista Maurício Schirmer, do Hospital Oftalmológico de Sorocaba.

A pesquisa, em andamento há um ano, realizou testes laboratoriais de pH, cor e adesão da antocianina às membranas e aos tecidos. O novo corante, de cor roxa, mostrou grande capacidade de tingimento e tornou as membranas da retina mais visíveis, o que pode aprimorar as cirurgias, segundo Maia.

O produto ainda se mostrou eficaz na coloração do vítreo e da membrana limitante interna, retirada quando ocorre o buraco da mácula (área mais central da retina onde estão as células responsáveis pela chamada visão fina, que envolve detalhes e cores, por exemplo).

"Achamos na flora brasileira um corante natural melhor do que os químicos, que, além de serem caros também são tóxicos quando usados em dosagem alta ou, em alguns casos, até em medidas convencionais", diz Maia. Os pesquisadores agora estão terminando de escrever o artigo sobre o estudo para apresentá-lo nos próximos meses nos EUA. O objetivo é comercializar o corante.

A cromovitrectomia, termo utilizado para essa modalidade cirúrgica com corantes, é recente e foi citada pela primeira vez em 2000 em um artigo sobre o uso da indocianina verde.

Colaborou Iara Biderman

Por Mariana Versolato - Colaboração para a Folha de São Paulo
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