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DATA DA PUBLICAÇÃO 09/08/2017 | Economia
Arroz e feijão seguem campeões das refeições fora de casa
 Arroz e feijão seguem campeões das refeições fora de casa Imagem ilustrativa. Foto: http://dietaenutricao.com.br/arroz-e-feijao-nutritivamente-uma-dupla-perfeita/
Imagem ilustrativa. Foto: http://dietaenutricao.com.br/arroz-e-feijao-nutritivamente-uma-dupla-perfeita/
Por mais apertado que esteja o orçamento, a população da região ainda prefere deixar o salgado com refrigerante de lado para investir um pouco mais nas refeições e almoçar o clássico prato feito, geralmente formado pela combinação de arroz, feijão, bife e salada.

De acordo com a pesquisa Assert (Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador) 2017, o preço médio da refeição completa, no qual inclui prato, bebida, sobremesa e café, em quatro cidades na região é de R$ 30,80. No levantamento, Santo André é a mais cara no Grande ABC e o almoço pode sair por R$ 35,01. Já Diadema é a mais barata e comer por lá custará R$ 27,23. A refeição em São Caetano custa R$ 31,73 e em São Bernardo, R$ 29,26. Para efeitos de comparação, comer em São Paulo sai por R$ 33,82 enquanto a média no Brasil é de R$ 32,94.

No entanto, ter uma refeição completa não é a realidade de quem trabalha fora e precisa almoçar todos os dias nas ruas das regiões centrais. Na maioria das vezes, a bebida, a sobremesa e o cafezinho ficam de fora dessa conta. Dessa forma, é possível encontrar pratos feitos ou self services de R$ 9,99 até R$ 19,90 nas quatro cidades pesquisadas.

“A empresa me dá um vale de R$ 16 por dia e é o que acabo gastando, mas eu só pego o prato de comida mesmo. Nem beber eu bebo no almoço. Se ultrapassar o valor, tenho que pagar do meu bolso e aí o salário vai ser só para almoçar”, conta a vendedora Daniele Vieira Ribeiro, que trabalha no Centro de Diadema.

Com R$ 10, é possível comer uma tapioca e tomar um refrigerante no carrinho de André Soares Durães, na região central de Diadema. “É um almoço para quem está com pressa.” Ele mesmo faz tal refeição três vezes na semana. “As outras duas eu como comida porque sinto falta de arroz e feijão. Gasto uns R$ 14 sem bebida. Mas se eu fosse comer isso todo dia, não ia dar conta de pagar.”

Alguns estabelecimentos que vendem arroz e feijão, porém, ainda sentem efeitos da crise econômica. Antônio Souza, sócio-proprietário do Restaurante JR, no Centro de Santo André, vende entre 80 e 100 pratos e marmitex por dia a R$ 14 e viu o movimento diminuir por causa da falta de dinheiro dos fregueses. “Quarta-feira é o nosso melhor dia por conta feijoada. Mas mesmo assim, de uns dois anos para cá, o movimento caiu aproximadamente 20%.”

Na contramão da preferência da população e da crise, Nilson Pacheco abriu o Mary Dog, em Santo André, há duas semanas apostando no almoço rápido. Com R$ 9,50 dá para comer um cachorro-quente e tomar um suco. “A casa oferece 14 tipos de hot dogs, inclusive o que vem sem o pão e também o vegetariano, com salsicha de soja. Opção não vai faltar para aqueles que precisam comer rapidinho para aproveitar a hora do almoço para fazer outras coisas.” A meta é servir 100 cachorros-quentes por dia.

De acordo com o economista Flavio Calife, da Boa Vista SCPC, comer fora de casa ficou mais caro devido a um aumento no preço dos alimentos. “De cinco a seis anos para cá, a alimentação subiu 10% ao ano enquanto a renda real do trabalhador, aquela em que é descontada a inflação, caiu. Logo, é um gasto diário que acabou pesando mais no bolso.”

Por um outro lado, ainda segundo o economista, ao mesmo tempo em que afeta negativamente algumas pessoas, a crise acaba abrindo portas para os micro e pequenos empresários que querem investir num negócio próprio. “Qualquer tipo de trabalho é válido. Sempre que há aumento de desemprego, aumenta também a informalidade. Mas hoje em dia existe muitas formas do trabalhador regularizar sua situação e formalizar seu negócio com pouco investimento. Montar uma barraquinha de comida na rua pode até ser uma alternativa paliativa enquanto não se arruma o emprego desejado. Mas, obviamente, não é o recomendado por ser ilegal e estar sujeito às regras de regularização.”

O sócio-proprietário da Donna''''s minis, em São Bernardo, Ronaldo Freitas abriu seu comércio há um ano e dois meses e afirma que fez um bom negócio. O carro-chefe da casa são as mini-coxinhas. Dez salgadinhos saem por R$ 2,50. “Acredito que, por mais que as pessoas prefiram comida, quando o dinheiro aperta elas vão para o mais barato mesmo. A crise acabou sendo boa para a gente de alguma forma.”

É preciso ter cuidado ao escolher comidas de rua

Saber a origem daquilo que está comendo é imprescindível, principalmente quando a refeição for aquela mais rápida e mais barata, e acaba sendo, consequentemente, a mais gordurosa e nociva à saúde.

“A curto prazo, a alimentação rápida de rua pode causar doenças gastrointestinais (intoxicação alimentar), com sintomas de náuseas, vômitos, dor abdominal, fraqueza e diarréia. A longo prazo, pode desenvolver doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial, infarto e AVC, diabetes e colesterol alto”, explica o clínico-geral e coordenador do pronto-socorro do Hospital Assunção, em São Bernardo, Rubens Martins Neto.

Se não houver alternativa, é melhor optar por alimentos assados, como espetinho de carne, milho cozido e bolo ou pipoca doce de sobremesa. “O óleo para fritura é um perigo. Neste caso, a higiene na preparação dos alimentos e a forma como são armazenados é um fator importante a ser observado. No caso do pastel de feira, por exemplo, prefira comprá-lo cedo para não correr o risco de o óleo ser reutilizado. O problema, neste caso, são as toxinas liberadas por essa reutilização. No caso do sanduíche natural, a questão é que a maioria leva maionese, que é o alimento com maior risco de contaminação pela salmonela, bactéria que causa intoxicação.”

Quem já usou toda a cota de comidas não saudáveis na hora do almoço precisa optar por um jantar mais balanceado e leve, composto por vegetais, proteínas, cereais e gorduras saudáveis. “Dê preferência para o vegetal cozido, ovo ou peixe, pequena porção de arroz ou macarrão integral e outra pequena parte de frutos secos ou iogurte”, indica o médico.

Por Caroline Garcia - Diário OnLine
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