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DATA DA PUBLICAÇÃO 31/05/2017 | Economia
Alta das exportações segura economia local
Alta das exportações segura economia local Foto de divulgação
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O ritmo lento na recuperação da economia brasileira fez com que, desde o início do ano, as empresas do Grande ABC passassem a direcionar maior volume produzido localmente a outros países. Essa manobra foi fundamental para dar fôlego às fábricas e fazer com que diminuíssem o volume de demissões – e, em alguns casos, até motivasse contratações.

Conforme levantamento realizado pelo Diário, com base em informações do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), as exportações das sete cidades cresceram 9,59% de janeiro a abril, frente a igual período em 2016, totalizando US$ 1,555 bilhão. Ao mesmo tempo, as importações também aumentaram, mas em menor proporção que as vendas a outros países, 6,56%, somando US$ 1,098 bilhão.

Como as exportações superaram as importações, a balança comercial do Grande ABC encerrou o quadrimestre com saldo positivo, alcançando superavit de US$ 457,3 milhões. O desempenho foi 17,4% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, de US$ 389,4 milhões.

O aumento no embarque de itens regionais ao Exterior segurou a economia local. E um dos fatores que embasam o resultado é a desaceleração na eliminação do emprego, principalmente no setor industrial. Segundo estudo do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), em abril, o ritmo de demissão nas fábricas das sete cidades foi 91% menor frente a mesma época em 2016, o que corresponde a 40 cortes por dia na região, contra 82 do ano anterior.

Essa tendência de direcionar o produto ao mercado externo é mais intensa no setor automotivo. Neste mês, a Scania, que desde 2015 vem ampliando a parcela de caminhões e ônibus exportada, de 30% para 70%, anunciou a contratação de 500 funcionários para atuar na planta de São Bernardo.

De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes dos Veículos Automotores), o comércio de veículos a outros países cresceu 48,1% na comparação com o acumulado de janeiro a abril do ano passado, passando de 141,5 mil para 232,2 mil unidades, enquanto que a produção foi 11,4% maior, indo de 663 mil para 802 mil autos.

Não à toa, São Bernardo, que detém a sede de cinco montadoras (Volkswagen, Ford, Mercedes-Benz, Scania e Toyota), liderou a alta nas exportações da região (15%).

ANÁLISE - Apesar de segurar as pontas da crise, especialistas avaliam os dados com cautela. “O mercado interno está fraco, desaquecido. Com isso, a dependência do mercado externo acaba sendo maior. Fora isso, o resultado já indica retomada, ainda que muito tímida”, afirmou o diretor do departamento do comércio exterior do Ciesp de São Bernardo, José Rufino.

Para o economista do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio, o comportamento tem a influência de dois pontos: o câmbio mais estável (na casa dos R$ 3,20), ainda que em patamar menor que no ano passado (R$ 3,60), e a melhora na economia de países parceiros como os Estados Unidos e Argentina. “O comportamento é bom, mas sozinho não faz mágica. Poderíamos estar em situação pior em caso de momento ruim desses países.”

A Argentina, principal parceiro comercial do Grande ABC, desembolsou US$ 661,4 milhões em itens regionais no quadrimestre, valor 2,57% maior do que o ano passado. Na segunda colocação vem o México, com a compra de US$ 142,7 milhões. No fim do pódio, os Estados Unidos consumiram US$ 93 milhões.

CRISE POLÍTICA - Segundo os especialistas, a turbulência vivida em Brasília, devido à delação envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB), pode influenciar no resultado dos próximos meses. “Estamos dirigindo um carro em uma forte neblina”, comentou Rufino. Para Maskio, o mês de junho será de extrema importância para os rumos da economia. “Tudo vai depender do cenário político, interligado ao econômico”. Isso porque, se as incertezas em relação ao País ampliarem, é possível que haja redirecionamento de contratos de exportação, e até o encerramento de alguns deles.

Em meio a esse cenário, é natural que investimentos sejam represados. “Ela (a delação) foi um balde de água fria para todos nós”, disse Maskio.

Por Gabriel Russini - Especial para o Diário
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