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DATA DA PUBLICAÇÃO 23/08/2009 | Economia
Agressiva, Kia reforça lançamentos no Brasil
A companhia que tomou da Ford o posto de quarto maior fabricante mundial de veículos do mundo mantém sua estratégia agressiva no mercado brasileiro. Menos de um mês depois de apresentar o Soul, a Kia, que integra o grupo coreano Hyundai, lançou o sedan médio Cerato por R$ 49,9 mil, cujo preço de entrada é menor que o da maioria de seus concorrentes produzidos no Brasil.

"Vamos entrar na briga com os principais sedans médios disponíveis no mercado nacional e, em muitos casos, com vantagens evidenciadadas, mesmo recolhendo 35% de alíquota de importação", afirma José Luiz Gandini, presidente da Kia no Brasil.

Questionado se poderia ofertar o carro, que foi totalmente reestilizado, por um preço bem menor, caso não tivesse de pagar o Imposto de Importação, Gandini responde afirmativamente. "Poderíamos oferecer um carro com série de itens por valor ainda bem mais competitivo", diz.

A estratégia agressiva dos coreanos ainda não está muito bem assimilada na indústria brasileira. Como um carro que paga 35% de Imposto de Importação, mais carga tributária interna de pelo menos 25%, descontado o benefício reduzido do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), pode competir com preços inferiores ao de produtos locais ou importados com alíquota zero? Ainda encarecem o veículo outros gastos, como os com frete marítimo.

"Eu não consigo entender a planilha deles", afirma o presidente da Ford, Marcos de Oliveira, quando questionado sobre o assunto. "Nós vamos ter que melhorar a produtividade e reorganizar nossa carga tributária para concorrer com os asiáticos", diz Francisco Stefanelli, diretor de vendas da General Motors.

Alta produtividade, baixa carga tributária e escala são fatores visíveis da competitividade coreana. Mesmo enfrentando greves no primeiro semestre, o grupo Hyundai comercializou 2,153 milhões de veículos, contra 2,145 milhões da Ford.

Do Cerato, a montadora espera vender 3.000 unidades até dezembro e abocanhar 2% do mercado de sedãs médios. Com o veículo, a Kia também pretende tirar vendas do Corolla (Toyota), Civic (Honda), 3 (Mazda) e Focus (Ford). Na lista ainda estão Polo sedan (Volswagen), 307 (Peugeot) e Sentra (Nissan).

"O que está acontecendo com a Kia, muitas pessoas se questionam", comenta Ary Jorge Ribeiro, diretor de vendas da Kia. "A empresa está surpreendendo o Brasil e o mundo com carros de design inovador, avançados tecnologicamente e preços muito competitivos. Este é apenas o começo. Ainda vamos fazer muito mais", adianta.

Greve na Coréia pode prejudicar metas

O presidente da Kia no Brasil, José Luiz Gandini, tem uma meta para este ano: elevar sua participação de 1% para 2% do mercado brasileiro, superando rivais renomados, como a Nissan que, mesmo dividindo fábrica com a Renault em São José dos Pinhais (Paraná), ainda luta para alcançar 1% de market share no Brasil.

"Temos tudo para conseguir isso ainda neste ano com um volume de 25 mil carros", afirma Gandini, que é associado da Abeiva, entidade que reúne importadoras de veículos no País. "Estamos chegando com produtos renovados e muito competitivos em todos os aspectos."

Analistas da indústria automobilística estimam que cada ponto percentual do mercado de veículos no Brasil equivale a um faturamento de R$ 1 bilhão. "A disputa é intensa; ninguém quer perder nada", diz Gandini, nascido em Itu, cidade na qual sempre manteve a sede da Kia no Brasil.

Ele comprou terreno na cidade vizinha de Salto, onde existe um plano para montar uma fábrica da marca coreana. "Mas esse plano está adiado. A única certeza mesmo é que vamos montar o caminhão Bongo no Uruguai, deixando de importá-lo da Coreia."

Os planos de mercado da Kia para este ano no Brasil podem ser prejudicados pelo inesperado movimento grevista dos metalúrgicos coreanos, que já pararam a produção duas vezes na maioria das nove fábricas do grupo. O primeiro lote importado de 700 unidades do Soul foi esgotado em uma semana. "Estamos aguardando a normalização da linha. Até lá vamos ter que tentar administrar o atraso nas encomendas."

Por Wagner Oliveira - Diário do Grande ABC
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