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DATA DA PUBLICAÇÃO 17/07/2015 | Internacional
Bancos gregos vão reabrir na próxima segunda-feira
Agências estão fechadas há 2 semanas para evitar 'fuga' de dinheiro.

Saques em dinheiro continuarão limitados a € 60 por dia.


Depois de mais de duas semanas fechados, os bancos gregos voltarão a abrir na próxima segunda-feira (20), informou nesta quinta (16) o vice-ministro das Finanças do país, Dimitris Mardas, em declaração à TV pública ERT.

"A partir de segunda-feira, os cidadãos vão poder dirigir-se aos caixas dos bancos e fazer qualquer operação [bancária]", anunciou. Mardas fez a ressalva de que os saques em dinheiro nos caixas eletrônicos ficarão limitados a € 60 por dia.

No último dia 29 de junho, a Grécia decretou feriado bancário para evitar uma fuga em massa de recursos, diante do temor do não pagamento de uma parcela que o país devia ao Fundo Monetário Internacional (FMI), e que se confirmou no dia seguinte, dia do vencimento da dívida.

Os bancos só abriram exceção para fazer o pagamento dos benefícios de aposentados e pensionistas, ocasionando longas filas em frente a agências bancárias de todo o país.

Ajuda liberada
Nesta quinta-feira, os ministros das Finanças da zona do euro deram aval ao programa de ajuda para manter a estabilidade financeira da Grécia, com duração de três anos e no valor de até € 85 bilhões.

A ajuda foi acertada no último domingo (12) pelos chefes de estado e governo da zona do euro, mas a concessão dependia da aprovação, pelo parlamento grego, de quatro medidas de ajuste – o que ocorreu na noite de quarta-feira.

Para efetivamente fechar o acordo e receber os recursos, a Grécia ainda terá que "completar alguns procedimentos nacionais", segundo o Eurogrupo, e a decisão formal do conselho do ESM (Mecanismo Europeu de Estabilização, órgão responsável pelo empréstimo dos recursos) é esperada até o final desta semana.

Segundo o vice-presidente da Comissão Europeia para o euro, Valdis Dombrovskis, foi aprovado ainda um acordo, em princípio, para que a Grécia receba um empréstimo-ponte emergencial de até € 7 bilhões, que seria "descontado" do pacote de ajuda negociado com o ESM. Esse procedimento deve ser finalizado até meio dia de sexta-feira (7h de Brasília), com a aprovação pelos ministros de Finanças da União Europeia (Ecofin).

Aprovação no Parlamento
O Parlamento da Grécia aprovou na noite de quarta-feira as primeiras exigências da Europa em troca de ajuda financeira ao país. Dos 300 parlamentares, 229 votaram a favor e 64 contra. Destes, 38 parlamentares do Syriza, partido do primeiro-ministro Alexis Tsipras, votaram contra o acordo ou se abstiveram.

A Grécia tinha até esta quarta para votar 4 medidas exigidas pela Europa:
1. Ajustar o imposto ao consumidor e ampliar a base de contribuintes para aumentar a arrecadação do estado;
2. Fazer reformas múltiplas no sistema de aposentadorias e pensões para torná-lo financeiramente viável;
3. Privatizar o setor elétrico, a menos que se encontre medidas alternativas com o mesmo efeito; e
4. Criar leis até que assegurem "cortes de gastos quase automáticos" se o governo não cumprir com suas metas de superávit fiscal.

Ao todo, são 14 exigências. Veja a lista completa aqui.

O novo pacote de ajuda grega, além de não conter qualquer tipo de perdão de dívidas, impõe duras condições a Atenas, com medidas de "aperto" econômico que não apenas o governo grego tinha prometido não adotar, mas que também foram recusadas por 61% dos gregos em um plebiscito realizado há duas semanas.

Créditos de emergência
Também nesta quinta-feira, o Conselho do Banco Central Europeu decidiu aumentar os créditos de emergência disponíveis aos bancos gregos através do BC da Grécia, em € 900 milhões. Até então, o teto de fornecimento de liquidez de emergência para as entidades gregas estava em € 89 bilhões.

"Aprovamos o pedido do Banco da Grécia por conta das necessidades de liquidez que têm os bancos gregos", disse, em nota, o presidente do BCE, Mario Draghi. "Estamos dispostos a proporcionar à economia grega a liquidez de que necessita". "Nós sempre agimos assumindo que a Grécia é um membro da zona do euro".

O diretor do ESM, Klaus Regling, disse à imprensa alemã que os principais bancos gregos estarão em perigo se o país não receber auxílio. Para ele, se as quatro maiores instituições financeiras gregas não funcionarem, as consequências para a Grécia e para a zona do euro serão graves.

Os bancos do país estão em um estado de coma induzido há mais de duas semanas, uma situação que deve se manter no curto prazo. O governo seguiu com a política de controle de capital, prolongou o feriado bancário até a sexta-feira (17), e os cidadãos só podem sacar no máximo € 60 por dia dos caixas eletrônicos.

RESUMO DO CASO
- A Grécia enfrenta uma forte crise econômica por ter gastado mais do que podia.
- Essa dívida foi financiada por empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do resto da Europa.
- Em 30 de junho, venceu uma parcela de € 1,6 bilhão da dívida com o FMI. Então, o país entrou em "default" (situação de calote), o que pode resultar na sua saída da zona do euro. Essa saída não é automática e, se acontecer, pode demorar. Não existe um mecanismo de "expulsão" de um país da zona do euro. No dia 13 de julho, outra dívida com o FMI deixou de ser paga, de € 450 milhões.
- Como a crise ficou mais grave, os bancos estão fechados para evitar que os gregos saquem tudo o que têm e quebrem as instituições.
- A Grécia depende de recursos da Europa para manter sua economia funcionando. Os europeus, no entanto, exigem que o país corte gastos e aumente impostos para liberar mais dinheiro. O prazo para renovar essa ajuda também venceu em 30 de junho.
- Em 5 de julho, os gregos foram às urnas para decidir se concordam com as condições europeias para o empréstimo, e decidiram pelo "não".
- Nesta semana, os líderes europeus concordaram em fazer um terceiro programa de resgate para a Grécia, mas ainda exigem medidas duras, como aumento de impostos, reformas no sistema previdenciário e mais privatizações.
- O parlamento grego aprovou na quarta-feira (15) o primeiro pacote de reformas para conseguir dinheiro para saldar parte do que deve aos credores. Com isso, o Eurogrupo deu aval prévio ao empréstimo.
- A Europa pressiona para que a Grécia aceite as condições e fique na zona do euro. Isso porque uma saída pode prejudicar a confiança do mundo na região e na moeda única.
- Para a Grécia, a saída do euro significa retomar o controle sobre sua política monetária (que hoje é "terceirizada" para o BC europeu), o que pode ajudar nas exportações, entre outras coisas, mas também deve fechar o país para a entrada de capital estrangeiro e agravar a crise econômica.

Por G1, em São Paulo
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