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DATA DA PUBLICAÇÃO 29/06/2011 | Economia
Aliança entre Pão de Açúcar e Carrefour deve fechar lojas e cortar empregos
A possível fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour pode resultar no fechamento de unidades das redes e se refletir no quadro de funcionários, já que há profissionais que exercem a mesma função em ambos, segundo especialistas ouvidos pelo R7 nesta terça-feira (28). Por outro lado, há quem diga que a associação pode “copiar” a fusão dos bancos e, assim, manter os funcionários que tem agora.

O Grupo Pão de Açúcar emitiu um comunicado oficial nesta terça-feira (28) por meio do qual afirmou que "recebeu [...] correspondência que contempla uma proposta de associação das atividades da CBD com os negócios do Grupo Carrefour".

O especialista em fusões e aquisições e professor de administração do Mackenzie Marcos Morita explica que, quando ocorre uma união de empresas, é comum ocorrer o fechamento de lojas.

- [Pode ocorrer fechamento de lojas] principalmente, no caso do Extra, que concorria diretamente com o Carrefour. O Pão de Açúcar eu diria que não, porque as lojas são menores que as do Carrefour. No caso de Extra e Carrefour, o funcionamento é similar. Eu não duvido que haja o fechamento de algumas lojas.

O fechamento de unidades significa menos postos de trabalho disponíveis. Diante desse raciocínio, Morita afirma que as empresas que se unem costumam cortar custos operacionais para aumentar o faturamento. Dessa maneira, alguns colaboradores podem ser cortados porque exercem a mesma função.

- Toda fusão, além dos bens de mercado, tem o ganho operacional. Muitas vezes, quando ocorre uma fusão, um dos lados está mais fragilizado do que o outro. Muitas funções vão ser duplicadas, sobretudo na área de suprimentos, que terá dois compradores para a mesma linha, por exemplo, e na área de recursos humanos, que terá dois diretores. As posições que chamamos de estafe, como financeiro, recursos humanos, TI, também podem ser afetadas. Essas posições, com certeza, vão se sobrepor.

Olavo Henrique Furtado, professor de negócios internacionais da Trevisan Escola de Negócios, concorda que “a redução dos postos de trabalho sempre pode acontecer” por causa do mesmo motivo apresentado por Morita

– Pega-se a melhor expertise das empresas envolvidas, o que acontece em todos os casos de fusão, independentemente do segmento de atuação.

No entanto, ele ressalta que a economia brasileira aquecida pode influenciar e fazer com que os supermercados precisem de mais gente.

- Como tem demanda muito grande e a necessidade grande de [ganhos em] escala, isso pode ser amenizado. Hoje, por exemplo, os bancos precisam de mão de obra. Pode existir sim uma manutenção de empregos porque, no segmento dos supermercados, trabalha-se com o público direto. Além disso, o consumo está em alta por causa do bom nível de renda da população.

Bolso do consumidor

Além dos empregos, outro ponto que sempre interessa ao brasileiro é saber se os produtos vendidos nas lojas desses supermercados ficarão mais caros. Para Morita, existe sim o risco de aumento de preços para o consumidor, sobretudo onde as lojas dessas redes estão localizadas.

- Eu acredito que o consumidor da região Sudeste pode ser afetado, onde há uma força maior das duas bandeiras [Pão de Açúcar e Carrefour]. No Sul, existe uma força maior do Walmart, por exemplo. O consumidor sempre pode ser afetado por causa da falta de concorrência.

O professor da Trevisan, por outro lado, afirma que a manutenção dos preços que o consumidor se acostumou está condicionada à atuação dos órgãos fiscalizadores.

- Não vejo nada de problema para o consumidor, desde que não se configure monopólio, o que é verificado pelo Cade. Você consegue manter uma competição.

Se você perceber que as grandes redes aumentaram o preço dos produtos, as mercearias e os pequenos supermercados de bairro são boa opção. Morita explica que “esse mercado é muito pulverizado”. Para Furtado , os pequenos realmente incomodam os grandes, mas em pequena intensidade.

- É o caso clássico da tubaína com a coca-cola um tempo atrás. Os tubaineiros não ameaçavam isoladamente a coca-cola, mas incomodaram em função do baixo preço. De forma relativa, essa regra vale para as mercearias e pequenos mercados em relação às grandes redes.

Por Raphael Hakime, do R7
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