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DATA DA PUBLICAÇÃO 27/09/2007 | Setecidades
Aluno da FSA diz ter sido ameaçado
“Baixa a bola que tem gente te olhando.” É o que um dos estudantes detidos pela Polícia Militar durante a ocupação da Fundação Santo André diz ter ouvido de um policial na rua onde mora, em São Bernardo, na noite da última sexta-feira.

A ameaça foi feita horas depois de o rapaz ter prestado depoimento para o inquérito que investiga os abusos da polícia na desocupação da reitoria no último dia 14. A ação teve dezenas de feridos e resultou no afastamento temporário do comandante da operação, Jairo Bonifácio.

O estudante tem 21 anos e, por medo, pediu para que seu nome ou o bairro onde ocorreu a ameaça fossem preservados.

Ele conta que, após o depoimento na sede do comando da Polícia Militar, foi para casa jantar. Sua intensão era seguir de ônibus para a Fundação, à noite. Pretendia engrossar o movimento grevista.

Ao fechar o portão de casa, caminhou apenas alguns passos e ouviu seu nome. “Tirei o fone de ouvido que usava para ter certeza que tinha alguém me chamando.”

Ao virar-se, disse ter visto uma Blazer com as cores da polícia. No carro, um homem com um forte holofote de mão dirigiu a luz para o seu rosto. Ele acha que os policiais dentro da viatura já o esperavam na porta de casa.

Após fazer a ameaça, o homem teria mandado que ele continuasse andando e o carro partiu devagar.

Medo - Na hora, o rapaz diz ter ficado paralisado de medo. Chorando, voltou para casa e contou para família. Com os pais, decidiu fazer um boletim de ocorrência na delegacia.

Ainda com medo, a rotina da família foi alterada. “Agora, fico esperando ele descer do ponto de ônibus todo dia”, conta o pai do jovem. “Tenho medo. Tenho pais, irmãos, namorada. Dependo de condução para trabalhar e estudar. Estou muito assustado”, afirma o jovem.

Incertezas - O holofote impediu que o rapaz visse quantos homens estavam no carro da polícia ou mesmo o prefixo da viatura.

Por isso, o rapaz acha difícil que seja possível identificar quem são os autores da ameaça contra ele.

Investigação depende de vontade da vítima

O delegado-titular do 3º DP de São Bernardo, Paul Henry Verduraz, pretende ouvir o estudante ameaçado ainda nesta semana. O delegado explicou que a instauração de um inquérito para o crime de ameaça depende de manifestação da vítima.

“Se o rapaz quiser dar prosseguimento na denúncia e constatarmos que realmente foi um policial que o intimidou, o crime pode mudar de ‘ameaça’ para ‘coação no curso de um processo’. Aí, os responsáveis terão de responder por isso na Justiça Civil”, informou o delegado.

O delegado disse que a investigação da Polícia Civil não terá relação com o Inquérito Policial Militar que já investiga os abusos da polícia no caso Fundação.

PM - Para o comando da Polícia Militar, entretanto, uma vez que algum policial militar seja identificado como autor da coação, a Corregedoria da PM também instaurará um inquérito para investigar os envolvidos. Os processos das duas polícias seguirão em separado.

Nesse caso, além dos crimes, os policiais envolvidos terão de responder a processos administrativos. A sala de imprensa do comando da PM informou que, se isso realmente ocorrer, a punição para os envolvidos pode chegar até a expulsão da corporação.

Até quarta-feira, entretanto, o estudante não tinha certeza se daria prosseguimento no processo.

Por Bruno Ribeiro - Diário do Grande ABC
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