DATA DA PUBLICAÇÃO 24/11/2008 | Política
Ampliação da Craisa não sairá do papel
A ampliação da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) não deve sair do papel. A Prefeitura já admite recuo da parte de investidores do Ceasa Cantareira, que viriam para a cidade com a promessa de investir R$ 8 milhões no espaço físico da autarquia a fim de aumentar a capacidade do entreposto em 60 boxes, tornando-o um dos cinco maiores do País. "Fizemos o que tinha de ser feito. Abrimos a negociação e aprovamos a lei que permite a ampliação. Mas o pessoal que tinha interesse em investir não conseguiu a adesão que precisava, de aproximadamente 100 empresários. Além disso, eles reabriram conversas com o prefeito (Gilberto) Kassab (DEM-São Paulo) no sentido de permanecer onde estão hoje", justificou Arlindo de Lima, chefe-adjunto de Gabinete da Prefeitura.
A oposição ao governo petista do prefeito João Avamileno criticou o que chamou de ‘falta de habilidade'' do poder público na condução das negociações (leia mais ao lado).
Com a improvável vinda de empresários ligados ao Ceasa Cantareira, a Prefeitura espera que outro grupo interessado no espaço possa se aproveitar da ‘localização privilegiada'' - próximo ao futuro trecho Sul do Rodoanel - e da lei (válida por dois anos), aprovada no final de maio pela Câmara, após quase três meses de discussões.
O projeto chegou a criar impasse em função das reivindicações feitas pela Asucraisa (Associação dos Usuários da Craisa), cujos representantes defendiam garantias para que os atuais trabalhadores tivessem os mesmos direitos assegurados aos futuros permissionários.
"Seria importante para a cidade, pois teríamos um dos principais entrepostos do Estado e do País. Seríamos o quarto maior do Brasil. Mas não aconteceu ainda, embora exista a possibilidade de o próprio pessoal da Cantareira não chegar a um acordo com o Kassab e poder voltar para cá. Se não der certo, não haverá qualquer prejuízo para a cidade, apenas deixaremos de ganhar mais empreendimento neste setor", acrescentou Arlindo.
Posto - Mas a Craisa não deve perder totalmente o montante do investimento que receberia da iniciativa privada. A Prefeitura conseguiu viabilizar parte do projeto, para contar com um posto de serviços automotivos em seu terreno - o processo de licitação já foi finalizado.
Oposição vê "falta de habilidade" do governo
Na opinião de vereadores de oposição ao governo petista, a culpa pelo fracasso na ampliação da Craisa se deve à ‘falta de habilidade'' do poder público na condução das negociações.
"Se realmente não ocorrer esse investimento, mais uma vez a Câmara foi enganada", reclamou Luiz Zacarias (PR). "Por diversas vezes aprovamos projetos aqui no Legislativo, como a Cidade Pirelli, que a Prefeitura disse que havia compromisso da iniciativa privada, mas lamentavelmente não foi adiante. É mais um exemplo de atropelo da administração. É falta de habilidade em mandar para esta Casa coisas não concretas, as quais somente acabam gerando expectativa na população", acrescentou.
O tucano Paulinho Serra tem pensamento similar. "Compramos a idéia de que teríamos o segundo maior Ceasa do Estado e o quarto do País. Mas, infelizmente, por falta de habilidade, mais um projeto não foi adiante, ficou no papel. Isso é muito ruim porque gera desconfiança na relação dos poderes e descrença da população pelo poder público. Às vezes, votamos sem esgotar a discussão, fora do prazo, para o município não perder arrecadação e grandes empreendimentos, mas as coisas não saem do papel."
Como contraponto, o presidente da Câmara, José Montoro Filho, o Montorinho (PT), saiu em defesa da administração. "Não se pode culpar o governo, que foi bem intencionado. Precisávamos de investimentos na cidade e as portas foram abertas. Sem contar que não houve perda do erário público", emendou.
A oposição ao governo petista do prefeito João Avamileno criticou o que chamou de ‘falta de habilidade'' do poder público na condução das negociações (leia mais ao lado).
Com a improvável vinda de empresários ligados ao Ceasa Cantareira, a Prefeitura espera que outro grupo interessado no espaço possa se aproveitar da ‘localização privilegiada'' - próximo ao futuro trecho Sul do Rodoanel - e da lei (válida por dois anos), aprovada no final de maio pela Câmara, após quase três meses de discussões.
O projeto chegou a criar impasse em função das reivindicações feitas pela Asucraisa (Associação dos Usuários da Craisa), cujos representantes defendiam garantias para que os atuais trabalhadores tivessem os mesmos direitos assegurados aos futuros permissionários.
"Seria importante para a cidade, pois teríamos um dos principais entrepostos do Estado e do País. Seríamos o quarto maior do Brasil. Mas não aconteceu ainda, embora exista a possibilidade de o próprio pessoal da Cantareira não chegar a um acordo com o Kassab e poder voltar para cá. Se não der certo, não haverá qualquer prejuízo para a cidade, apenas deixaremos de ganhar mais empreendimento neste setor", acrescentou Arlindo.
Posto - Mas a Craisa não deve perder totalmente o montante do investimento que receberia da iniciativa privada. A Prefeitura conseguiu viabilizar parte do projeto, para contar com um posto de serviços automotivos em seu terreno - o processo de licitação já foi finalizado.
Oposição vê "falta de habilidade" do governo
Na opinião de vereadores de oposição ao governo petista, a culpa pelo fracasso na ampliação da Craisa se deve à ‘falta de habilidade'' do poder público na condução das negociações.
"Se realmente não ocorrer esse investimento, mais uma vez a Câmara foi enganada", reclamou Luiz Zacarias (PR). "Por diversas vezes aprovamos projetos aqui no Legislativo, como a Cidade Pirelli, que a Prefeitura disse que havia compromisso da iniciativa privada, mas lamentavelmente não foi adiante. É mais um exemplo de atropelo da administração. É falta de habilidade em mandar para esta Casa coisas não concretas, as quais somente acabam gerando expectativa na população", acrescentou.
O tucano Paulinho Serra tem pensamento similar. "Compramos a idéia de que teríamos o segundo maior Ceasa do Estado e o quarto do País. Mas, infelizmente, por falta de habilidade, mais um projeto não foi adiante, ficou no papel. Isso é muito ruim porque gera desconfiança na relação dos poderes e descrença da população pelo poder público. Às vezes, votamos sem esgotar a discussão, fora do prazo, para o município não perder arrecadação e grandes empreendimentos, mas as coisas não saem do papel."
Como contraponto, o presidente da Câmara, José Montoro Filho, o Montorinho (PT), saiu em defesa da administração. "Não se pode culpar o governo, que foi bem intencionado. Precisávamos de investimentos na cidade e as portas foram abertas. Sem contar que não houve perda do erário público", emendou.
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