DATA DA PUBLICAÇÃO 12/04/2016 | Economia
Bancários querem cota de 20% para trabalhadores negros
Almir Aguiar (de óculos): Boa parte dos negros atuantes na área está em bancos públicos. Foto: Divulgação
Fórum pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro tem participação de bancários do ABCD
A Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) quer ampliar a participação de negros nos bancos com a criação de cota de 20%. Os desafios e estímulos para a inclusão de negros no setor são discutidos no 3º Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, nestas segunda e terça-feiras (11 e 12/04) em Curitiba, com participação de bancários do ABCD.
Os dados do último Censo da Diversidade, divulgado pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) em 2014, revelam que, dos 500 mil trabalhadores dos bancos brasileiros, apenas 3,4% se declararam negros.
O contingente de funcionários negros nos bancos é considerado pequeno pela Contraf, já que os números do último Censo divulgados pelo IBGE, em julho de 2014, apontaram que a população brasileira era de 202,7 milhões de habitantes, dos quais, 53% são negros (pretos e pardos).
“É necessário promover debates e buscar alternativas para mudar esse cenário. Percebemos que boa parte das pessoas negras que trabalham nos bancos não atuam no atendimento ao cliente, estão em áreas administrativas ou de tecnologia”, afirmou Belmiro Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários do ABC.
CONCURSOS
O objetivo central do evento é promover debates sobre a temática racial desde as desigualdades sociais e econômicas no País até a invisibilidade negra no sistema financeiro. “Boa parte dos negros atuantes na área está em bancos públicos, e entraram através de concursos. Por isso, não é aceitável dizerem que os negros enfrentam dificuldades nas contratações porque têm baixa escolaridade. Há alguns anos esse cenário começou a ser revertido com a facilidade de acesso às universidades com programas públicos”, afirmou Almir Costa de Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf.
A Fenaban informou que desenvolve trabalho consistente no campo da diversidade com os associados e que o contingente de funcionários negros aumentou 30% entre 2008 e 2014. A federação afirma ainda que o último censo efetuado pela entidade demonstrou avanços na escolaridade. Os dados revelam que o número de bancários negros, dos dois gêneros, com curso superior completo e acima passou de 59% para 74,5% do contingente de bancários dessa etnia.
Aguiar considera que uma das alternativas é implantar sistema de cotas nas contratações. A proposta é que 20% dos bancários contratados sejam negros. “Entendemos que a questão da baixa contratação é cultural e não é um problema apenas dos bancos. E existe diferença salarial, as pessoas negras ganham 87% do salário de um mesmo profissional branco. Porém, como somos uma categoria organizada no Brasil e temos uma convenção coletiva que vale para todo o território nacional, acreditamos que podemos conseguir implantar as cotas para tentar equilibrar as contratações”, disse.
A Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) quer ampliar a participação de negros nos bancos com a criação de cota de 20%. Os desafios e estímulos para a inclusão de negros no setor são discutidos no 3º Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, nestas segunda e terça-feiras (11 e 12/04) em Curitiba, com participação de bancários do ABCD.
Os dados do último Censo da Diversidade, divulgado pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) em 2014, revelam que, dos 500 mil trabalhadores dos bancos brasileiros, apenas 3,4% se declararam negros.
O contingente de funcionários negros nos bancos é considerado pequeno pela Contraf, já que os números do último Censo divulgados pelo IBGE, em julho de 2014, apontaram que a população brasileira era de 202,7 milhões de habitantes, dos quais, 53% são negros (pretos e pardos).
“É necessário promover debates e buscar alternativas para mudar esse cenário. Percebemos que boa parte das pessoas negras que trabalham nos bancos não atuam no atendimento ao cliente, estão em áreas administrativas ou de tecnologia”, afirmou Belmiro Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários do ABC.
CONCURSOS
O objetivo central do evento é promover debates sobre a temática racial desde as desigualdades sociais e econômicas no País até a invisibilidade negra no sistema financeiro. “Boa parte dos negros atuantes na área está em bancos públicos, e entraram através de concursos. Por isso, não é aceitável dizerem que os negros enfrentam dificuldades nas contratações porque têm baixa escolaridade. Há alguns anos esse cenário começou a ser revertido com a facilidade de acesso às universidades com programas públicos”, afirmou Almir Costa de Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf.
A Fenaban informou que desenvolve trabalho consistente no campo da diversidade com os associados e que o contingente de funcionários negros aumentou 30% entre 2008 e 2014. A federação afirma ainda que o último censo efetuado pela entidade demonstrou avanços na escolaridade. Os dados revelam que o número de bancários negros, dos dois gêneros, com curso superior completo e acima passou de 59% para 74,5% do contingente de bancários dessa etnia.
Aguiar considera que uma das alternativas é implantar sistema de cotas nas contratações. A proposta é que 20% dos bancários contratados sejam negros. “Entendemos que a questão da baixa contratação é cultural e não é um problema apenas dos bancos. E existe diferença salarial, as pessoas negras ganham 87% do salário de um mesmo profissional branco. Porém, como somos uma categoria organizada no Brasil e temos uma convenção coletiva que vale para todo o território nacional, acreditamos que podemos conseguir implantar as cotas para tentar equilibrar as contratações”, disse.
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