DATA DA PUBLICAÇÃO 22/01/2012 | Setecidades
Após dois anos, 240 famílias ainda esperam apartamentos do Estado
Área do Jardim Oratório, em Mauá, com o trecho Sul do Rodoanel (à esquerda). Foto: Luciano Vicioni
Elas deixaram suas casas, em Mauá, para a passagem do Rodoanel. Estão na mão até agora
A espera é de quase dois anos e meio e a perspectiva de uma solução é quase inexistente. Cerca de 240 famílias que moravam no Jardim Oratório, em Mauá, e que foram removidas do local para darem lugar às obras da extensão Jacu-Pêssego-Papa João 23, que fazem parte do complexo de obras do trecho Sul do Rodoanel, aguardam sem grandes expectativas os apartamentos da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano), empresa do governo do Estado de São Paulo.
As unidades foram oferecidas às famílias pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), que na época intermediava as negociações e que é responsável pela construção do trecho, agora privatizado e sob o comando da empresa SPMar.
As famílias que optaram pelas unidades habitacionais, no lugar das indenizações em dinheiro, afirmam que a Dersa nunca apresentou o projeto dos imóveis, não informou onde as unidades serão construídas nem quando as moradias serão entregues.
Indenização - Ao invés disso, esses mesmos moradores (que não quiseram se identificar por temer represálias da empresa) afirmam que assistentes sociais da Dersa tentam agora negociar com as famílias indenizações em dinheiro em troca dos apartamentos.
Um dos moradores afirma que recebeu a oferta de R$ 20 mil para comprar uma casa, mas argumenta que é impossível achar um imóvel nesse valor. “Não existe esse preço de casa em favela nenhuma desse mundo”, afirmou M., que está morando em uma casa alugada em São Bernardo.
Ainda de acordo com o mesmo morador, na época, quando a Dersa negociava a saída dos moradores do Oratório, os apartamentos da CDHU eram, de acordo com os funcionários da empresa, a melhor escolha. “Tentaram empurrar os apartamentos de todo jeito, mas a maioria não quis justamente porque suspeitava que aconteceria justamente o que está acontecendo agora”, disse M.
Quitação - A promessa inicial da Dersa era de que as famílias que optassem pelos apartamentos receberiam o imóvel totalmente quitado e que até a entrega das unidades, elas receberiam auxílio aluguel da companhia. Procurada pela reportagem, a CDHU afirmou que não irá se pronunciar sobre o assunto e que a Dersa é que deveria ser questionada a respeito.
Em nota, a Dersa afirmou que em São Bernardo, local em que também houve desapropriações do Rodoanel, 899 famílias foram removidas, sendo que 349 famílias optaram por unidades da CDHU. Dessas, 247 já receberam os apartamentos.
Em Mauá, a Dersa afirmou que serão oferecidas, inicialmente, 80 moradias para as famílias que optaram por indenizações. A companhia não informou onde serão construídas as unidades e qual o prazo de entrega.
Trecho Sul do Rodoanel removeu duas mil famílias
Aproximadamente duas mil famílias saíram de suas casas no Jardim Oratório em função das obras complementares do trecho Sul do Rodoanel. A grande maioria dos moradores optou por indenizações e, como o bairro é uma área de ocupação irregular, elas receberam apenas o valor das benfeitorias (construção) das casas.
O processo de retirada dos moradores foi moroso justamente porque as famílias consideravam o valor pago pela Dersa muito abaixo do mercado.
A espera é de quase dois anos e meio e a perspectiva de uma solução é quase inexistente. Cerca de 240 famílias que moravam no Jardim Oratório, em Mauá, e que foram removidas do local para darem lugar às obras da extensão Jacu-Pêssego-Papa João 23, que fazem parte do complexo de obras do trecho Sul do Rodoanel, aguardam sem grandes expectativas os apartamentos da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano), empresa do governo do Estado de São Paulo.
As unidades foram oferecidas às famílias pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), que na época intermediava as negociações e que é responsável pela construção do trecho, agora privatizado e sob o comando da empresa SPMar.
As famílias que optaram pelas unidades habitacionais, no lugar das indenizações em dinheiro, afirmam que a Dersa nunca apresentou o projeto dos imóveis, não informou onde as unidades serão construídas nem quando as moradias serão entregues.
Indenização - Ao invés disso, esses mesmos moradores (que não quiseram se identificar por temer represálias da empresa) afirmam que assistentes sociais da Dersa tentam agora negociar com as famílias indenizações em dinheiro em troca dos apartamentos.
Um dos moradores afirma que recebeu a oferta de R$ 20 mil para comprar uma casa, mas argumenta que é impossível achar um imóvel nesse valor. “Não existe esse preço de casa em favela nenhuma desse mundo”, afirmou M., que está morando em uma casa alugada em São Bernardo.
Ainda de acordo com o mesmo morador, na época, quando a Dersa negociava a saída dos moradores do Oratório, os apartamentos da CDHU eram, de acordo com os funcionários da empresa, a melhor escolha. “Tentaram empurrar os apartamentos de todo jeito, mas a maioria não quis justamente porque suspeitava que aconteceria justamente o que está acontecendo agora”, disse M.
Quitação - A promessa inicial da Dersa era de que as famílias que optassem pelos apartamentos receberiam o imóvel totalmente quitado e que até a entrega das unidades, elas receberiam auxílio aluguel da companhia. Procurada pela reportagem, a CDHU afirmou que não irá se pronunciar sobre o assunto e que a Dersa é que deveria ser questionada a respeito.
Em nota, a Dersa afirmou que em São Bernardo, local em que também houve desapropriações do Rodoanel, 899 famílias foram removidas, sendo que 349 famílias optaram por unidades da CDHU. Dessas, 247 já receberam os apartamentos.
Em Mauá, a Dersa afirmou que serão oferecidas, inicialmente, 80 moradias para as famílias que optaram por indenizações. A companhia não informou onde serão construídas as unidades e qual o prazo de entrega.
Trecho Sul do Rodoanel removeu duas mil famílias
Aproximadamente duas mil famílias saíram de suas casas no Jardim Oratório em função das obras complementares do trecho Sul do Rodoanel. A grande maioria dos moradores optou por indenizações e, como o bairro é uma área de ocupação irregular, elas receberam apenas o valor das benfeitorias (construção) das casas.
O processo de retirada dos moradores foi moroso justamente porque as famílias consideravam o valor pago pela Dersa muito abaixo do mercado.
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