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DATA DA PUBLICAÇÃO 19/12/2012 | Setecidades
Ambientalistas suspeitam de nova contaminação por lodo na Billings
Ambientalistas suspeitam de nova contaminação por lodo na Billings Água cheira mal e tem cor de cobre, avermelhada. Foto: Andris Bovo
Água cheira mal e tem cor de cobre, avermelhada. Foto: Andris Bovo
Desta vez, o problema está no ribeirão da Estiva, braço da represa que abastece Rio Grande da Serra; Sabesp nega ação

A água não deve ter cor, cheiro ou gosto, mas faz algum tempo que o fio d’água que corta a estrada Pouso Alegre, em Rio Grande da Serra, não segue esta regra. A água que desce após a ETA (Estação de Tratamento de Água) Ribeirão da Estiva não apenas cheira mal como também tem cor de cobre, meio avermelhada. A suspeita do MDV (Movimento de Defesa da Vida) do ABCD é que a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) esteja jogando os rejeitos do tratamento da água no local, assim como fez por mais de 20 anos em São Bernardo, no braço Rio Grande. A companhia nega.

“No tratamento da água é usado sulfato ferroso, de alumínio ou de cobre, que tem justamente esta cor avermelhada que está no rio”, argumentou o ambientalista e membro do MDV José Soares da Silva. O ribeirão da Estiva integra o sistema de abastecimento de água do ABCD. O corpo d’água abastece diretamente 39 mil pessoas de Rio Grande da Serra e contribui com o braço Rio Grande da Billings, responsável por fornecer água a 1,6 milhão de moradores em São Bernardo, Diadema e parte de Santo André.

O mato alto em torno do ribeirão, em alguns pontos com até 2 metros de altura, ajuda a camuflar o que realmente ocorre no local. Quanto mais próximo da ETA, mais difícil fica o acesso ao rio. Para o advogado ambientalista e membro do MDV Virgilio Alcides de Farias, todos os indícios levam a crer que o lodo depositado no fundo do ribeirão da Estiva, que deixa a água avermelhada, é mesmo do tratamento. “A suspeita recai sobre a Sabesp, mas vamos fazer a análise dessa água e desse lodo para tirar as dúvidas”, afirmou.

Em nota, a Sabesp informou que não é sua a atribuição de monitorar a qualidade da água do ribeirão da Estiva. Porém, acredita que a incidência de fortes chuvas pode ter causado eventuais carregamentos de terra, o que explicaria as alterações na cor da água. A companhia ainda assegurou que a água captada passa por processo de tratamento obedecendo todos os padrões normativos de potabilidade (qualidade) da portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde, sendo, portanto segura para consumo humano.

Em nota, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) disse que fez uma vistoria no local no último dia 07 de dezembro e não constatou nenhuma anormalidade. O órgão ambiental ainda revelou que a Sabesp possui um Cadri (Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental) para disposição final do lodo resultante do tratamento de água para Estação de Tratamento de Esgoto do ABCD, localizada em São Paulo na divisa com São Caetano.

Local era limpo, lembra morador

Um morador de uma chácara próxima ao local, que não quis se identificar, lembra de quando os filhos usavam parte do ribeirão da Estiva para nadar. “Chamávamos esta parte de poção. A quantidade de água era abundante e limpa”, recorda.

Diante da poluição cada vez maior na área, o morador revelou que teve de trocar o rio pela piscina. “Hoje se as crianças entrarem de cueca branca sai puro lodo vermelho. É perigoso, pois não sabemos o que tem aí”, disse.

O descarte irregular vai contra o Sisnama (Sistema Nacional de Meio Ambiente) e a própria Lei Específica da Billings.

“Infelizmente, ainda existem pessoas que acreditam que o meio ambiente não pode ser um empecilho a determinadas atividades”, comentou Virgílio Farias.

José Soares ainda lembrou que a ação prejudica o Ph (grau de alcalinidade) da água e o processo de fotossíntese. “É necessário investigar e descobrir o que realmente está sendo jogado ali”, afirmou.

Caso de São Bernardo está na Justiça

O lodo contaminado lançado pela Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo) por mais de 20 anos em um dos braços da represa Billings é motivo de uma batalha entre o MP (Ministério Público) e a companhia que se arrasta há 10 anos na Justiça.

Atualmente, o caso está no Supremo Tribunal Federal, a mais alta instância do Poder Judiciário, onde aguarda o julgamento do recurso extraordinário impetrado pela Sabesp. O MP exige a recuperação do braço que foi assoreado pelo lodo.

Substâncias como iodo e sulfato de alumínio, resultantes de rejeitos do tratamento de água usada pela Sabesp no braço Rio Grande, transformaram em lodo mais de três quilômetros de extensão da Billings.

O trecho contaminado é delimitado pelas estradas Basílio de Lima e Martim Afonso de Souza, próximo ao km 28 da via Anchieta, em São Bernardo. O material era jogado no córrego que corta o Jardim Jussara e a Vila Balneária, e seguia junto com o esgoto dos moradores até a represa.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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