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DATA DA PUBLICAÇÃO 21/01/2012 | Internacional
Ativistas americanos contestam influência
Eles alegam que o fim das restrições a doações para campanhas corrompe o sistema

O comediante americano Stephen Colbert vem usando suas sátiras nas eleições primárias republicanas para ajudar numa "operação de resgate" da democracia empreendida por um movimento civil nos Estados Unidos que condena a extraordinária influência das corporações nas campanhas políticas no país.

Enquanto neste sábado se completam dois anos de uma decisão da Suprema Corte que eliminou as restrições às doações financeiras das corporações para as campanhas políticas nos EUA, os ativistas alegam que a sentença permite que se corrompa o sistema de financiamento das chapas eleitorais, o que colocaria a democracia em perigo.

"Estamos vendo o que temíamos com essa desastrosa decisão que reverteu mais de um século de jurisprudência legal. Agora, 'as corporações são pessoas' e gozam dos mesmos direitos à liberdade de expressão... mas as empresas têm megafone e sufocam a voz do cidadão", diz à Agência Efe o ativista Mark Hays, coordenador da campanha "A democracia é para o povo", do grupo Public Citizen.

"A corte atou nossas mãos, mas seguiremos exigindo transparência nas doações. Acreditamos que conseguiremos construir um movimento contra a decisão e estamos apenas começando este capítulo", argumenta.

Apoiada por numerosas organizações cívicas, a campanha incluiu mais de 300 atos de protesto pelos EUA contra a sentença do caso "Citizens United v. Federal Election Commission". Algumas manifestações continuam neste sábado.

Stephen Colbert interpreta um raivoso militante de direita no programa televisivo "The Colbert Report", que já atraiu algumas vezes mais atenção midiática que os quatro pré-candidatos remanescentes da campanha presidencial deste ano do Partido Republicano.

O comediante participou nesta sexta-feira de um comício diante de aproximadamente 3,3 mil pessoas em seu estado natal, Carolina do Sul, que neste sábado realiza primárias. Com muita ironia e sarcasmo, ele próprio explora uma possível candidatura presidencial e montou seu Comitê de Ação Política (PAC, na sigla em inglês).

Os Comitês de Ação Política, que surgiram em 1944 e se proliferaram nas décadas de 1970 e 1980, permitem que membros de empresas e de sindicatos e simpatizantes de um candidato criem um fundo comum para financiar uma campanha. Sob os PAC, os americanos podem doar um máximo de US$ 2,5 mil diretamente a um candidato presidencial.

No entanto, com o surgimento de comitês independentes autorizados pela Suprema Corte em 2010 e apelidados de "Super PACs", indivíduos, sindicatos e empresas podem fazer doações ilimitadas e seus recursos podem ser consumidos de qualquer maneira para a vitória ou derrota de um candidato federal.

Embora por lei os "Super PACs" não possam ser coordenados diretamente com um candidato, na prática acabam sendo uma extensão da campanha do político, conforme alegam os críticos.

Segundo dados do Centro para a Integridade Pública, os milionários estão por trás dos "Super Pacs", que até o momento investiram US$ 30 milhões em estados com primárias adiantadas.

Estima-se que 250 "Super PACs" gastarão, em seu conjunto, até US$ 1 bilhão no ciclo eleitoral de 2012. Tamanho valor reduz a importância dos ideais políticos e aumenta o papel das contribuições financeiras.

"Veja até onde chegamos e o quão preocupante pode ser em 2012 o fato de Colbert ter se transformado em figura-chave nesta causa. Sua sátira ajuda a iluminar o perigo desses 'Super PACs'", afirma à agência Efe a ativista Kathy Kiely, do grupo progressista Sunlight Foundation.

"Com esta decisão (da Suprema Corte) e outro conjunto de fatores, não há limites nem regulações nem divulgação plena de onde vem o dinheiro e de como ele é gasto", adverte.

Acompanhado de Herman Cain, que abandonou a disputa republicana no final de 2011 após ser alvo de um escândalo sexual, Colbert ironizou a sentença de dois anos atrás da Suprema Corte: "Se as corporações são gente... estou orgulhoso de dizer que sou uma pessoa da gente".

Só há dois cenários possíveis para diluir a decisão judicial de 2010: ou o Congresso aprova uma lei que exija mais transparência, ou promove uma emenda constitucional, embora esta requeira longos e desgastantes esforços políticos.

Ao incorporar esta causa, o humorista, de 47 anos, iniciou uma cruzada em 2011 para contestar o que ele chama de "loucuras" do sistema político. Colbert aproveita sua popularidade para alertar sobre a capacidade de corrupção do dinheiro das corporações.

Em 2008, ele já tinha se lançado como candidato presidencial, embora, segundo explicou na época, não conseguiu se inscrever na campanha republicana devido ao alto custo e porque os democratas o rejeitaram, classificando-o como um candidato "pouco sério"

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Por R7 - Efe
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