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DATA DA PUBLICAÇÃO 26/11/2007 | Cidade
Biólogos resgatam plantas do Rodoanel
Depois dos arqueólogos, chegou a vez dos biólogos explorarem o trecho Sul do Rodoanel Mário Covas. Uma equipe formada por cerca de 30 profissionais do Instituto de Botânica trabalha no resgate de plantas raras encontradas no traçado de 57 quilômetros da estrada.

As incursões antecedem a entrada das motoserras que colocarão abaixo toda a vegetação encontrada no caminho, de Mauá, no Grande ABC, até Embu, onde o trecho Sul do Rodoanel se interliga à já construída asa Oeste do viário.

O trabalho já rendeu bons frutos. Em outubro, os biólogos encontraram exemplares da bromélia Tillandsia linearis, que havia sido vista pela última vez em 1938. Em 2004, a planta entrou na lista de espécies presumidamente extintas da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

Inédito

Apesar do feito – comemorado no 58º Congresso Nacional de Botânica, realizado em outubro –, para os biólogos esta não é a principal conquista do projeto desenvolvido no trecho Sul do Rodoanel. Pela primeira vez, o trabalho de resgate de espécies está sendo desenvolvido em um ciclo completo.

“Fazemos o transporte, o armazenamento e o replantio das espécies. Geralmente, apenas uma dessas etapas é realizada em projetos desse tipo”, afirmou a bióloga Karina Cavalheiro Barbosa, do Instituto de Botânica, mestre em áreas de recuperação ambiental.

Mapeamento

Vestindo botas e capacetes, os biólogos invadem picadas na mata em busca de orquídeas e bromélias, que crescem na copa das árvores, além de pequenas mudas de plantas nativas que brotam no solo. Todo material é replantado fora da interferência do traçado.

Caso não seja possível fazer o replantio na hora, as espécies são levadas para viveiros construídos em cada um dos cinco lotes em que se formaram frentes de trabalho na construção da via. As plantas permanecem pouco tempo nesse espaço.

“Há casos em não há áreas disponíveis para o replantio imediato e temos de aguardar o avanço da obra para fazer a realocação das plantas”, explicou a bióloga Claudia Mascagni Prudente, outra mestre em áreas de recuperação ambiental que trabalha para o Instituto de Botânica.

Anel viário será entregue em 2010 e custará R$ 3,5 bilhões
O Rodoanel Mário Covas terá cerca de 177 quilômetros de extensão e interligará as principais rodovias de São Paulo: Régis Bittencourt, Raposo Tavares, Castello Branco, Anhangüera, Bandeirantes, Fernão Dias, Dutra, Ayrton Senna, Anchieta e Imigrantes.

Para viabilizar a construção, a obra foi dividida em quatro trechos. A asa Oeste é a única já construída.

Em setembro do ano passado começaram os trabalhos na faixa Sul, que vai de Mauá a Embu, passando por Santo André, São Bernardo, Ribeirão Pires e São Paulo.

CRONOGRAMA A inauguração está prevista para ocorrer em 2010. A expectativa é de que, até o final dos trabalhos, os investimentos no anel viário cheguem a R$ 3,5 bilhões. O valor orçado será rateado entre os governos Estadual e Federal.

Enfoque é em espécies de pequeno porte

O trabalho dos biólogos na área do Rodoanel é focado na preservação das espécies de pequeno e médio porte, como bromélias, orquídeas, palmeiras e samambaiaçus.

A escolha é justificada pela dificuldade em transportar árvores de grande porte. Algumas, como o cedro, podem atingir 30 metros – altura equivalente a um prédio de dez andares.

Nesses casos, a preservação é feita a partir de sementes e da serrapilheira – nome dado à camada sobre o solo formada por restos de vegetação.

O material carrega toda a carga genética da floresta.Quando a serrapilheira é reposicionada em um local com incidência de luz, podem nascer brotos provenientes da mata onde ela foi gerada.

Pelo menos uma vez por semana, os biólogos vão a campo para desenvolver esse trabalho.

Nos períodos em que o desmatamento da mata foi acelerado para a construção da pista, a periodicidade das visitas chegou a três vezes por semana.

Durante o trabalho de campo, técnicos das construtoras são treinados para desenvolver o trabalho de resgate, com a indicação de quais espécies devem ser preservadas.

Arqueologia
Durante as escavações que antecederam o início das obras do trecho Sul do Rodoanel Mário Covas, arqueólogos encontraram em São Bernardo um sítio que remonta à Era da Pedra Lascada. O período se desenrolou entre 9.500 e 2.000 anos antes de Cristo.

Os trabalhos de escavação no trecho tiveram início em 2005, mas a descoberta só foi anunciada pela universidade no final do ano seguinte. O mesmo trabalho de arqueologia desenvolvido no já construído trecho Oeste do anel viário resultou na descoberta de três sítios arqueológicos: dois de cerâmica e um que também data da Pedra Lascada.

Por Rodrigo Cipriano - Diário do Grande ABC
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