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DATA DA PUBLICAÇÃO 05/05/2008 | Educação
Até engenharia já é ensinada à distância
Inicialmente restrita aos cursos de formação de professores e administração, a educação à distância começa a ser oferecida no Brasil em áreas em que sua aplicação não é consensual, como engenharia, enfermagem, ciências aeronáuticas e até disciplinas de medicina.

A Universidade de Uberaba (MG), por exemplo, oferece graduação à distância para as engenharias civil, ambiental, de computação, elétrica e de produção, além de um curso de ciências aeronáuticas.

Em Santa Catarina, o centro universitário Leonardo da Vinci tem curso de engenharia de produção à distância. A PUC-RS já teve um de engenharia química e a Universidade Federal de São Carlos começou no ano passado sua engenharia ambiental nesse formato.

No caso dos cursos de enfermagem, ao menos duas instituições oferecem ele à distância: Uninove, de São Paulo, e Uniderp, de Mato Grosso do Sul. Licenciatura em educação física pode ser feita na Universidade Federal do Amazonas e na Universidade Fumec, de Minas Gerais.

Na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), os alunos de medicina podem fazer parte do curso de graduação na modalidade semipresencial. Parte do conteúdo da disciplina "Técnica Operatória e Cirúrgica Experimental", cursada pelos alunos do terceiro ano, é oferecida à distância.

Alerta

A maioria dos cursos realizados à distância ainda é dado nas áreas de educação e administração (73% deles estavam nesses dois grupos).

Sua expansão para áreas menos usuais, no entanto, põe em alerta algumas entidades.

No ano passado, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, em seu 6º Congresso Nacional, aprovou uma resolução de "não apoiar a graduação à distância para formação em qualquer nível".

Posição semelhante tem o Cofen (Conselho Federal de Enfermagem). "Os cursos da área de saúde exigem formação prática muito grande e não há como oferecê-los à distância. Nos preocupa muito a possibilidade de pessoas que serão formadas para cuidar de gente terem pouco contato com pacientes em sua formação. Não se aprende enfermagem cuidando de bonecos", diz Manoel Neri, presidente do órgão.

Especialistas em educação à distância defendem a modalidade. Para Vani Kenski, da USP, mesmo nos cursos que exigem mais conhecimento técnico, disciplinas podem ser planejadas para que haja uma parte em ambiente virtual.

Fredric Litto, da Associação Brasileira de Educação à Distância, conta que nos EUA as universidades oferecem graduação em cursos técnicos à distância há bastante tempo. "O curso é mais organizado."

Cobaias

Valdício dos Passos, 49, e Jonathan De Marco, 24, são colegas no curso de engenharia ambiental à distância da UFSCar com experiências bem distintas. Passos já é formado em engenharia química e não precisou fazer as aulas de cálculo, temor de tantos alunos. De Marco faz um curso superior pela primeira vez.

"O curso exige muito mais disciplina, mas estou satisfeito. Só não sei como estão fazendo os alunos que estão estudando cálculo", diz Passos.

De Marco responde: "Os coordenadores não estão pegando pesado logo de início. Num curso tradicional, você tem ao lado um amigo que te dá uma força, mas estamos montando um grupo que se encontra no fim de semana. Isso ajuda bastante, além do apoio dos professores".

Por Antônio Gois - Folha de São Paulo (RJ) / Verena Fornetti - Colaboração para a Folha
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