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DATA DA PUBLICAÇÃO 11/11/2007 | Internacional
Benazir Bhutto declara a guerra à ditadura no Paquistão
A ex-primeira-ministra do Paquistão Benazir Bhutto declarou neste sábado a "guerra à ditadura", mantendo assim a pressão sobre o poder do presidente Pervez Musharraf, que prometeu levantar o estado de emergência daqui a um mês.

Em sua primeira saída desde a revogação, durante a noite, de sua breve prisão domiciliar, Bhutto se juntou a uma manifestação de jornalistas em Islamabad em favor da liberdade da imprensa. Com um megafone, Bhutto pronunciou um discurso muito enfático e declarou "a guerra à ditadura".

Acompanhada por centenas de jornalistas do mundo inteiro, ela se dirigiu em seguida para a casa do ex-presidente da Corte Suprema, afastado por ocasião do estado de emergência decretado por Musharraf há uma semana, e exigiu o direito de se encontrar com ele.

Os policiais que bloqueavam o acesso à residência do juiz Iftikhar Muhammad Chaudhry, em prisão domiciliar, não reagiram. "Ele ainda é o presidente da Corte Suprema", clamou Bhutto.

A ex-primeira-ministra também prometeu encabeçar, apesar da proibição de qualquer reunião pública em virtude do estado de emergência, uma "longa marcha" prevista para terça-feira entre Lahore, a grande cidade do leste do país, e Islamabad, para obter garantias sobre o prosseguimento do processo eleitoral.

Sob a pressão da rua, mas principalmente de Washington, o general Musharraf, no poder desde um golpe de Estado há oito anos, havia anunciado quinta-feira que as legislativas, inicialmente previstas para meados de janeiro, aconteceriam um mês depois.

No entanto, Bhutto considerou este anúncio "impreciso" e manteve para sexta-feira uma reunião de seu partido na periferia de Islamabad. Foi para impedir sua realização que a polícia a manteve em prisão domiciliar e bloqueou todos os acessos a Rawalpindi, a cidade onde devia acontecer esta reunião, alegando "sérias ameaças" a sua segurança e à de seus partidários.

Três semanas atrás, a comitiva de Bhutto foi alvo do atentado suicida mais mortífero da história do Paquistão. O ataque, cometido durante uma congregação de seus partidários em Karachi (sul), deixou 139 mortos em 18 de outubro.

Naquele dia, Bhutto voltava ao Paquistão após oito anos de exílio voluntário para escapar de acusações de desvio de dinheiro público quando estava no poder (1988-1990 e 1993-1996), graças uma anistia decretada pelo general Musharraf.

Na quarta-feira, Bhutto efetuou uma reviravolta ao conclamar seus partidários a se manifestarem contra o estado de emergência, apesar de estar negociando há vários meses com Musharraf um acordo de divisão do poder.

Desde então, os outros dirigentes da oposição lhe pediram para que escolha "claramente" seu lado. O acordo anunciado antes do estado de emergência previa que seu partido apoiaria Musharraf nas legislativas, em troca da recuperação de seu antigo cargo de primeira-ministra.

O general presidente justificou o estado de emergência pelo aumento sem precedente do número de atentados islâmicos e pela ingerência da Justiça no setor político.

A oposição e as capitais ocidentais consideram que Musharraf utilizou esses argumentos como pretexto para se manter no poder, sobretudo afastando seus detratores na Corte Suprema, entre eles Chaudhry.

A máxima instância judiciária do país devia se pronunciar, antes de 15 de novembro, sobre a elegibilidade de Musharraf, antes que seja proclamada oficialmente, ou não, sua vitória na eleição presidencial de 6 de outubro.

"O estado de emergência será provavelmente levantado daqui a um mês", anunciou neste sábado o advogado principal do governo, o procurador-geral Malik Mohammad Qayyum.

Por Diário Online - AFP
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