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DATA DA PUBLICAÇÃO 30/01/2008 | Política
Bairro da discórdia: Volpi versus Aquiles
Uma área de 288 mil m², beirando a Represa Billings, mais de 100 casas em terrenos de 1.000 m², que valem, em média, R$ 200 mil, portaria exclusiva, e ambiente semelhante ao de um clube de campo.

Esse é o retrato do bairro Sítio do Francês, em Ribeirão Pires, que motivou a briga entre o prefeito Clóvis Volpi (PV) e o empresário Aquiles José Martins, na quinta-feira.

Aquiles, que é presidente da Associação de Moradores do bairro, argumenta que o chefe do Executivo não tinha cumprido promessas de melhorias no local. Por conta disso, foi questionar Volpi na porta de um consultório dentário e os dois chegaram às vias de fato. O prefeito chegou a ficar dois dias internado na Santa Casa de Mauá, em decorrência de uma lesão no cóccix causada pela briga.

Mas levando-se em conta alguns bairros mais carentes de Ribeirão – como Quarta Divisão e o distrito de Ouro Fino –, o Sítio do Francês pode ser considerado um bairro de alto padrão no município. “É claro que todo mundo tem direito a reclamar. Mas tem muita gente na cidade que precisa muito mais”, diz o presidente da Federação das Associações de Moradores de Ribeirão Pires, Admir Augusto, o Mirão.

Criada há 17 anos, a associação presidida por Aquiles não é filiada à federação. “Não entendo os motivos. Eles ficam isolados e tentam resolver os problemas sozinhos. Se estivessem conosco, seria mais fácil”, afirma Mirão. O empresário diz que não tinha conhecimento disso.

O bairro, situado a seis quilômetros do Centro de Ribeirão Pires, está localizado no km 43,5 da Rodovia Índio Tibiriçá.

Aquiles, que mora no Sítio do Francês há 20 anos, admite que “a qualidade de vida no bairro é boa”, mas diz que os moradores reivindicam melhorias, principalmente no calçamento. As ruas são cobertas por uma espécie de brita. “Quando chove, vira um problema. A Prefeitura não faz nada para solucionar isso.”

Portaria - Apesar de ser um bairro como outro qualquer em Ribeirão Pires, só é possível ter acesso ao Sítio do Francês por meio de uma portaria. Os quatro funcionários são pagos pela Associação dos Moradores. Uma placa na entrada orienta os visitantes a se identificarem, mas Aquiles nega que haja restrição de entrada.

“A gente apenas orienta os funcionários a pedirem documentos para nossa própria segurança. Antes tínhamos problemas com pessoas que entravam aqui. Agora isso melhorou”, rebate o empresário.

Apesar disso, o Diário só pôde ter acesso ao bairro após autorização de Aquiles.

O presidente da Associação nega que o bairro seja um condomínio fechado, mas admite que há uma contribuição mensal dos moradores. “Nós cobramos em média R$ 100 para manutenção do local e pagamento dos porteiros.”

Briga - Quando o assunto é a briga com Volpi, a voz de Aquiles embarga e ele interrompe a entrevista. Sobre a possibilidade de reatar a amizade de 30 anos com o prefeito, ele desconversa: “Não sei. Só o tempo vai dizer”.

Lá não é minha prioridade, afirma o prefeito

De volta à ativa e já despachando no Paço Municipal, Clóvis Volpi diz que as reivindicações de Aquiles sobre melhorias no bairro são legítimas, mas assegura que não pretende investir no Sítio do Francês.

“Posso assegurar que, neste mandato, não farei nada lá. O Sítio do Francês não é minha prioridade”, afirma. A maioria dos moradores do bairro é formada por empresários do município. “São pessoas intelectualizadas, que têm um padrão social melhor. Lá pode sim ser considerado um bairro de alto padrão. Tenho na cidade alguns locais que estão há 40 anos aguardando benefícios”, justifica.

Volpi diz que as atenções da administração estão voltadas para Ouro Fino. “Lá moram cerca de 20 mil pessoas em situação muito mais difícil. A nossa idéia é trabalhar nos vários bairros do distrito. Tenho de socializar os recursos, principalmente onde há mais necessidade nesse momento. A Prefeitura não tem dinheiro sobrando.” Ele disse que para colocar asfalto no Sítio do Francês, gastaria o suficiente para fazer obras em bairros inteiros.

Sobre a portaria exclusiva na entrada do bairro, Volpi diz que não vê problema. “Nós concedemos um direito a um controle de segurança em bairros que são mais isolados. Por se tratar de beira de represa, tem muita gente que entrava lá para fazer bagunça. Então, essa portaria tem permissão da Prefeitura.”

Aquiles diz que a portaria e toda a infra-estrutura da entrada do bairro foi custeada pela Associação. “A gente acaba fazendo o trabalho do poder público.” Sobre as constantes reivindicações, o empresário diz: “Vale a pena sempre lutar por melhorias no bairro, mas aquela não foi a forma certa. Quero esquecer isso e tocar minha vida.”

Por Sérgio Vieira - Diário do Grande ABC
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