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DATA DA PUBLICAÇÃO 10/09/2011 | Setecidades
Até 2015, Pró-Billings terá R$ 300 milhões
Lixo, ratos, moradias precárias e esgoto in natura que deságua na represa Billings são componentes da paisagem da região do Alvarenga, em São Bernardo. Porém, uma parceria da Prefeitura e da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) vai recuperar esse cenário com projetos ambientais, habitacionais e de saneamento básico. Além do ganho ambiental e na qualidade de vida, as ações municipais e do Pró-Billings (Programa Integrado de Melhoria Ambiental na Área de Manancial da Represa Billings) tornarão possível a regularização fundiária na área de manancial, assim como prevê a Lei Específica da Billings.

“A regularização fundiária depende de trabalhos urbanísticos e habitacionais, mas principalmente da construção dos coletores-troncos para coleta e tratamento do esgoto que hoje é jogado na represa”, explicou a secretária de Habitação de São Bernardo, Tássia de Menezes Regino. Para cumprir a lei, Prefeitura e Sabesp trabalham conjuntamente. “Os cronogramas estão compatibilizados. A Prefeitura entra com a urbanização, drenagem e remoção de famílias, e a Sabesp com as redes de esgoto, água e coletores-troncos”, enfatizou a gerente da unidade Regional Billings da Sabesp, Nercy Bonatto.

Entre os projetos, a região do Alvarenga receberá, até 2015, quase R$ 300 milhões em investimentos. Os recursos vêm da Sabesp, do banco japonês JICA (sigla que em português significa Agência de Cooperação Internacional do Japão), do governo federal e da Prefeitura. Até o momento, as obras foram iniciadas no ribeirão dos Couros, trecho da favela Naval na divisa com Diadema. “Para que o coletor dos Couros seja construído, a Prefeitura retirou os moradores da Naval para canalizar o rio e construir uma avenida”, explicou o secretário-adjunto de Habitação, Paulo Massoca.

Despoluição - A gerente da Sabesp revela que a construção do coletor-tronco dos Couros é peça fundamental para se evitar que o esgoto da região do Alvarenga continue a ir para a represa Billings. “Ele será uma grande avenida ou artéria por onde passará todo o esgoto coletado na região do Alvarenga. É a partir dele que a carga orgânica será exportada para a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) ABC”, disse Nercy. Para isso, as intervenções no ribeirão dos Couros serão realizadas em duas fases.

A primeira fase da construção do coletor, iniciada em outubro de 2010, está prevista para ser finalizada neste mês com investimento de R$ 18 milhões do governo federal e da Prefeitura. De acordo com Nercy, a segunda etapa está na fase de licitação e iniciará até outubro deste ano. “Esta será a maior obra de reversão da bacia. Por isso, a Sabesp vai investir R$ 67 milhões”, argumentou.

Nas demais fases do Pró-Billings, estão previstas a implantação de 100 km de redes de esgoto, 72 estações elevatórias de médio e pequeno porte, três elevatórias de grande porte e 30 km de coletores-troncos que irão beneficiar diretamente 250 mil pessoas dos bairros dos Casas, Alvarenga, Fincos, Jardim Laura, Jardim das Orquídeas, Jardim Represa, Riacho Grande, entre outros.

O cabeleireiro José Pereira de Oliveira, 60 anos, mora na estrada dos Alvarengas, tem como quintal a represa e por isso aguarda ansioso pelas mudanças. “Quando me mudei, há 20 anos, aqui tinha tanto peixe que havia pescaria. Hoje só existe poluição e mau cheiro, isso precisa mudar”, afirmou. Na via, em menos de 300 metros, a reportagem do ABCD MAIOR contabilizou três córregos que deságuam esgoto in natura, constantemente, na represa.

Estações elevarão coleta de esgoto
Além da implantação do coletor-tronco dos Couros, a construção das três EEEs (Estações Elevatórias de Esgoto) será imprescindível para São Bernardo subir dos 80% aos 90% de esgoto coletado e dos 27% aos 100% de esgoto tratado, até 2015. As estações serão construídas nos bairros Parque Esmeralda, Jardim Nova Patente e Jardim Represa. Atualmente as EEEs estão em fase de elaboração do projeto executivo. “Mas é bom lembrarmos que São Bernardo também depende da conclusão da fase 3 do projeto Tietê para ter os 90% de esgoto tratados”, recordou a gerente da Sabesp Nercy Bonatto.

Como a proposta do Pró-Billings é despoluir a represa e realizar a recuperação ambiental do entorno, a Sabesp também terá o compromisso de medir a qualidade da água da Billings até 2017. “Essa foi uma das exigências dos financiadores”, explicou Nercy. Entre os indicadores estão a quantidade de domicílios conectados à rede de esgoto. “Não adianta fazermos todo esse investimento, se a população não fizer as ligações de esgoto em suas residências”, observou Nercy. A primeira ligação é feita gratuitamente pela Companhia, que garante que realizará ações de conscientização.

Moradores sofrem com enchentes dos córregos
Enquanto as ações municipais e o Pró-Billings avançam, os moradores de áreas de mananciais em São Bernardo abusam da criatividade e dos recursos disponíveis para conseguir driblar os problemas acarretados pelo despejo de esgoto in natura nos córregos que deságuam na represa Billings.

Mau cheiro, enchentes e ratos são apenas algumas das dificuldades que os munícipes da rua Três A, no Bairro Alvarenga, precisam enfrentar para ter assegurado o direito de moradia. Toda vez que o céu escurece, a bombeira civil Eliede da Costa Oliveira, 28 anos, fica apreensiva. “Quando chove, a represa enche, o córrego não dá conta e transborda. Toda aquela água poluída invade nossas casas”, afirmou.

Na tentativa de impedir a entrada da água suja, que chega a atingir a altura dos joelhos, Eliede colocou comportas no portão, mas a medida não resolveu o problema. “Ás vezes, a água entra pelos ralos”, revelou. O mau cheiro também incomoda. “De manhã deixo tudo fechado, pois ninguém aguenta o odor”, disse.

É justamente para dar uma melhor qualidade de vida aos moradores que a Prefeitura, em parceria com o governo federal, investirá R$ 149,5 milhões em obras de urbanização na área entre o PAC Alvarenga e os investimentos do conjunto habitacional Três Marias. Os projetos incluem intervenções nos núcleos Sítio Bom Jesus, Divineia I e II, Pantanal I e II, Jardim Ipê, Alvarenga Peixoto e a construção das habitações no Bairro Cooperativa.

Entre consolidação de 610 moradias, realocação interna de 878 famílias e a retirada de 1,2 mil para o conjunto Três Marias, a iniciativa da Prefeitura beneficiará mais 2,6 mil famílias. “Porém, não se trata apenas de produção de casa em grande escala, mas de recuperação ambiental e paisagismo. Além da construção de um parque no Jardim Ipê”, explicou o secretário-adjunto de Habitação, Paulo Massoca.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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