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DATA DA PUBLICAÇÃO 27/02/2014 | Cidade
Atila Jacomussi utiliza Sama com fins eleitorais, afirma Diniz Lopes
Superintendente da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) no período de 2009 a 2012, Diniz Lopes (PR) abriu fogo contra seu sucessor, Atila Jacomussi (PCdoB), virtual adversário na corrida por uma vaga na Assembleia Legislativa em outubro. Na avaliação do republicano, a autarquia virou uma ferramenta eleitoral para engrossar a pré-campanha do comunista, contratando funcionários que fazem as vezes de cabos eleitorais. “A Sama não teve progresso nenhum e está sendo simplesmente usada para eleger o atual superintendente.” Diniz destacou também que a prática tem o consentimento do prefeito Donisete Braga (PT), o qual avalia fazer uma gestão de retrocesso. A suposição do republicano é de que o petista possa estar travando a administração para sabotar candidatos petistas a deputado estadual e federal. “É decepcionante. A gente houve falar do negócio do parcelamento da dívida, mas até hoje não saiu do papel, não caminha.” Ex-vereador, que também exerceu mandato na Assembleia de 45 dias, em 2011, e governou a cidade de forma interina por 11 meses, em 2005, Diniz explicou seu planejamento para conquistar de forma definitiva uma cadeira de deputado estadual. Avaliou que o rótulo de ficha suja, por conta de rejeições do TCE (Tribunal de Contas do Estado) em relação às contas de suas gestões frente à Câmara mauaense, ficou para trás – foi absolvido em dezembro de 2012 pela Justiça. “Vamos fazer uma campanha diferenciada, até porque minha situação política é muito melhor hoje. O partido tem interesse na minha vitória.” O republicano disse que espera sair vitorioso no pleito de outubro para tentar chegar ao Paço em 2016.

DIÁRIO – Qual o planejamento para conquistar apoios e estruturar sua pré-candidatura a deputado estadual?

DINIZ LOPES – Vamos fazer uma campanha diferenciada, até porque minha situação política é muito melhor hoje. O partido tem interesse na minha vitória, não vai haver coligação e vamos correr com chapa pura para estadual e federal. Na última eleição houve uma disputa acirrada com o Donisete Braga, que agora é o prefeito, e a Vanessa Damo. Vou fincar o pé no Grande ABC, será minha prioridade. O voto aqui é mais fácil, porque as pessoas me conhecem e já ouviram falar do meu trabalho. Tenho quatro prefeitos que aderiram à minha campanha. O Márcio Alvino (PR), de Guararema, que vai deixar o cargo para ser candidato a deputado federal e dobrar comigo a pedido do partido, que precisa dele em Brasília. E tem os prefeitos Elzo (Elias de Oliveira Souza, PR), de Igarata, o Benito (Carlos Thomaz, PMN), de Potim, e o Inho (Carlos Alberto Taino Júnior, PR), de Biritiba Mirim.

DIÁRIO – Como se coloca no cenário eleitoral, levando em conta outras candidaturas?

DINIZ – Estão se formando outras candidaturas. Por serem candidatos pela primeira vez, eles vão ter as mesmas dificuldades que tive. Estão buscando apoio em tudo o que é canto e não é isso que vai fazer ganhar a eleição. A experiência é a grande vantagem, tenho uma história, um currículo. Hoje tem o Paulo Eugenio (Pereira Júnior, secretário de Mobilidade Urbana, PT), que vem com a faixa de votos do PT e vai ter uma boa votação. Tem o Atila, que vem trabalhando bastante a sua candidatura. E tem a Vanessa, que tem experiência, mas que vai enfrentar uma barreira judicial. Se eu tivesse os problemas que tive no passado, hoje não seria candidato.

DIÁRIO – Qual a sua avaliação da administração Donisete Braga?

DINIZ – Olha, não vou dizer a minha avaliação, mas sim o que eu ouço por aí. Não ouço falar muito bem. As pessoas têm alguns motivos para não falar bem. Uma coisa é deixar de fazer por dificuldades e outra coisa é você desmanchar o que estava benfeito. Transporte, trânsito e Segurança são as três coisas que estão mal. A Avenida Barão de Mauá só tem duas faixas, fizeram uma faixa exclusiva de ônibus e ninguém anda mais. A cidade parou.

DIÁRIO – Então é um governo decepcionante?

DINIZ – É decepcionante. A gente houve falar do negócio do parcelamento da dívida. Até hoje não saiu do papel, não caminha. Acho que o Donisete não estava preparado para ser prefeito. Não vou falar também que ele foi um grande legislador, porque não vejo nada que ele tenha feito para Mauá. Por exemplo, ‘tal obra’ foi feita graças à intervenção do Donisete lá na Assembleia... isso não tem. As pessoas diziam que o Oswaldo (Dias, ex-prefeito, PT) não ia bem. Como o PT tem uma grande faixa de eleitores na cidade, o Donisete arquitetou sua candidatura e julgava que não tinha adversário. Engraçado: eu ouvia um ano antes da definição que o Donisete seria candidato a prefeito e foi mesmo. O que me ajudou muito quando fui prefeito é que sou servidor público desde os meus 18 anos. Conheço a Prefeitura, sei onde estão todos os interruptores, o que cada setor faz. Você chegar lá do nada é difícil.

DIÁRIO – Vê perspectiva de melhora na gestão?

DINIZ – Pode ser que ele também não tenha interesse em eleger ninguém do PT e diga que não vai fazer nada nesses dois anos e vai começar o mandato depois da eleição deste ano. Não acho possível ele mudar esse quadro. Tem gente em Mauá falando até que ele não é candidato à reeleição. Pode melhorar o governo, mas atingir o mínimo que a população quer é difícil. O Oswaldo foi bem nos dois primeiros mandatos. O terceiro mandato foi depois do Leonel (Damo). Aí é difícil.

DIÁRIO – Qual foi seu voto no segundo turno da eleição de 2012?

DINIZ – Eu não lembro em quem votei. Sinceramente, não lembro. Não apoiei ninguém, quis ficar na minha. Não quis me sentir culpado. As pessoas perguntavam em quem eu ia votar e eu respondia que não sabia. Nenhum dos dois candidatos estava preparado.

DIÁRIO – O sr. que comandou a Sama, como avalia a atual gestão?

DINIZ – A Sama não teve progresso nenhum e está sendo simplesmente usada para eleger o superintendente (deputado estadual).

DIÁRIO – Então o Atila está usando a autarquia para fins eleitorais?

DINIZ – Isso é nítido. Atila está usando politicamente. Tanto que os últimos cargos que ele criou de R$ 5.000, um foi para o Kuka (Rogério de Paula Costa, disputou cargo de vereador pelo PTdoB). Quer dizer, ele não está nem aí, faz o que achar que tem que fazer para se eleger. Não interessa. Não houve um risco de progresso para a Sama. A cidade está toda esburacada. Vazamento para tudo que é lugar. Tudo que é obrigação da Sama, não faz. Gasta uma fortuna para comemorar o Dia da Água, contrata shows, faz uma grande festa. Eu fico abismado. A locação de carros ele trocou. Basta pegar os contratos, ver quanto nós pagávamos e quanto paga hoje. Não extrapolávamos em nada, era só o necessário e nada a mais. Deixamos superavit e dinheiro em caixa. O projeto que ele está falando de R$ 25 milhões ou R$ 30 milhões (dinheiro do governo federal para renovar a rede de abastecimento de água) fomos nós que fizemos.

DIÁRIO – Acredita que o prefeito permite o uso eleitoral da Sama?

DINIZ – Permite. Lá no Parque das Américas tem pessoas me procurando para dizer que está faltando água. Está precisando comprar a bomba, o buster. Então você contrata um show, faz um evento e não troca a bomba para levar água?

DIÁRIO – Na prática, o que o sr. está dizendo é que o Atila está cometendo um crime?

DINIZ – A gente, olhando a olho nu, vê isso. Vejo uma Sama lotada, abarrotada de cabos eleitorais. É gente todo dia que você ouve que entrou para trabalhar na Sama. Ele usa constantemente a Sama com intuito político e eleitoral.

DIÁRIO – O sr. já pensa em disputar a eleição de 2016?

DINIZ – Em 2016 é consequência de 2014. Quero estar preparado para disputar uma eleição para prefeito. Tenho muita vontade de administrar novamente a cidade. Tenho certeza que tem muita gente querendo votar em mim, mas que não tive oportunidade. Só não me elegeram prefeito porque passei por dificuldades judiciais. É um objetivo, uma meta que eu tenho e quero alcançar. Meu objetivo é me eleger deputado estadual e depois ganhar a Prefeitura.

DIÁRIO – Seguindo o caminho do Donisete?

DINIZ – É, mas governar de outro jeito, com inteligência e sabedoria. O Donisete até que foi um bom legislador. Tanto que a Câmara aprova os projetos dele. Por exemplo, eu vi o projeto da Luos (Lei de Uso e Ocupação do Solo) e acho que ao invés de facilitar a construção civil vai limitar. Um cara que tem uma área e poderia construir 20 apartamentos, só vai poder construir 15. Vem contra tudo que o próprio País tem feito. Tinha que facilitar a construção de moradias populares, apartamentos com 50 metros quadrados. Mas não, o projeto vai brecar a construção. Não sei de quem é o interesse.

DIÁRIO – A Câmara está endurecendo para aprovar o projeto. O governo vai superar?

DINIZ – Não sei quem está por trás disso. Muitos projetos não saem do governo para fora. Vêm de fora para o governo.

DIÁRIO – Caberia à Câmara ou ao Ministério Público investigar o uso político da Sama?

DINIZ – O Atila tem o pai dele na Câmara (vereador Admir Jacomussi, PRP), que já tem oito mandatos. É uma proteção. O pai dele é inteligente e sabe articular muito bem. Não tem abertura, não tem acesso às informações. O MP pode ter acesso, mas... Em todos os cantos têm muitas pessoas a serviço da Sama. E da onde vem? Como são pagas essas pessoas? Com salário de R$ 12 mil, com desconto de 27% (de IR)? Como é possível ter tanta gente envolvida em uma candidatura e você dentro de uma autarquia? Está todo mundo empregado. O dia que fizerem uma reunião vão lotar o estádio municipal. A briga do Átila com o Donisete está clara. Eles não vão a eventos um do outro. Não tem como dar certo onde você tem uma relação dessa, de pessoas que tinham que ser íntimas e interessadas em um mesmo objetivo. O Atila vem inaugurando ruas e praças com o mero objetivo político-eleitoral. Tem rua que o prefeito só ficou sabendo depois que o Atila inaugurou. Esse mau relacionamento é explicito e, de repente, o prefeito pode ter um mau relacionamento com outras pessoas, o que justificaria o governo ruim.

Por Gustavo Pinchiaro - Diário do Grande ABC
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