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DATA DA PUBLICAÇÃO 30/09/2014 | Setecidades
Além de poucas, ciclovias não atendem as necessidades de usuários
Além de poucas, ciclovias não atendem as necessidades de usuários O vendedor Eduardo Gianini não troca a magrela por carro ou ônibus: “Maioria dos motoristas não gosta de dividir a rua”. Foto: Edu Guimarães
O vendedor Eduardo Gianini não troca a magrela por carro ou ônibus: “Maioria dos motoristas não gosta de dividir a rua”. Foto: Edu Guimarães
Especialista em mobilidade argumenta que bikes devem ser interligadas com transporte público

Eduardo Gianini tem 36 anos e desde que aprendeu a pedalar nunca trocou a magrela por um carro ou ônibus. Não importa a distância, ele está sempre sobre duas rodas. No começo não foi por opção. Sem dinheiro para comprar condução própria motorizada, viu na bike uma forma de se locomover, trabalhar e estudar. Atualmente, é vendedor de bicicletas em uma loja especializada em São Bernardo. Mas há alguns anos foi office boy de uma empresa na Capital e naquela época não chegava em casa com cheiro de gasolina. Deslocava-se até a avenida Paulista e fazia todo o trabalho de bicicleta.

Foi assim que ele se transformou em um esportista nas horas vagas. Pratica mountain bike (trilha) e ciclismo de longa distância. O perigo, porém, ele encara nos primeiros 30 minutos de cada dia da rotina. Buzinas, freadas, fechadas, xingamentos e todo o tipo de estresse que o motorista da Região é capaz de causar. “É muito difícil andar por aí. No caminho que faço todos os dias, tem alguns motoristas que se adaptaram à minha presença. Porém, a maioria não gosta de dividir a rua”, reclamou Eduardo que, mesmo assim, diz acreditar que ainda é possível incluir a bicicleta na mobilidade urbana.

A mesma opinião é compartilhada pelo professor adjunto de Transporte e Mobilidade Urbana da UFABC (Universidade Federal do ABC), Humberto de Paiva Júnior. “As cidades têm o domínio da tecnologia para integrar a bicicleta no transporte. O que falta é a vontade”, avaliou. Nesse sentido, o engenheiro acredita que pode demorar muito até que a cultura da bike engrene na Região. “A topografia em alguns lugares favorece o transporte de bicicleta. Mas falta educação dos motoristas que não estão acostumados com o ciclista nas vias.”

Na bicicleta, Eduardo tem a certeza de que não vai ficar parado no trânsito. Quando encerra o expediente, troca o uniforme da loja por uma roupa mais leve, short e camiseta. O capacete nunca é esquecido. “Se eu precisar ir a um supermercado ou comprar outro tipo de produto, não é problema. Vou rápido e, como estou acostumado, não me canso fácil.”

Para ele, os 40 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas no ABCD não ajudam muito o cotidiano de um ciclista. “Na maioria, são espaços que não ligam bairros ou vias principais. Geralmente são faixas em canteiros centrais de avenidas. Mas como faço para atravessar até a ciclovia em segurança?”, questionou.

Cultura - O professor Humberto esclarece que, além da vontade das administrações públicas ampliarem os espaços preferenciais, como já está acontecendo em São Paulo, pela gestão de Fernando Haddad (PT), o transporte de bike necessita ser integrado com os demais meios de transporte. “É preciso fazer linhas que liguem bairros e também pontos públicos, como escolas. Além disso, o ciclista precisa chegar até as estações e pontos de transporte, para continuar o tráfego a longas distâncias.”

O docente lembra que algumas empresas já fomentam o uso da bicicleta. “Questão de cultura. Existem exemplos no setor privado, falta chegar na vontade política”, sustentou.

Por Renan Fonseca - ABCD Maior
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