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DATA DA PUBLICAÇÃO 14/11/2009 | Educação
Após tumulto na Uniban, atriz vai a faculdades com microvestido e irrita garotas
No cara a cara, a resposta para "onde é o banheiro?" é bastante cordial. "Vire à esquerda, depois daquela coluna", explica um estudante de direito da USP (Universidade de São Paulo), no largo São Francisco (na região central de SP).

Mas é só a moça de vestido curto virar as costas para o jovem sussurrar entre os amigos: "Puta! Puta! Puta!".

A cena aconteceu na manhã de terça-feira, quando a atriz Fábia Gouvêa, 35, visitou quatro faculdades a convite da Folha, trajando um vestido provocante, curto nas pernas e com tecido fino, que evidenciava a ausência de sutiã.

Em todas elas (FMU, Universidade Ibirapuera, Pontifícia Universidade Católica e Universidade de São Paulo), pipocaram piadinhas (discretas e à distância) em referência ao já manjado caso de Geisy Arruda, 20, aluna de turismo hostilizada na Uniban quando foi à aula em microvestido, no fim de outubro.

"Xiii, só pode ser aluna da Uniban", ironizou uma garota na PUC, referindo-se ao caso da garota Geisy Arruda.

Na FMU, Fábia pergunta sobre a qualidade dos cursos a uma turma na cantina. "Eles foram atenciosos, falaram bem da faculdade", relata. Mas foi só ela sair dali para uma das alunas fulminar... "Gente, ela deve ter vindo prospectar freguesia", diz uma aluna. Todos riem.

Não que os olhares tortos só tenham vindo pelas costas. "Os caras ficaram mais intimidados, olham discretamente. Mas muitas meninas me encararam feio, me mediram", relata.

Um pouco mais à frente, mais tensão, três garotas olham a atriz, que responde com o olhar. De novo, é só virar as costas para começarem os comentários. "Isso é roupa de vir à faculdade?"

No largo São Francisco, um cartaz com referência ao caso Uniban é assinado pelo "P.U.T.A. - Partido Ultra Tradicionalista das Arcadas". Ele convoca "todas as franciscanas a virem de minivestido" e diz lutar pelo "direito feminino de frequentar a faculdade (...) até mesmo sem roupa".

Um segurança, ao perceber a presença do fotógrafo em direção à moça, a aborda e a orienta: "Você não pode fotografar aqui, mas pode vir com a roupa que quiser. Tem meninas com vestidos muito piores que o seu".

Uniban

No último dia 22, a estudante Geisy Arruda, 20, da Uniban foi hostilizada por usar um microvestido rosa. O tumulto foi filmado e os vídeos acabaram na internet. Ontem, os advogados da aluna procuraram a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) para pedir a abertura de um inquérito policial sobre o caso.

O vice-reitor da Uniban, Ellis Brown, garantiu na tarde de ontem que a estudante terá seguranças caso seja apresentado algum risco quando ela voltar a estudar no campus da universidade em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). Inicialmente, a universidade decidiu expulsar a aluna, mas revogou a decisão.

Um inquérito foi instaurado e, ainda segundo os advogados, há indícios de que tenha havido sete crimes: difamação, injúria, ameaça, constrangimento ilegal, cárcere privado, ato obsceno e incitação ao crime.

Por Folha de São Paulo
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