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DATA DA PUBLICAÇÃO 19/06/2014 | Cidade
Adeptos do candomblé são alvo de intolerância religiosa em Mauá
Adeptos do candomblé são alvo de intolerância religiosa em Mauá Dona Clara Corigliano da Silva, 80 anos, é adepta do candomblé e foi surpreendida por grupo que a acusava de maus-tratos a animais: “Só cuido dos meus orixás”. Foto: Rodrigo Pinto
Dona Clara Corigliano da Silva, 80 anos, é adepta do candomblé e foi surpreendida por grupo que a acusava de maus-tratos a animais: “Só cuido dos meus orixás”. Foto: Rodrigo Pinto
Principal prática rejeitada é o sacrifício de animais, destinados a oferendas; faixas da Festa de Ogum foram destruídas no município

A destruição de faixas e cartazes anunciando a 1ª Festa de Ogum em Mauá e a acusação de maus-tratos a animais utilizados em rituais de candomblé provam que casos de intolerância religiosa ainda são presentes e frequentes.

A prática religiosa é amparada pela lei federal nº 9.459, de 1997. Por isto, intolerância religiosa é considerada crime.

O coordenador de igualdade racial e étnica de Mauá, Gildásio Pereira de Oliveira, conhecido como Mestre Gildásio, afirmou que as práticas do candomblé não são respeitadas pela população por falta de conhecimento. “Infelizmente, no Brasil há preconceito contra as pessoas que têm esta religião, principalmente por conta do ato praticado uma vez ao ano em que um animal é abatido para oferenda”, afirmou. Um ato de intolerância religiosa presenciado pelo Mestre Gildásio se deu nos preparativos da 1ª Festa de Ogum em Mauá, no início de junho. As faixas e cartazes que foram fixados pela cidade para anunciar o evento foram destruídos. “As leis garantem que o estado é laico e as pessoas podem manifestar suas religiões, porém, quando se trata-se de candomblé e umbanda, não há nem respeito”, disse o Mestre.

Xingamentos - No final de 2013, época em que as oferendas são realizadas, a moradora de Mauá Clara Corigliano da Silva, 80 anos, adepta do candomblé, foi surpreendida pela presença de um grupo de pessoas que a acusavam de maus-tratos aos animais, com gritos e xingamentos na porta de sua casa. A polícia foi chamada, e o local chegou a ser vistoriado.

De acordo com Clara, foram sacrificados dois cabritos e 16 frangos, que ela comprou de uma criação em chácara. “Eu faço os sacrifícios e depois doo a carne, geralmente não sobra nem para mim. Eu não tenho terreno nem batuque, só cuido dos meus orixás na minha casa, não incomodo ninguém”, relatou Clara.

Uma das pessoas que é contra a prática, e preferiu não se identificar, afirmou que não se trata de intolerância religiosa, pois, de acordo com ela, os sacrifícios são realizados com a porta da garagem aberta em um bairro residencial e pessoas, principalmente crianças, passam pela rua e sentem-se chocadas ao ver o sangue e os animais gritando na hora do abate.

O caso foi levado para Brasília, através da Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção de Igualdade Racial) como intolerância religiosa e chegou neste mês de junho na Coordenadoria de Igualdade Racial e Étnica de Mauá.

Deuses - O candomblé é uma religião afro-brasileira que tem como prática cultuar orixás, que são deuses supremos para seus adeptos. Rituais são realizados em templos ou casas, com batuques e danças. Como tradição, animais são sacrificados e colocados como oferenda para os deuses. A umbanda tem as mesmas origens, porém, práticas diferentes, como o fato de os orixás serem espíritos e não haver sacrifício.

Por Jessica Marques - ABCD Maior
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