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DATA DA PUBLICAÇÃO 30/05/2014 | Educação
Alunos protestam contra o ensino integral do Estado
Alunos protestam contra o ensino integral do Estado Pais, alunos e professores dizem que Estado impôs novo programa sem consulta. Foto: Andris Bovo
Pais, alunos e professores dizem que Estado impôs novo programa sem consulta. Foto: Andris Bovo
Novo modelo causaria a saída de metade dos alunos do Ensino Médio e de professores da escola

Aproximadamente 50 pessoas entre alunos, pais e professores da Escola Estadual Dr. Celso Gama, na Vila Assunção, em Santo André, protestaram na manhã desta quarta-feira (28/05) em frente à Diretoria de Ensino do município. O movimento foi cobrar explicações do governo do Estado sobre a possível implantação do programa estadual de Ensino em Tempo Integral para o Ensino Médio na escola a partir de 2015. O maior problema, de acordo com os manifestantes, está na falta de consulta à comunidade escolar sobre a iniciativa, como o Estado havia se comprometido.

A escola integral prevê o ensino em sala de aula em um período e outras atividades no segundo turno. “A diretora da escola vem fazendo ameaças, coagindo pais e alunos para impor a implantação do programa, mesmo o conselho da escola já tendo votado contra”, revelou Alexandre Ferraz, coordenador da regional da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), que acompanhava a manifestação.

De acordo com os alunos, o conselho votou e rejeitou o programa no ano passado, mas neste ano a diretora teria aproveitado a renovação da entidade para voltar ao assunto. “Ela (a diretora) chegou a nos dizer que não adiantaria protestar, pois tudo já estava decidido, sendo que não houve nova votação”, afirmou Victor Pascoaletti, 16 anos, estudante do 2º ano do Ensino Médio. Diante da manifestação, o grupo foi recebido na Diretoria de Ensino.

“A dirigente nos confirmou que o projeto foi encaminhado para São Paulo, mesmo sem a aprovação da comunidade escolar”, afirmou o representante da Apeoesp. Na tentativa de resolver o impasse, uma nova reunião foi agendada para esta sexta-feira (30/05).

Outro lado - Em nota da Secretaria do Estado da Educação, a Diretoria Regional de Ensino de Santo André afirmou que não há imposição para a implantação do novo modelo de escola de tempo integral. “O Conselho de Escola, formado por representantes dos alunos, pais e funcionários, é responsável por consultar a comunidade escolar e indicar a decisão coletiva, procedimento que está sendo realizado na Celso Gama, em Santo André.”

A nota informa também que não existe demissão de professores. “Garante-se aos profissionais que optaram por não aderir ao Regime de Dedicação Plena e Integral, uma das exigências do programa, a oportunidade de se inscreverem no processo de remoção para que concorram e optem pelas vagas que lhes são preferidas para classificar o respectivo cargo e não para a unidade mais próxima.”

Estudantes temem corte de vagas e de professores - A maioria da comunidade escolar garante ser contra o programa pela exclusão de pelo menos metade dos 400 alunos do Ensino Médio que estudam na Celso Gama. “Muitos alunos fazem cursos técnicos ou precisam trabalhar, o que não seria possível se ficassem o dia todo na escola”, explicou Izabella Zavarezzi, 16 anos, estudante do 3º ano do Ensino Médio.

Outro problema é a saída dos professores tradicionais da escola. “Temos excelentes professores que fazem a escola ser boa, mas sairão com o novo modelo”, disse Letícia Trentin, 17 anos, aluna do 3º ano do Ensino Médio.

Os estudantes ainda reclamam sobre o fato de o programa não ser profissionalizante, técnico ou fornecer cursos de idiomas, o que avaliam como essencial no atual mercado de trabalho. “Hoje temos programas de ensino técnico gratuitos como o Pronatec que nos preparam, mas que irão acabar se esse ensino integral for implantado”, disse Pascoaletti.

Com a possibilidade do novo modelo de ensino, alguns alunos pediram transferência. Outros nem conseguiram se matricular na escola, porque seriam irmãos de estudantes que não concordam com ensino integral. “A diretora falou que minha filha não ia entrar porque meu filho apoiava o movimento contra o ensino integral. Ela disse que outro membro da família Ordeno não entraria na escola”, afirmou a supervisora de atendimento Thaís Ordeno, 39 anos. Como resultado, Thaís teve de procurar vaga, neste ano, em outra escola estadual.

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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