DATA DA PUBLICAÇÃO 23/05/2013 | Cidade
Alckmin vem a Mauá na segunda e anuncia verba para o Nardini
Foto: Marina Brandão/DGABC
O governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), vem à Mauá na segunda-feira para anunciar repasse de R$ 12 milhões anuais para custeio dos atendimentos prestados pelo Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini. A expectativa é de que também sejam liberados R$ 8 milhões para reformas no prédio.
A decisão ocorre após cinco meses de conversas entre o governo estadual e o prefeito da cidade, Donisete Braga (PT).
Para tratar mais uma vez do assunto, o chefe do Executivo da cidade se reuniu com o chefe da Casa Civil do governo do Estado, Edson Aparecido (PSDB), na terça-feira. Ficou acertado que anúncio da verba a ser repassada para o hospital seria feito na próxima visita de Alckmin ao Grande ABC.
Os recursos para o funcionamento da unidade foram garantidos pelo secretário estadual de Saúde, Giovanni Guido Cerri, que visitou a região também na terça-feira. Na ocasião, ele afirmou que as negociações estavam em processo de finalização, sem, no entanto, precisar a data do comunicado oficial.
A Prefeitura pedia a colaboração de R$ 8 milhões para reforma do Nardini e R$ 18 milhões anuais para ajudar no custeio.
O hospital, que é referência no atendimento de urgências e emergências de média complexidade, gera despesas de R$ 70 milhões por ano ao município e a única ajuda que Mauá recebe é do governo federal, com R$ 4 milhões anuais.
Donisete Braga também busca negociar com o Ministério da Saúde para obter mais recursos. O objetivo é convencer o ministro da Pasta, Alexandre Padilha, a ampliar o repasse para R$ 20 milhões por ano.
Construído no fim da década de 1970, o Hospital Nardini era administrado pelo Estado, quando o ex-prefeito Amaury Fioravanti (1989 a 1992) decidiu passar a gestão do equipamento para o município. Na ocasião, havia a proposta de que o governo estadual ajudasse na qualificação de mão de obra e reforma da unidade, situações que nunca se concretizaram, fazendo com que Mauá arcasse praticamente com todo o custeio.
Durante campanha eleitoral para prefeito em 2012, o atual chefe do Executivo tinha como proposta voltar o Nardini para o Estado. A principal justificativa era que, por conta do Rodoanel, a unidade tinha caráter regional. Porém, ao assumir o Paço, o prefeito percebeu a dificuldade do governo estadual em receber o equipamento de volta e passou, então, a dialogar para conseguir parcerias.
Donisete quer implementar hospital escola
O prefeito de Mauá afirmou ontem que pretende transformar o Nardini em hospital de ensino. De acordo com o chefe do Executivo, o projeto já foi entregue para aos ministérios da Educação e da Saúde e já tem aprovação de ambos para que seja colocado em prática.
No entanto, Braga informou que ainda é necessário estabelecer parceria com a instituição que cuidará do hospital juntamente com a Prefeitura.
"Com o hospital escola é possível ter mais recursos da Saúde e da Educação do governo federal, pois dessa maneira formam-se médicos que futuramente atenderão à região. Ainda estamos dialogando com as universidades, mas se conseguirmos formatar processo que seja bom para a cidade e para o hospital, o modelo será concretizado", contou.
Para o prefeito, a falta de médicos é questão que deve ser discutida devido ao tempo que se leva para formar profissionais.
"Hoje o curso dura, em média, oito anos entre a formação básica e a especialização. O governo federal precisa de instrumentos para incentivar que os alunos se interessem pelo curso e esse é um deles", afirma Donisete.
Outro projeto que o chefe do Executivo pretende ver implementado é a padronização do salário dos médicos na região. "Hoje o profissional pode escolher em quais plantões ele trabalhará e quais recebem mais, por isso é difícil encontrar mão de obra. O Consórcio Intermunicipal tem discutido a questão de padronização para que a distribuição dos profissionais da Saúde seja mais uniforme", afirmou.
AMBULÂNCIAS SAMU
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) recebeu quatro novas ambulâncias na manhã de ontem.
Os carros serão utilizados na região que abrange Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Dois dos veículos entregues são 4x4, o que possibilita o atendimento em áreas de risco e em enchentes, já que esse tipo de veículo consegue andar mesmo com a água atingindo um metro de altura. A entrega das ambulâncias ocorreu no 3º Subgrupamento do Corpo de Bombeiros de Mauá. (Drielly Gaspar)
Morte do Dr. Nardini completa 30 anos
O médico Radamés Nardini, personalidade que dá nome ao Hospital de Clínicas de Mauá, sempre é lembrado como alguém responsável por ações importantes na área da Saúde, tanto em Mauá como no Grande ABC. Hoje, no dia em que a morte do especialista completa 30 anos, seu filho, Antônio Carlos Nardini, reconta a história do pai.
Radamés Nardini nasceu em 1916 no município de Jaú, interior do Estado. Estudou Medicina na Universidade Federal do Paraná e chegou à região recém-formado, onde iniciou a carreira como clínico geral na Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, na época denominada São Paulo Railway Company. Depois, montou consultório próprio em Mauá.
"O amor do meu pai por Mauá começou em uma das viagens de trem", relembra Antônio Carlos, que é administrador hospitalar e professor universitário. Segundo ele, a única maneira de conversar com o patriarca durante a infância era no intervalo em um de seus três empregos.
"Pela manhã trabalhava como diretor-médico de Santo André. À tarde seguia para a Philips e depois para o Hospital Maternidade Mauá, construído em 1960 em parceria dele com outros dois médicos."
De acordo com Antônio Carlos, no fim da década de 1970 o pai decidiu vender o hospital para construir o que hoje é o Nardini. "A unidade já não comportava mais a demanda devido ao crescimento da população e a cidade carecia de leitos hospitalares", pontuou.
Após dois anos de obras, a unidade de Saúde ficou pronta, mas devido a impasse administrativo o local permaneceu fechado. Radamés Nardini, que aceitou nomear o hospital com certa resistência, não chegou a ver a inauguração do local, já que em 1983 morreu decorrente de infarto fulminante aos 66 anos.
Em 1985, a instituição foi encampada pelo Estado e passou por reformas. O funcionamento teve início no ano seguinte. As internações hospitalares começaram em 1987 e no ano de 1990 a unidade foi municipalizada pela Prefeitura de Mauá.
"Quero que lembrem com carinho do homem que fez muita coisa pela região", deseja o filho. (Thaís Moraes)
A decisão ocorre após cinco meses de conversas entre o governo estadual e o prefeito da cidade, Donisete Braga (PT).
Para tratar mais uma vez do assunto, o chefe do Executivo da cidade se reuniu com o chefe da Casa Civil do governo do Estado, Edson Aparecido (PSDB), na terça-feira. Ficou acertado que anúncio da verba a ser repassada para o hospital seria feito na próxima visita de Alckmin ao Grande ABC.
Os recursos para o funcionamento da unidade foram garantidos pelo secretário estadual de Saúde, Giovanni Guido Cerri, que visitou a região também na terça-feira. Na ocasião, ele afirmou que as negociações estavam em processo de finalização, sem, no entanto, precisar a data do comunicado oficial.
A Prefeitura pedia a colaboração de R$ 8 milhões para reforma do Nardini e R$ 18 milhões anuais para ajudar no custeio.
O hospital, que é referência no atendimento de urgências e emergências de média complexidade, gera despesas de R$ 70 milhões por ano ao município e a única ajuda que Mauá recebe é do governo federal, com R$ 4 milhões anuais.
Donisete Braga também busca negociar com o Ministério da Saúde para obter mais recursos. O objetivo é convencer o ministro da Pasta, Alexandre Padilha, a ampliar o repasse para R$ 20 milhões por ano.
Construído no fim da década de 1970, o Hospital Nardini era administrado pelo Estado, quando o ex-prefeito Amaury Fioravanti (1989 a 1992) decidiu passar a gestão do equipamento para o município. Na ocasião, havia a proposta de que o governo estadual ajudasse na qualificação de mão de obra e reforma da unidade, situações que nunca se concretizaram, fazendo com que Mauá arcasse praticamente com todo o custeio.
Durante campanha eleitoral para prefeito em 2012, o atual chefe do Executivo tinha como proposta voltar o Nardini para o Estado. A principal justificativa era que, por conta do Rodoanel, a unidade tinha caráter regional. Porém, ao assumir o Paço, o prefeito percebeu a dificuldade do governo estadual em receber o equipamento de volta e passou, então, a dialogar para conseguir parcerias.
Donisete quer implementar hospital escola
O prefeito de Mauá afirmou ontem que pretende transformar o Nardini em hospital de ensino. De acordo com o chefe do Executivo, o projeto já foi entregue para aos ministérios da Educação e da Saúde e já tem aprovação de ambos para que seja colocado em prática.
No entanto, Braga informou que ainda é necessário estabelecer parceria com a instituição que cuidará do hospital juntamente com a Prefeitura.
"Com o hospital escola é possível ter mais recursos da Saúde e da Educação do governo federal, pois dessa maneira formam-se médicos que futuramente atenderão à região. Ainda estamos dialogando com as universidades, mas se conseguirmos formatar processo que seja bom para a cidade e para o hospital, o modelo será concretizado", contou.
Para o prefeito, a falta de médicos é questão que deve ser discutida devido ao tempo que se leva para formar profissionais.
"Hoje o curso dura, em média, oito anos entre a formação básica e a especialização. O governo federal precisa de instrumentos para incentivar que os alunos se interessem pelo curso e esse é um deles", afirma Donisete.
Outro projeto que o chefe do Executivo pretende ver implementado é a padronização do salário dos médicos na região. "Hoje o profissional pode escolher em quais plantões ele trabalhará e quais recebem mais, por isso é difícil encontrar mão de obra. O Consórcio Intermunicipal tem discutido a questão de padronização para que a distribuição dos profissionais da Saúde seja mais uniforme", afirmou.
AMBULÂNCIAS SAMU
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) recebeu quatro novas ambulâncias na manhã de ontem.
Os carros serão utilizados na região que abrange Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Dois dos veículos entregues são 4x4, o que possibilita o atendimento em áreas de risco e em enchentes, já que esse tipo de veículo consegue andar mesmo com a água atingindo um metro de altura. A entrega das ambulâncias ocorreu no 3º Subgrupamento do Corpo de Bombeiros de Mauá. (Drielly Gaspar)
Morte do Dr. Nardini completa 30 anos
O médico Radamés Nardini, personalidade que dá nome ao Hospital de Clínicas de Mauá, sempre é lembrado como alguém responsável por ações importantes na área da Saúde, tanto em Mauá como no Grande ABC. Hoje, no dia em que a morte do especialista completa 30 anos, seu filho, Antônio Carlos Nardini, reconta a história do pai.
Radamés Nardini nasceu em 1916 no município de Jaú, interior do Estado. Estudou Medicina na Universidade Federal do Paraná e chegou à região recém-formado, onde iniciou a carreira como clínico geral na Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, na época denominada São Paulo Railway Company. Depois, montou consultório próprio em Mauá.
"O amor do meu pai por Mauá começou em uma das viagens de trem", relembra Antônio Carlos, que é administrador hospitalar e professor universitário. Segundo ele, a única maneira de conversar com o patriarca durante a infância era no intervalo em um de seus três empregos.
"Pela manhã trabalhava como diretor-médico de Santo André. À tarde seguia para a Philips e depois para o Hospital Maternidade Mauá, construído em 1960 em parceria dele com outros dois médicos."
De acordo com Antônio Carlos, no fim da década de 1970 o pai decidiu vender o hospital para construir o que hoje é o Nardini. "A unidade já não comportava mais a demanda devido ao crescimento da população e a cidade carecia de leitos hospitalares", pontuou.
Após dois anos de obras, a unidade de Saúde ficou pronta, mas devido a impasse administrativo o local permaneceu fechado. Radamés Nardini, que aceitou nomear o hospital com certa resistência, não chegou a ver a inauguração do local, já que em 1983 morreu decorrente de infarto fulminante aos 66 anos.
Em 1985, a instituição foi encampada pelo Estado e passou por reformas. O funcionamento teve início no ano seguinte. As internações hospitalares começaram em 1987 e no ano de 1990 a unidade foi municipalizada pela Prefeitura de Mauá.
"Quero que lembrem com carinho do homem que fez muita coisa pela região", deseja o filho. (Thaís Moraes)
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