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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/09/2015 | Educação
Após pedido do Ministério Público, USP suspende Show Medicina
MP recomendou cancelamento do show e instauração de sindicância.

Em nota, Faculdade de Medicina afirma que vai cumprir recomendações.


A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) anunciou, nesta terça-feira (1º), que decidiu suspender a 73ª edição do Show Medicina, evento que existe há mais de 70 anos e que foi alvo de denúncias de abusos de direitos e violência por parte de alunos e ex-alunos do curso de medicina da instituição. Em nota, a faculdade afirmou que "estão suspensas as atividades do Show Medicina no campus até que as recomendações do Ministério Público de São Paulo sejam atendidas".

As recomendações a que o comunicado da USP se refere foram enviadas pelo MP-SP à faculdade na segunda-feira (31). Em nota, o Ministério Público diz que recomenda o cancelamento da 73ª edição do show, que acontece todos os anos no segundo semestre, incluindo os ensaios realizados antes do evento.

Na recomendação, assinada em 28 de agosto, as promotoras de Justiça Beatriz Helena Budin Fonseca e Silvia Chakian de Toledo Santos afirmam que a FMUSP já havia autorizado os estudantes do Show Medicina a usarem os espaços da faculdade para a realização das atividades da edição de 2015 do evento.

"Apesar da evidente violação dos direitos humanos praticados pelos integrantes da Associação Cultural Show Medicina, estas Promotoras de Justiça tomaram conhecimento que foi celebrado o ‘Termo de Outorga de Autorização de Uso do Teatro e de Anfiteatros da FAMUSP que entre si celebram a Faculdade de Medicina da USP – FMUSP e a Associação Cultural Show Medicina', para o uso do espaço do Teatro e Anfiteatros para os ensaios e
realização do 73º Show Medicina", diz o documento.

"A permissão de uso foi concedida sem qualquer apuração dos fatos constatados no relatório da ALESP e sem a garantia da efetiva modificação da cultura de violência praticada pelo grupo, consistente na prática de violência física, moral e sexual, bem como na imposição da submissão e humilhação àqueles que pretendem integrar a associação. É certo, ainda, que a discriminação de gênero praticada pela Associação reforça a violência que vem sendo praticada contra a mulher nas dependências da faculdade."

Outras recomendações
O órgão também pede que a FMUSP instaure uma sindicância administrativa para investigar os fatos apurados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) sobre denúncias de violações de direito na faculdade feitas por estudantes de medicina, "tornando pública esta instauração e convocando os alunos interessados a depor, e comunicando a conclusão ao Ministério Público".

Na nota, Beatriz Helena afirma que os fatos denunciados "não são devidamente apurados e coibidos pela Diretoria da Faculdade".

Inquérito civil
A FMUSP virou alvo de inquérito civil por parte do MP-SP em setembro de 2014. Segundo a nota do órgão, a Associação Cultural Show Medicina (pessoa jurídica que responde pelas atividades do grupo) "promove atividades em que, tradicionalmente, somente os homens podem participar, reservando às mulheres apenas a costura dos figurinos, em espaço segregado".

Ainda de acordo com a investigação, "os homens não podem participar da costura e as mulheres estão impedidas de participar da apresentação. Ficou apurado também que para integrar o Show Medicina os interessados passam por um ritual constituído de trotes violentos e humilhantes, com forte assédios moral e sexual, além de violência física e noitadas com prostitutas nas dependências da universidade", diz o MP.

O órgão recomendou ainda que o Show Medicina altere seus procedimentos e passe a realizar processo seletivo "aberto a todos os alunos, em local público, abolindo-se a prática dos trotes, e que os critérios de admissão e a finalidade da seleção sejam amplamente divulgados".

O Ministério Público recomenda também que "a participação na elaboração do conteúdo do evento e a apresentação das atrações deverão ser franqueadas a todos os integrantes da associação, independentemente do gênero e que não permitam qualquer atividade caracterizada por violência, trotes humilhantes, assédio moral e/ou sexual".

Por G1, em São Paulo
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