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DATA DA PUBLICAÇÃO 25/01/2008 | Cidade
Agredido por amigo, Clóvis Volpi é internado
Ao sair de um consultório dentário, ontem de manhã, o prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV), foi agredido pelo empresário Aquiles José Martins, seu amigo há mais de 30 anos. Volpi foi internado e o caso foi parar na delegacia. Mas o relacionamento pessoal entre os envolvidos fez a polícia descartar a hipótese de crime político.

O motivo da agressão não foi revelado nem pelo prefeito nem pelo empresário. Por meio de interlocutores, ambos disseram apenas “se tratar de uma desavença comum entre amigos”. No entanto, versões sobre o caso já ganharam as ruas da cidade. Em respeito aos envolvidos, que não se manifestaram a respeito dessas hipóteses, o Diário se reserva o direito de não divulgá-las.

A confusão começou por volta das 9h20, quando Volpi deixou o consultório dentário, do qual é cliente há cerca de três anos, em um prédio de três andares na Rua Domingos Megia Morgado, no Centro.

Ao descer a escada que leva à saída, o prefeito foi atacado pelo empresário, que tem 56 anos e é dono da Metalúrgica Pichinin, em Mauá. Os dois, então, rolaram pela escada e caíram em um hall. O barulho chamou a atenção da dentista, que ao ver a cena suspeitou de tentativa de seqüestro e decidiu chamar a polícia. Volpi conseguiu se desvencilhar do agressor e voltou para o consultório dentário.

Sem conseguir deixar o local – por não encontrar o dispositivo eletrônico que abriria a porta –, o empresário acabou detido pela polícia, que chegou cerca de 10 minutos após a chamada.

O prefeito foi encontrado consciente, mas foi levado para a Santa Casa de Mauá, onde está internado.

Depoimento - Levado à delegacia, Aquiles foi ouvido pelo delegado titular de Ribeirão Pires, Augusto Farias, e afirmou ser amigo do prefeito há cerca de 30 anos. Segundo o empresário, o ataque foi motivado por um problema pessoal entre os dois. Mas ele se negou a revelar a causa da desavença.

Embora a polícia tenha encontrado um aparelho de choque no carro de Aquiles, ele negou ter utilizado a máquina para render o prefeito. Mesmo assim, o equipamento foi apreendido e será submetido à análise da perícia.

Versão - Após uma reunião – a portas fechadas – entre o delegado, representantes do prefeito, o agressor e o comando da Polícia Militar, a versão oficial foi apresentada: tudo não passou de um mal entendido entre amigos, onde uma discussão terminou em agressão.

No boletim de ocorrência, registrado como lesão corporal, Volpi e Martins aparecem como vítimas e autores. “Como na versão deles o que houve foi uma briga, ambos têm seis meses para representar criminalmente. Mas tanto o empresário quanto o prefeito já demonstraram não ter esse interesse”, explicou o delegado Farias.

Caso não haja representação nesse prazo, não há abertura de inquérito nem investigações e o caso é dado como encerrado.

Nervoso, prefeito é sedado ao chegar na Santa Casa de Mauá
Sérgio Vieira - Diário do Grande ABC

Bastante nervoso, o prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV), chegou à Santa Casa de Mauá por volta de 11h. Socorrido por uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), ele foi encaminhado à UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital.

Até as 18h, nenhum parente havia visitado o prefeito. Além do assessor particular e dos secretários José Valentim Seraphim (Administração) e Vera Guazelli (Comunicação), estiveram na Santa Casa apenas o prefeito de Mauá, Leonel Damo (PV), acompanhado pela secretária de Saúde, Sandra Regina Vieira (PV).

Durante a tarde, Volpi – que chegou a ficar sedado – realizou uma série de exames, incluindo raios X. Por conta da queda na escada, foi detectada uma pequena fissura no cóccix. O prefeito também apresentou lesões nos ombros e escoriações no pescoço.

A preocupação da equipe médica era com o joelho, onde Volpi recentemente fez uma cirurgia. Porém, nenhum problema foi detectado no local. Não foi encontrado, também, nenhuma lesão causada por aparelho de choque.

Para evitar problemas por conta da presença de Volpi, a visita nos 10 leitos da UTI foi suspensa ontem à tarde pela direção do hospital. Familiares de outros pacientes internados demonstraram revolta com o cancelamento repentino.

Pacientes que esperavam para fazer raios X chegaram a se irritar. “Por que ele não foi atendido em Ribeirão?”, disse uma mulher. O único hospital público de Ribeirão Pires – o São Lucas – não possui leitos de UTI.

Às 16h, o diretor clínico da Santa Casa, Wagner Ciongoli, divulgou boletim médico. No documento, o médico diz que “o exame clínico e laboratorial evidenciou bom estado geral e pressão arterial elevada”. Embora o hospital não confirme, Seraphim assegurou que Volpi deve receber alta hoje. Ainda assim, seguindo recomendação médica, permanecerá em repouso por 15 dias para se recuperar da lesão óssea.

"Achei que se tratava de um seqüestro", afirma dentista
Rogério Gatti - Diário do Grande ABC

“Achei que se tratava de um seqüestro”, conta a testemunha da agressão ao prefeito, a dentista T.R.B. Ao deixar a sala, segundo ela, Volpi descia o primeiro lance de escada quando foi atacado. “Não ouvi discussão nenhuma. Só ouvi o barulho e fui ver o que tinha acontecido”, conta.

Ela afirma ter visto o empresário e o prefeito caídos no chão. “Gritei e o agressor se assustou. O prefeito aproveitou para se livrar dele e subiu a escada em minha direção e entramos no consultório”, relembra.

A dentista ainda pôde ver o empresário tentando fugir do local, mas conta que ele não percebeu o botão eletrônico para acionar o destravamento da porta e ficou preso. “Ele subiu, ainda mexeu na maçaneta da minha porta e depois desceu novamente. A polícia chegou em 10 minutos e ele ainda estava lá”, relata.

De acordo com a dentista, como o empresário estava de boné, o prefeito não o reconheceu. “Quando entramos, ele estava bastante assustado e não conseguia falar, mas foi até o espelho para ver o machucado no pescoço. Ele queria ir para casa no carro dele, mas depois começou a sentir dores e acabou saindo de ambulância.”

"Prefeito está surpreso e abalado"Leandro Laranjeira - Diário do Grande ABC

O secretário de Administração de Ribeirão Pires, José Valentim Seraphim – uma das poucas pessoas a falar com Clóvis Volpi no hospital –, afirmou ontem, em entrevista coletiva concedida no final da tarde, na Prefeitura, que o prefeito está “surpreso e abalado”.

Ele confirmou a proximidade entre Volpi e o agressor, o empresário Aquiles José Martins, mas disse que o prefeito desconhece o motivo da atitude violenta. “Essa é a pergunta que todo mundo está fazendo. O que levou essa pessoa, que o conhece há mais de 30 anos, a fazer isso?”, lamentou, rechaçando motivação política.

O secretário garantiu que o prefeito precisa da proteção de seguranças. “Ele é um homem público. Faço esse pedido há tempos, mas ele nunca me ouviu. Agora, diante deste fato, espero que mude de idéia.”

Seraphim não soube responder se Volpi pretende processar o ‘amigo’. “Fica difícil avaliar neste momento. Até porque se trata de uma pessoa com a qual ele tem uma relação.”

Outra questão em aberto é o substituto de Volpi na Prefeitura – na qual ele deve ficar afastado por cerca de 15 dias.

O vice Jorge Mitidiero (também secretário de Saúde) está em férias. Por este motivo, Seraphim não descarta a possibilidade de o presidente da Câmara, Ednaldo de Menezes, o Dedé (PPS), assumir o governo.

Em contato por telefone com o Diário, Mitidiero disse que aguardará até segunda-feira para avaliar a necessidade de substituir Volpi. “Quero evitar transferência sem necessidade.”

Caso foi tratado com cautela na Câmara
Leandro Laranjeira - Diário do Grande ABC

A notícia da briga envolvendo o prefeito Clóvis Volpi se espalhou rapidamente pela cidade. Ainda pela manhã, por volta das 10h, a informação chegou à Câmara Municipal e ganhou as ruas do Centro –, surpreendendo parlamentares e munícipes.

Mas o assunto foi tratado com cautela, especialmente nos corredores do Legislativo. Alguns assessores de vereadores, que pediram anonimato, confirmaram estar cientes do caso, mas não arriscaram comentar o motivo do desentendimento – versões diferentes circularam a respeito do fato.

Por conta do recesso parlamentar, muitos vereadores não foram encontrados na Casa. Apenas dois comentaram o ataque sofrido por Volpi.

João Lessa (PSDB) ficou sabendo do ocorrido pela manhã, assim que chegou de viagem. Ele assegurou não conhecer o empresário que agrediu o prefeito. “Não sabia quem era. Conversamos rapidamente na delegacia, mas ele não entrou em detalhes. Não podemos fazer nada neste momento. Temos de aguardar e ver realmente o que aconteceu para poder auxiliar”, ressaltou o tucano.

Edson Savieto, o Banha (PDT), é outro que afirma desconhecer detalhes da briga. “Ouvi apenas boatos. Acho que foi um desentendimento, mas não sei ao certo do que se trata.”

Questionado sobre a identidade do agressor, o pedetista foi taxativo. “Nunca ouvi falar dele. Não sei se é amigo do prefeito, como alguns andam dizendo.”

Por Rogério Gatti - Diário do Grande ABC
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