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DATA DA PUBLICAÇÃO 28/04/2013 | Cidade
Bairros da região sofrem com a exclusão digital
Muitas cidades brasileiras já estão desfrutando da cobertura de internet 4G - conexão mais rápida do que as tecnologias móveis existentes e comercializadas no País. Na região, São Bernardo e São Caetano devem ser beneficiadas até o fim do ano. Para se ter noção, a velocidade da 3G chega a 7 mbps (mega bits por segundo) e o 4G pode alcançar até 100 mpbs. Enquanto isso, porém, há bairros no Grande ABC que vivem verdadeira exclusão digital.

Pesquisa da FGV (Fundação Getulio Vargas) mostra que, até o ano passado, 25,9% dos são-caetanenses não tinham acesso à internet. Em Santo André, 38,4%; São Bernardo, 41,64%; Ribeirão Pires, 50,86%; Diadema, 51,22%; Mauá, 57,24%, e Rio Grande da Serra, 60,81%.

O Jardim Vila Rica, em Santo André, a 8,5 km do Centro, por exemplo, sofre com acesso limitado e precário à internet banda larga. Os moradores reclamam, principalmente, da ausência das grandes empresas a cobertura na região.

O pintor de automóveis José Costa precisou até entrar com ação na Justiça por causa da internet. O morador ganhou processo contra a empresa Telefônica, que ofereceu a instalação programada do serviço Speedy num prazo máximo de quatro meses e não cumpriu. Costa registrou a reclamação na Anatel (Agência Nacional das Telecomunicações) e tentou cancelar o plano com a operadora, porém foi informado de que o programa de fidelidade era de um ano e, portanto, não conseguiu fazer o cancelamento. A indenização recebida foi de R$ 4.000.

Ele também registrou queixa na Anatel em relação a duas empresas de telefonia fornecedoras de internet 3G - banda larga móvel em que o modem é espécie de pen-drive conectado no computador. Em um dos casos, ele ficou um mês sem o serviço e, no outro, não conseguia realizar o cancelamento.

Pesquisa nacional de satisfação dos usuários divulgada pela Anatel, na semana passada, mostra que 21,9% estão insatisfeitos com o serviço de banda larga residencial, oferecido pelas telefonias fixas. Já em relação à internet oferecida por empresas de telefonias móveis, 16,8% desaprovam o serviço.

ALTERNATIVAS - A instabilidade da conexão ainda é um problema para os moradores, que tentam achar uma saída para se manterem conectados. A alternativa encontrada por Costa foi a internet via rádio - funciona com a instalação de antena em cima da residência que se comunica com a central fornecedora do serviço. Mas a conexão demonstra problemas com o mau tempo e em horários de pico. "Tenho três filhos, dois deles na faculdade, que acabam não conseguindo fazer trabalhos e pesquisas. Além disso, não consigo fazer agendamento de serviços como no INSS e Poupatempo, que agora são todos on-line", afirmou.

Mesmo tendo optado pela internet 3G, o aposentado Benjamin Carvalho também tem o mesmo problema de instabilidade do serviço, que demonstra lentidão durante os horários de pico de utilização. "Têm dias que pega muito bem, mas em outros fica impossível de usar. Minha filha é professora e isso a prejudica, porque ela não consegue fazer muita coisa. Às vezes ela precisa sair daqui e usar o computador de outra pessoa."

A nutricionista e professora Mirian Frederice também reclama da lentidão. "A internet é lenta para fazer qualquer coisa. Tentei postar as fotos do jogo do meu filho desde ontem, mas as imagens ainda não foram carregadas", afirmou.

Segundo Mirian, as piores condições para usar o serviço também se dão com garoa ou chuva, além dos horários de pico. "Durante a tarde, ela funciona melhor", destacou.

Problema se repete no Bairro Cooperativa

Não é só no Jardim Vila Rica que os moradores sofrem com a falta de conexão a internet. Esse mesmo problema também ocorre no bairro Cooperativa, em São Bernardo, localizado a cerca de 7 km do Centro. O local, que tem alta concentração de indústrias, também tem de buscar alternativas para o serviço, já que lá a banda larga não funciona.

Com isso, as reclamações são constantes. É o caso da Metalúrgica Dulong, que apesar de ter acesso à banda larga de 2 mega, só tem garantidos 10% do serviço, ou seja, 250 kb, por causa da instabilidade.

Segundo o gerente industrial da empresa, Nelson Wagner Antonini, o serviço não é o mais indicado para indústrias, porém, é a única opção disponível no bairro. "Temos problemas de velocidade e qualidade, o que atrapalha bastante no funcionamento da empresa. Precisamos emitir nota fiscal eletrônica e ter acesso ao site da Receita Federal. Fora que a comunicação com outros funcionários é feita através do Skype. Tudo isso depende da internet", declarou.

O Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo atua para solucionar o problema das empresas do Cooperativa. Por meio de reuniões com as principais operadoras, a instituição tenta fechar acordo para a cobertura no bairro.

De acordo com o segundo vice-diretor da entidade, Claudio Barberini Junior, são cerca de 100 empresas que têm o mesmo problema. "A maioria sofre com a internet, que é algo que é necessário para se trabalhar hoje em dia. Porém, o Ciesp também questiona a falta de saneamento e energia em algumas localizações."

Segundo Barberini, o principal objetivo das reuniões é que as companhias que prestam o serviço se sensibilizem e resolvam a situação. "Estamos pressionando dizendo que elas precisam vender a internet. As empresas não podem ficar sem esse serviço."

Antonini, da Dulong, está acompanhando os encontros e as tentativas da instituição. "Estamos tentando trazer um serviço de qualidade para o bairro", afirmou.

Por enquanto, o Ciesp aguarda respostas das operadoras em relação ao Cooperativa, mas, destaca Barberini, o problema não é só no bairro. "São Bernardo, como um todo, precisa de um melhor sinal", disse.

Operadoras que atuam na região alegam falta de viabilidade técnica

As três principais companhias que oferecem o serviço de internet no Grande ABC reconhecem problemas no serviço nos bairros citados pela reportagem. A NET informou que algumas ruas do Jardim Vila Rica não possuem cabeamento. O mesmo ocorre com o Cooperativa. E ressaltou que a expansão da rede depende de análises e estudos e, no momento, não há previsão de data para essas áreas.

A GVT também informou que não cobre os bairros, porém, tem previsão de chegar até o fim do ano no Cooperativa. No Vila Rica não há previsão de funcionamento.

A Telefônica/Vivo esclareceu que, no momento, não há viabilidade técnica para oferecer o serviço de banda larga no Vila Rica. Em relação ao Cooperativa, a empresa declarou que não há problema generalizado e a internet está funcionando na velocidade disponível no local.

A Anatel destaca que a oferta de banda larga fixa pelas prestadoras não é obrigatória em todas as localidades, por não se tratar de serviço universal, como a telefonia fixa. Porém, a agência alega estar atuando de perto na fiscalização dos serviços prestados aos consumidores.

Por Yara Ferraz - Especial para o Diário
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