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DATA DA PUBLICAÇÃO 13/04/2012 | Saúde e Ciência
Alckmin inaugura serviço em meio a protestos em São Bernardo
Alckmin inaugura serviço em meio a protestos em São Bernardo  Manifestantes pedem o fim de manicômios no Estado. Foto: Amanda Perobelli
Manifestantes pedem o fim de manicômios no Estado. Foto: Amanda Perobelli
Lacan terá atendimento especializado em internação de gestantes viciadas em crack; município desconhecia iniciativa

O governador Geraldo Alckmin inaugurou o primeiro serviço especializado em tratamento de gestantes com dependência química do Estado, no Hospital Psiquiátrico Lacan, em São Bernardo, na manhã desta terça-feira (10/04). Alckmin foi recebido por integrantes do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial, que são contra a internação e isolamento de dependentes químicos, como forma de tratamento. Apesar de o comando do hospital ser municipal, a Prefeitura afirmou que só tomou conhecimento da inauguração por convite, e que a internação é contrária à política municipal de prevenção e controle de álcool e droga.

Com investimento aproximado de R$ 700 mil ao ano, o novo serviço proporcionará às gestantes com dependência química acompanhamento clínico, psiquiátrico e obstétrico. Para ocorrências de maior complexidade, também contará com o respaldo de atendimento do Hospital Geral de Diadema. “Verificamos que há aumento no número de gestantes que perdem na Justiça a guarda das crianças por conta do uso de drogas”, destacou o governador.

Manifestação - Cerca de 40 integrantes do Fórum Popular de Saúde Mental do ABCD fizeram manifestação contrária ao funcionamento do Hospital Lacan. “Muitos manicômios da Região foram fechados, esse é um dos únicos que restou. A forma de tratamento de dependentes químicos é contrária à nova política, que prevê a socialização”, destacou a militante do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial, Elizabeth Henna.

O secretário de Saúde de São Bernardo, Arthur Chioro, destacou que não houve diálogo entre prefeitura e Estado para que o novo serviço fosse colocado em prática na cidade. “Como em 2009, quando o Lacan iniciou o tratamento a dependentes, ficamos sabendo do serviço por meio do convite oficial”, lamentou.

Chioro ressaltou ainda que a medida é contrária à política municipal de prevenção e controle de álcool e droga, mas também vai contra a determinação da lei federal que prevê progressiva extinção de leitos em hospitais manicomiais. “Os manicômios estão sendo substituídos por atendimentos em Caps e hospitais gerais. Além de tudo, o Lacan está sob gestão da Prefeitura e a legislação impede que haja um duplo comando da unidade”, explicou.

O secretário destacou que o atendimento às gestantes nas unidades municipais é feito da mesma maneira que os demais pacientes. “Quando estão em crise de abstinência, são acolhidos no pronto- socorro psiquiátrico. Se for necessária uma internação, que geralmente é de curta permanência, são acolhidas no Hospital Municipal Universitário, especializado em atendimento para a mulher. Saído do período crítico, que requer suporte clínico, a paciente é acolhida no Caps, com a equipe de saúde mental”, detalhou.

Internação - O governador ressaltou que é contra a internação compulsória e que o trabalho é feito para que o dependente se apresente para o tratamento voluntariamente. “Só fazemos isso quando há determinação da Justiça. Sou favorável à desospitalização. Em Franco da Rocha chegou um ponto onde havia mais de 10 mil doentes. Porém, não é possível dizer que não haverá nenhuma internação, pois há casos que são tão graves que o atendimento em ambulatório é insuficiente. O estudo tem que ser caso a caso”, destacou.

Quanto à falta de diálogo com a Prefeitura de São Bernardo, o governador destacou que o serviço irá atender gestantes de todo o Estado. “É uma referência para a Região, mas atenderá pacientes de todo o Estado”, disse.

Estrutura - Em um primeiro momento são dez leitos disponíveis no Lacan, mas há previsão de outros 15 para o hospital de Itapira, localizada a 159 km da Capital. “A dependência é uma doença e exige tratamento. Há casos que podem ser resolvidos com atendimento ambulatorial, mas outros exigem tratamento especializado. A mãe deve estar bem, pois o uso de drogas pode fazer mal ao feto”, destacou o governador.

Alckmin disse que até o final desse ano o Estado deve colocar à disposição mais 311 leitos para tratamento de álcool e drogas em São Paulo. “Estamos estudando mais 40 leitos para atendimento de adolescentes, aqui em São Bernardo”, destacou.

Mãe e criança - O secretário estadual de Saúde, Giovanni Guido Cerri, enfatizou que o serviço atenderá dois pacientes: a mãe e a criança. “Aqui a mulher poderá ficar internada na fase da gestação e ter o filho com tranquilidade. Temos uma paciente que está no oitavo mês de gestação e que veio espontaneamente, para tentar se curar da dependência química”, disse.

O atendimento às mulheres também terá continuidade após o parto, com encaminhamento da paciente para a assistência no Caps (Centro de Atendimento Psicossocial). “A ideia é criar condições mais favoráveis para a grávida e para a criança”, disse.

Por Vladimir Ribeiro - ABCD Maior
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