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DATA DA PUBLICAÇÃO 24/02/2013 | Turismo
Aventura subterrânea pelos núcleos do Petar
Aventura subterrânea pelos núcleos do Petar Foto: Divulgação - Diário Online
Foto: Divulgação - Diário Online
As cavernas são certamente o maior atrativo da cidade. Atualmente há 12 abertas para visitação turística. Todas as outras têm entrada autorizada apenas a pesquisadores. A administração do Petar (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira) pretende abrir mais 18 nos próximos anos, totalizando 30 diferentes ambientes a serem visitados. A maioria das grutas fica dentro dos limites da reserva, que é dividida em quatro núcleos: Caboclos, Ouro Grosso, Casa de Pedra e Santana (o mais visitado). Mas há muito mais a ser visto. Cachoeiras e rios proporcionam momentos mágicos a quem se aventura por suas águas geladas.

O núcleo mais antigo e visitado de todos é o Santana, que recebe, em média, 1.000 visitantes por mês, de acordo com pesquisa feita por Beroaldo Sobrinho (quem é). O local possui estacionamento e fica a 17 quilômetros do centro da cidade, com acesso por estrada de terra sem pavimentação, margeada por belas paisagens protagonizadas pelo cristalino Rio Bethary.

Logo na entrada nos deparamos com o mirante do Bethary, que proporciona uma esplendorosa vista do vale, das trilhas e cavernas a serem percorridas. Entre elas está a Gruta de Santana, uma das mais ornamentadas do mundo, com grande variedade de espeleotemas. Estalactites, estalagmites, pérolas e diversas outras formações espeleológicas enchem os olhos. E a gruta é também a de mais fácil acesso, contando com escadas e pinguelas.

A caverna tem sete quilômetros de extensão, mas apenas 800 metros podem ser visitados. Para chegar à entrada, gasta-se não mais do que cinco minutos de caminhada. A partir daí, são duas horas dentro da caverna. Imagens que lembram a pata de um elefante, uma cabeça de cavalo e a popular representação de Jesus Cristo instigam o imaginário dos visitantes e são um deleite aos fotógrafos. Ainda assim, é preciso ficar atento para evitar quedas, pois o chão é escorregadio em alguns trechos.

Como em outras cavernas, há vida. Morcegos, opiliões (espécie de aracnídeo não venenoso) e larvas que se alimentam de insetos são facilmente encontrados. Mas não se assuste! Se não procurar, dificilmente você irá se deparar com algum destes seres tão pitorescos. Um rio atravessa toda a extensão da cavidade subterrânea, mas a maior parte da área visitada é seca.

Morro Preto é outra importante caverna do Núcleo Santana. O portal é um dos mais bonitos da região, com um mirante pouco depois da entrada da caverna, que permite a formação de inesquecível contraluz.

O nome faz jus a grande parte da formação, que possui coloração bem escura. De acordo com arqueólogos, o local serviu de abrigo a homens pré-históricos, e diversas conchinhas do mar são visíveis no solo, provando que a área foi banhada pelo oceano milhões de anos atrás.

A caminhada externa é uma subida de 15 minutos que tira o fôlego dos mais preguiçosos, mas recompensa com uma hora de passeio por dentro da Terra.

Morro Preto está interligado à caverna ao lado: Couto. A ligação é popularmente chamada de ‘aborto', mas o acesso requer autorização prévia. Ao conhecer a passagem, fica fácil entender o nome. A travessia é desconfortável, uma vez que se desce por uma estreita passagem que vai se abrindo. Quem fica do outro lado esperando o colega chegar tem a nítida sensação de ter visto realmente um nascimento. A aventura foi um dos principais atrativos nos anos 1990 e início de 2000, quando ainda era totalmente aberto ao público.

Couto é um desmoronamento, ou seja, não há muitas formações espetaculosas. Mesmo assim, tem seu charme. É uma espécie de duto para águas que surgem na Serra da Onça Parda, e tem 600 metros de comprimento. O rio que passa dentro da caverna se transforma na linda Cachoeira do Couto. Crianças e adultos se deliciam sob ela, aproveitando a piscina natural que se forma. O acesso à caverna leva cinco minutos e à queda d'água, mais três minutos. O passeio por dentro dura cerca de uma hora.

Depois, pode-se encarar no mesmo núcleo a Trilha das Andorinhas, ou Trilha do Bethary, de nível médio, que inclui duas cavernas. Milhares de bromélias, juçaras (principal espécie de palmito, ameaçada de extinção) e centenas de exemplares da flora embelezam o passeio, além da grande chance de cruzar com macacos, quatis e tucanos. O percurso tem cerca de quatro quilômetros, com satisfatória dose de adrenalina, cruzando rios, subindo morros e sujando bastante a roupa.

A 1.500 metros do ponto de partida para todas as grutas (o quiosque dos monitores) está a Caverna Água Suja, uma das preferidas pelos turistas. Com cerca de três quilômetros e de fácil acesso, tem uma grande entrada. O roteiro turístico é praticamente todo feito dentro do rio que atravessa a cavidade subterrânea. O nome se dá devido à forte presença de argila e outros sedimentos, proporcionando um tom amarronzado à água em períodos de chuva. O maior desafio é chegar à cachoeira escondida dentro da gruta. A passagem é desafiadora, já que o visitante precisa atravessar um trecho de teto baixo, dentro do rio, para chegar lá.

Apenas 300 metros à frente de Água Suja, avista-se a Gruta do Cafezal, com 216 metros de extensão. Com uma pequena cavidade para entrada, o visitante não enfrenta dificuldades para caminhar em seu interior. Ornamentada com ‘flores' e conchas sedimentadas, a caverna proporciona uma verdadeira viagem no tempo.

E o final da trilha ainda preserva uma das mais raras belezas do Petar: a Cachoeira das Andorinhas. Com 35 metros, é uma das paisagens mais impressionantes do vale. Não é possível nadar porque a força da água provoca redemoinhos capazes de puxar os desavisados para baixo da queda, mas a contemplação é mais que suficiente. Cinquenta metros rio acima, a Cachoeira do Beija-Flor serve de refresco para quem não dispensa um ducha de água doce. Apesar de mais alta (45 metros), o menor fluxo d'água permite um revigorante e merecido banho antes do retorno para o descanso, já que esse passeio dura o dia todo.

OUTROS NÚCLEOS

Localizado no Bairro da Serra, a 16 quilômetros do centro de Iporanga, o Núcleo Ouro Grosso apresenta boa infraestrutura, com alojamento para 46 pessoas - exclusivo a encontros de grupos de estudantes e pesquisadores -, sala de convivência, cozinha e o Museu da Cultura Tradicional (Casa da Farinha em pau a pique, monjolo e moenda de cana). A diária custa R$ 17 por pessoa. E é no entorno do alojamento que se esconde uma das grutas mais cobiçadas pelos mais aventureiros e destemidos: a Caverna Ouro Grosso. A entrada já assusta: um buraco, com cerca de 1,5 metro de diâmetro, obriga o ‘quebra-corpo' no primeiro minuto.

O trecho para visitação é bem curto, em torno de 200 metros, mas a caverna toda é bem maior, com 1.100 metros. Abriga cinco cachoeiras, das quais quatro precisam ser escaladas para se chegar ao final. Trata-se de uma das mais difíceis e perigosas travessias da região. Por isso, o turismo é permitido em doses homeopáticas. Qualquer acidente após o trecho turístico pode ser fatal, uma vez que o resgate é muito complicado. Além disso, quando a chuva cai, o volume de água em algumas cavernas, como esta, sobe muito rápido, podendo isolar a equipe e o acidentado.

Outra beleza do Núcleo Ouro Grosso é a Trilha da Figueira, que fica ao lado de um paredão de calcário onde é possível ver em vários pontos - mesmo estando fora da caverna - a ação da água sobre as rochas. Banquinhos em meio à trilha são ótimos para contemplação e descanso. O ponto alto do momento é a passagem entre as raízes da centenária figueira gigante.

Por Aggnes Franco - Especial para o Diário
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